Antiguos Dossiers


Dossier realizado por Luciano Padilla López (Argentina), publicado en la Hoja sobre dos numéros - n° 16 de Abril 2009 y n° 17 de Agosto 2009

Javier Villafañe - 100 años, etapas primera a tercera
con aportes de titiriteros y amigos, más una convocatoria a los lectores
al cuidado de Luciano Padilla López

Tal como prometimos en nuestro número anterior, reunimos aquí una selección de textos escritos por Javier y acerca de él.
Seguimos, entonces, repensando su contenido, para aplacar un poco la nostalgia y para volver a transitar por material menos frecuentado.

Agradecemos especialmente la colaboración de Luz Marina Zambrano-Villafañe, María Teresa Corral, Cristina Lamacchia, Mariana Frare, Juano Villafañe, Hernán Coviello y Coco Romero. A causa de los urgidos plazos de edición, no pudo incluirse gran cantidad de otro material ya listo para su publicación.

Salud, Javier. Seguimos celebrándote.

Acerca de Maese Javier
Textos y Articulos:
- Algunos creen que los titiriteros también mueren por Gustavo Roldán
- Un libro de Javier Villafañe por Ariel Bufano
- Los cuentos que le contaron
- Javier Villafañe - Más de medio siglo llevando sus títeres por todo el mundo, por Carlos G. Santa Cecilia
- Javier Villafañe, por Ignacio Carrión
- La Vida en las Manos - Entrevista de María Esther Gilio
- "Un zorro mañero..." por Miguel Briante
- Celebrando a Javier por María Teresa Corral
- "Javier Villafañe no ha existido nunca" por Leopoldo Castilla en Salta 21 - Lunes 26 de Enero de 2009

 

Videos y Documentos Fonográficos
- Villafañe y Gianonni en Macuto - 1995
- El Misterio de Eduardo Montes-Bradley - Cap. 2

- El Gallo Pinto - parte I (sólo audio)
- El Gallo Pinto - parte II (sólo audio)

 

 

Bibliografía:
- Libros, Colaboraciones en medios gráficos, Discografía, Premios y Distinciones

 

Poesía de Javier
- Caras
- Los amantes
- El hijo pródigo
- El sueño del niño negro

 

Javier, del Libro a la Fonola
"Mate y Cigarrillo"
Versión de Horacio Guarany, incluida en su LP "Siempre" (sello Philips, 1971). Se conserva partitura en la Biblioteca Nacional de la Argentina.
Versión del conjunto folklórico Los Huanca Hua, en el LP "Guitarra, Vino y Rosas" (sello Microfon, 1973)

"Siempre me has mentido"
Versión de Lidia Borda, de su CD "Ramito de Cedrón". La composición tiene, precisamente, música de Juan "Tata" Cedrón; material editado por el sello Acqua Records.

"Los Caminos del Gallo Pinto"
Disco de Coco Romero - 2009. La edición elegida de El Gallo Pinto es de 1947 de la editorial Huarpes.

 

Narrativa de Javier
- Los ancianos convágines

 

Teatro de Javier
- Fragmentos correspondientes al final de A imagen y semejanza

 

Javier, Arte de Tapas

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

La Andariega
- La Andariega (1936-1938) - Extracto de la Bibliografía de Liber Fridman

 

Crónica de Javier
- Cuando el Diablo perdió la cabeza
- Cómo recogí estos dibujos

 

Ensayos de Javier
- De la Vida de los Títeres
- Los Niños y los Títeres

 

Javier y sus títeres - del retablo al correo
- Cartas recibidas por Juancito y María

 

Javier como entrevistador
- Reportaje a Punch

 


Dossier por Luciano Padilla López (Argentina), publicado en la Hoja n° 14 de Septiembre 2008

La fiesta móvil de Alexander Calder
con aportes de
- Horacio Tignanelli
- Silvia Lenardón
- Guillermo Martínez
- Luiz André Cherubini

y textos de
- Robert Hughes
- Jean-Paul Sartre

al cuidado de Luciano Padilla López

Colegas de la Argentina y de Brasil nos dejan conocer distintos abordajes posibles de la obra de Alexander Calder.
En sus relatos, aparecen indicios de su formación como titiriteros; y como periodista, astrónomo, psicólogo, actor, artista plástica, según el caso o de su ideario estético y dramatúrgico.

Dos instituciones ofrecen posibles recorridos por las etapas de la vida y la producción del escultor.
A este panorama de juegos, contaminaciones y alusiones sumamos las voces de un crítico de arte y un filósofo, obstinados seguidores de la trayectoria de Calder en Francia y los Estados Unidos.

Quedan abiertas, entonces, las puertas de esos talleres.

 

El Circo Calder
- Cirque Calder 1/2 - Video en Youtube
- Cirque Calder 2/2 - Video en Youtube

 

Ensayos acerca de la obra de Calder
Fragmentos de

1)
“El Universo de Calder”, de Robert Hughes"
2)
“Los móviles de Calder”, de Jean-Paul Sartre

Panoramas de su vida y su obra
- Fundación Calder: http://www.calder.org
- Calder en la National Art Gallery - Galería virtual: http://www.nga.gov/exhibitions/calder/realsp/roomenter-foyer.htm

 

Calder en América Latina
El Caldero y Calder
- Calder y sus Croquis
- El Calder que Sobrevento llevó al escenario

 

Referencias / Contactos de los colaboradores
- El Pingüinazo - Rosario, Argentina: http://www.perfoping.blogspot.com
- Silvia Lenardón: http://silvialenardon.wordpress.com
- Grupo Sobrevento - Río de Janeiro - San Pablo, Brasil: http://www.sobrevento.com.br
- Horacio Tignanelli - Buenos Aires, Argentina: http://flandona.wordpress.com/0-ronda-por-los-caminos-de-galilei
- Luciano Padilla López: elmalmenor@yahoo.com

 


Dossier publicado en la Hoja n° 18 de Diciembre 2009

Estar em Charleville
por Márcia Moellmann Pagani - Turma do Papum

Este foi mais um ano privilegiado para os marionnettistes, titiriteros, burattinai, puppeteers, puppenspieler, loutkáři, bábosoknak, lalkarzy (1), enfim, bonequeiros de todo o mundo. De 18 a 27 de Setembro de 2009 aconteceu a 15ª edição do FESTIVAL MONDIAL DES THÉÂTRES DE MARIONNETTES (2).
Criado por Jacques Félix em 1961, o Festival acontece a cada 3 anos em Charleville-Mézières, na região de Ardennes, França, o que deu a essa acolhedora cidade o título de “capital mundial da marionete”.

Estar em Charleville durante o Festival é mágico!

A própria arte marionetista, da mais singela manipulação de objetos à utilização de recursos tecnológicos de ponta, que se curvam aos desígnios da alma das marionetes, já nos enche de magia. Mas não pára aí. Toda a ville ardennaise se transforma num grande espetáculo, com suas charmosas ruas, praças e jardins tomados por artistas de todo o mundo expondo seus talentos e criatividade e misturando-se às vitrines decoradas de bonecos, às tendas multicoloridas de artesanatos e delícias, e a um público numeroso, eclético e feliz. Sim, porque o clima é todo de felicidade, de confraternização e de emoções.
Crianças, famílias, turistas, estudantes, produtores culturais, jornalistas, fotógrafos, cineastas, moradores da região ou oriundos de lugares distantes têm em comum o amor pela arte das marionetes e preenchem os espaços urbanos usufruindo dessa diversidade, trocando idéias, fechando negócios, fazendo amizades.

Oficialmente, o Brasil foi representado apenas pelo espetáculo Jatobá, de mamulengos, apresentado na língua francesa por Éder de Paiva, que mora atualmente em Toulouse, na França. Informalmente, outros grupos brasileiros apresentaram seus trabalhos, principalmente na Rue de La Paix, onde se enfileiraram caixinhas de mini-teatros, os chamados lambe-lambes, e outras performances. Estavam ali Guilherme Peixoto e Mônica Longo (Cia Mútua - SC), William Sieverdt (Trip Teatro de Animação - SC), Paulo Nazareno e Viviane Maltauro (Nazareno Bonecos - RS), Éder de Paiva (Mini Circus), Maira Coelho (Titeretoscopio - RS), Sérgio Tastaldi e Márcia Pagani (Turma do Papum - SC) Oani Teatro do Chile/ Brasil, com a direção de Luciano Bugmann (Blumenau - SC).

À noite era a vez dos encontros no Restaurante Cardinale, na Place Ducale. Susanita Freire, presidente da Comissão para a América Latina da UNIMA, aglutinava os brasileiros em torno de uma grande mesa: Lelo e Adriana, da Cia Catibrum, presentes em todas as edições do Festival desde o ano 2000, prospectando novos espetáculos para o Festival Internacional de Teatro - FIT, que organizam em Belo Horizonte; Conceição Rosière e Carlos Alberto, animados com o projeto de um curso universitário de Teatro de Bonecos em Minas; Luiza Monteiro e Pedro Ascher, simpáticos cariocas que moram em Amsterdam, ela, produtora cultural; Fagner Gastaldon, de Santa Catarina e morando no Reino Unido, apreciando com Guilherme e Mônica (Cia. Mútua) um lindo marionete feito pela inglesa Cassi (Circo Gringo); e a companhia do amigo Guilliot, Conselheiro da UNIMA que mora em Charleville, sempre disposto a colaborar com os brasileiros.
Augusto Bonequeiro esqueceu um pouco sua carregada agenda de apresentações no Ceará para apenas usufruir do Festival e das belezas da região.

Outros brasileiros iam se encontrando, como Duda Paiva, de Goiânia, que tem uma companhia de dança na Holanda, Eduardo F. Miranda Leite e Luís Gustavo Ribeiro, ambos mineiros que fizeram a última edição do curso de marionetes de L'Institut International de la Marionnette, em Charleville, Paulo Balardin e Carolina Garcia, do grupo Caixa do Elefante, do Rio Grande do Sul.

No exterior, todos os brasileiros são irmãos.

Os espetáculos e as exposições integrantes da programação oficial do Festival trouxeram de 23 países diversas manifestações artísticas que, sempre unidas em torno do teatro de animação, envolviam também a música, a mímica, o cinema, a literatura, a dança, as artes plásticas... enfim, expressões culturais de todos os matizes e consoantes com a temática do Festival neste ano: a marionete no centro das artes inovações e trocas de idéias.

É ou não é mágico?

(1) Bonequeiros nas línguas francesa, espanhola, italiana, inglesa, alemã, checa, húngara e polonesa, respectivamente.
(2) É organizado pela Association des Petits Comédiens de Chiffons, com Jean-Luc Félix como presidente e Anne-Françoise Cabanis como diretora. A UNIMA, sua maior parceira, que comemora por todo este ano de 2009 seus 80 anos de existência, participou do Festival com homenagens a Jacques Félix e outros grandes colaboradores históricos, lançamento oficial da Encyclopédie Mondiale des Arts de La Marionnette e exposição de seus arquivos.

Márcia Moellmann Pagani é formada em Arquitetura e Urbanismo e trabalha com teatro de bonecos e música.
Administra o grupo Turma do Papum (Florianópolis, SC), junto a Sérgio Tastaldi, desde 1994.
Este ano esteve em Charleville durante o Festival, levando para a rua, com Sérgio, 2 lambe-lambes.
(http://www.turmadopapum.blogspot.com)

 

 

 

 

 

Quanto a Charleville....

"Que felicidade ver os bonequeiros nas ruas, fazendo que nossos sonhos se tornem realidade...
Ainda tenho saudade da primeira vez que lá estive, mas não consigo deixar de me emocionar com os bonecos.....
O sino marcando as horas e aquela musica no ar......
Voltarei sempre que puder...

Augusto Bonequeiro

 

 

Uma foto de um artista de rua que gostei muito neste festival

 

 

O teatro de bonecos em Charleville 2009
por Duda Paiva

Sob nova direção artística o último Festival Mondial de la Marionnette fez a cidade de Charleville florescer novamente.
O Festival continuou empolgando espectadores fies que faziam fila para conseguir ingressos para os inúmeros eventos espalhados em diversas locações da cidade.
O teatro de bonecos é celebrado nessas 3 semanas no mês de Setembro em "big style", promovendo o que existe de mais novo e mais antigo nessa arte tão lúdica e singular.
O interessante no teatro de bonecos é presenciar um mundo todo único. Cada companhia de teatro de bonecos é um mundo particular onde a fantasia do criador é encarnada por seres inventados : os bonecos. E como toda disciplina passa por processos de desenvolvimento e experimentação, o teatro de bonecos vê nesse momento uma abertura para as produções direcionadas para o público adulto.
Esse movimento está timidamente alcançando o mercado do teatro contemporâneo numa forma mais eficaz e representativa de diretores/coreógrafos/artistas plásticos tais como Stuffet Puppet Theater, Theater Tubingen, Duda Paiva, Wilde & Vogel, Gisele Vienne.
Tais autores vem se despontando em Festivais de teatro experimental com uma fusão inteligente e ousada. É uma progressão lenta porem continua dessa arte que as vezes é taxada estritamente para o mercado infantil mas que carrega uma grandeza universal.

Duda Paiva Company em um mês saiu arrebatando prêmios: Grand Prix para MALEDICTION em Ostrava-Republica Tcheca e melhor ator Duda Paiva e Éderson Xavier em Torun-Polonia. O show FASADA melhor cenografia Festival de teatro EXperimental do Cairo-Egito. Estou agora em turnê no teatro de cena contemporânea em Montreal-Canada.

Duda Paiva nasceu em Goiânia- Brasil onde estudou teatro, dança clássica e moderna. Dançou por 8 anos na Quasar Cia de Dança e Balé do Estado de Goiás.
Estudou butoh no Japão até se radicar na Holanda em 96 onde trabalhou com diversos coreógrafos e companhias de dança.
Dando vazão a uma carreira dedicada ao teatro experimental misturando dança e teatro de bonecos Duda Paiva Company foi formada em 2004.
A companhia foi lançada no mercado internacional com o show Anjo que foi o primeiro sopro num movimento da fusão teatral, tal movimento vem sendo difundido a partir de inúmeras apresentações pelo mundo a fora, workshops e masterclasses em universidade de teatro e festivais internacionais.

 

 

Una gran experiencia !
por Susana López P.

¡Una gran experiencia como artista y ser humano, la vivida en Charleville!
Ser partícipe de los mejores espectáculos de títeres en el mundo, convivir e intercambiar experiencias y técnicas, celebrar a los grandes como Jurkowsky, Niculescu y Meschke, festejar los 80 años de nuestra organización a nivel internacional, el poder presentarme con La Leyenda de los Soles, en caja lambe-lambe y con sombras, coincidir con públicos exigentes y maravillosos… no recaudé muchos euros en 2 horas, pero mi corazón se llenó de satisfacción con los comentarios y con la alegría de saber que ¡mi trabajo está a la altura!

Agradezco mucho a la UNIMA y UNIMA México, a la Comisión para América Latina de UNIMA, al Takey.com, a Susanita Freire y Fabrice Guilliot, por respaldarme en esta aventura en la que los títeres, como punto de partida, se combinan con artes visuales, música, danza, sombras, video y tecnología, evolucionan de la mano en el marco de un Festival renovado, ambicioso y exitoso, y nos regalan un amplísimo panorama de creatividad que debemos aprovechar !

Susana López P.
Directora, Teatro AcercARTE

 

La reunión más grande de títeres en el mundo
por Jaime Florentino de Hermosillo, Sonora - México

En el 2003 y en el 2006 tenté llegar hasta Charleville , pero solo ahora en el 2009 fue posible mostrar mi espectáculo.
Estar en el festival más importante del mundo y apreciar las diversas técnicas y posibilidades que ofrece el títere ¡y vaya que hubo de todo!, desde el títere más pequeño hasta mojigangas que llenaban las calles. Y además, mostrar mi trabajo y que fuera valorado por personas con una cultura diferente a la nuestra.

El trabajo que presentamos Mariel Montserrat y Jaime Florentino, se llama “Déjeuner du matin”, un poema de Jacques Prévert, autor francés, con un soporte musical en la voz de Marlene Dietrich, actriz cantante, contemporánea del poeta.

El espectáculo fue presentado dentro de una Caja Mundia o Lambe Lambe, como le llaman nuestros amigos de Brasil, o bien, Caja Misteriosa como la nombran en Monterrey (México) Elvia y César de Baúl teatro; independientemente del nombre, lo interesante es que asomarte por un orificio te brinda una experiencia única, descubrir que esa cajita encierra grandes emociones.
La duración es de 2 minutos y treinta segundos y fue apreciado por público de diferentes nacionalidades que recorrían las calles y otros titiriteros que también mostraban sus espectáculos en cajas de diversas formas y tamaños.

También fue visto por compañías teatrales que se presentavan el el festival inn, como los Thailandeses, Joe Louis Troupe, quienes nos han extendido una atenta invitación para el festival que organizan en su pais . Esta compañía se caracteriza por ser el único grupo que presentava las tradicionales marionetas de su Thailandia.

Con lo anterior quiero expresar que las expectativas del viaje se superaron, ya que fue posible hacer amistad y contactos con diferentes compañías de títeres que en alianza harán en el futuro factibles intercambios que ayuden a enriquecer nuestra labor con los títeres y se beneficie finalmente la comunidad a la cual nos debemos.

Para concluir, debo decir que he podido darme cuenta que el lenguaje de los títeres es universal y que después de esta grata experiencia se establece un compromiso con nosotros mismos para mejorar la calidad de los montajes, el deseo de superar todo lo que se ha hecho antes; innegablemente la gente de nuestra localidad también espera más, por lo que no se debe desaprovechar el momento y ofrecer espectáculos dignos que espectadores de cualquier edad gocen de cada movimiento que los títeres ejecuten, para decir lo que las palabras a veces no alcanzan a expresar.

Jaime Florentino de Hermosillo

 

 

 

 

Depoimento sobre Charleville-Mézières
por Eduardo Felix

Participei do Festival Mondial des Théâtres de Marionnettes de Charleville-Mézières de 2009. Foi uma grande oportunidade de fazer um profundo mergulho no mundo do teatro de bonecos.
Uma experiência que ficará gravada em meus trabalhos futuros, e que me fez compreender a universalidade e o poder de comunicação da marionete, que seduz e encanta o público de qualquer lugar do mundo, em qualquer idioma, gênero ou faixa etária.

Fiz o estágio de verão, com o bonequeiro inglês Stephen Mottram, com duração de três semanas, com o apoio da Comissão para América Latina de UNIMA, da ABTB/Centro UNIMA Brasil e da ATEBEMG, consegui bolsa integral no curso e subsídios da SEC-MG, pelo Programa de Apoio a Intercâmbios Culturais e do Banco Mercantil, apoiador do meu novo espetáculo, "O Caso Deu-se Como Eu Canto", que estréia em Belo Horizonte no fim de novembro.

No festival, assisti a diversos espetáculos e pude ver o que está acontecendo no meio bonequeiro mundo afora. Apresentei meu espetáculo “Seu Geraldo, Voz e Viola” nas ruas de lá e mesmo em português e a recepção foi excelente. Tenho certeza que voltei de lá um bonequeiro melhor. Quero voltar.

Eduardo Felix é diretor do grupo mineiro PIGMALIÃOesculturaquemexe.
È escultor, formado pela UFMG, e trabalha sobretudo com marionetes de fio.
http://www.eduardofelix.com.br

 

Releituras sobre bonecos com fios
por Gustavo Noronha

Começamos nosso estágio de três semanas com uma rápida apresentação dos quatorze integrantes, do professor Stefhen Mottram e da equipe do Instituto Internacional da Marionete.
Ficou definido que teríamos aulas laboratoriais com exercícios e experimentações na parte da manhã, e à tarde aulas na oficina construindo as marionetes*.

Nos laboratórios matinais, após alongamentos seguidos de uma atividade lúdica, buscávamos descobrir os “reais” movimentos de um ser humano, dos animais e de outros seres. 
Para Mottram os bonecos com fios só passarão a sensação de magia e de ilusão se executarem exatamente o movimento condizente á realidade. Qualquer ação deve estar dentro de um contexto, de um eixo, de uma regra e na maioria das vezes dentro do “poderoso silêncio do não movimento”
(1), onde tudo acontece de forma clara e sem “movimentos residuais” (2). Se existe movimento estará vivo. Se não tem movimento estará morto. O meio termo é magia.

Á tarde, por duas semanas, cada estagiário construiu um boneco com fios em madeira, todos idênticos e sem expressão facial.
O motivo disto era para que focássemos nossas atenções para o movimento e não para a caricatura da personagem. E na ultima semana, construímos maquetes de marionetes utilizando a técnica do movimento contínuo. Que consiste em desenvolver controles em forma de cruz para executar movimentos repetitivos. Como estes exemplos: patas de insetos, dedos de flautista, bater de asas, movimentos ondulatórios, entre outros.

A construção das marionetes se deu de forma britânica, bem como o chá das cinco. Tudo em sua ordem e na sua medida, pois para nosso professor inglês o boneco com fios só terá movimentos reais se for construído de forma real, ou o mais próximo dele.
Por isso a preocupação de construir mecanismos e articulações que repetissem situações que experimentamos nos laboratórios matinais.

Por fim, no último dia e primeiro do 15 Festival Mundial de Teatro de Marionetes de Charleville, apresentamos o resultado dos trabalhos com cenas de alguns exercícios, algumas maquetes de marionetes de foram bem solucionadas e uma cena com os quatorze bonecos.
Nesta cena uma fila de marionetes caminha em direção a um abrigo onde somente os primeiros conseguem se salvar, os demais morrem.

Obrigado a todos que me apoiaram nesta empreitada, Gustavo Noronha

* No Brasil a palavra “boneco” é a tradução da palavra francesa “marionnette”, e da espanhola “títere”. No Brasil um boneco com fios também é chamado de marionete assim como um boneco de luvas é chamado de fantoche, mas isto não é regra. Os bonecos com fios na França se chamam “marionnettes à fils”, e os bonecos de luvas “marionnettes á gaine”.
(1) “silêncio do não movimento”, expressão onde procuro descrever a importância do saber o que esta fazendo. Na grande maioria das vezes é uma manipulação minimalista que consegue emocionar platéias, onde o mínimo de movimento passa a ser o máximo da expressão.
(2) “movimento residual”, expressão muito utilizada no Giramundo Teatro de Bonecos para identificar os movimentos que não contribuem para a magia da cena. É o famoso tremor do boneco, usado de forma cômica em números com bonecos com fios que imitam dançarinos e músicos.

Fotos de Gustavo Noronha

Gustavo Noronha: construiu seu primeiro boneco profissionalmente aos 13 anos em Poços de Caldas, aos 15 anos se torma discípulo de Álvaro Apocalyse e integra o Giramundo por 13 anos em Belo Horizonte. Dirige seu primeiro espetáculo aos 26 anos na Escola de Arquitetura da UFMG, onde vem a se formar.
Em 2001 cria no interior de Minas Gerais o projeto cultural dos Bonecos Gigantes de Brazópolis.
É cofundador em 2002, com Paulo Polika, da companhia GPTO de Teatro de Bonecos de Catguases.
Alem da experiencia do Giramundo se especializou em teatro de Sombras com os italianos do Gioco Vita, em teatro de formas animadas com Ana maria Amaral e agora em bonecos com fio com Stephen Mottram.

 

Cajitas habían en todas las calles, poéticas, sorprendentes, íntimas...
por Celine Camilleri y Adrian Giovinatti

El festival de Charleville Mézières para nosotros no es solo un encuentro de títeres sino también de titiriteros amigos, venidos de diferentes lugares del planeta y de América del Sur en particular.
Fue el año de las pequeñas formas.
Cajitas habían en todas las calles, poéticas, sorprendentes, intimas y mucho más...

Esta vez se extrañó mucho el ambiente de la noche en el espacio festival, donde normalmente nos encontramos con los colegas para poder intercambiar ideas luego de una jornada de trabajo...
Un gran abrazo y esperamos reencontrarnos en la próxima edición !!

Celine Camilleri y Adrian Giovinatti
Cia. La Malette ( France-Uruguay)

 

O público invade as ruas de Charleville...
por Willian Sieverdt

Acho o Festival de Charleville um dos mais democráticos que conheço.
Qualquer artista consegue espaço e público para se apresentar.
Legal ver como a cidade vai se transformando ao longo do dia, gente chegando de todos os lados, sedentos por teatro de bonecos......
Essa foi a quinta vez que participei (1994,1997, 2000, 2003 e 2009) e pude comprovar que a energia boa de Charleville continua a mesma.

Até 2012 !


Duas fotos para mostrar como o público invade as ruas de Charleville...

Willian Sieverdt
Trip Teatro de Animação
Rio do Sul - SC
http://www.tripteatro.com.br

 

Manifestações do mundo, arte da ânima, encontros nas ruas...
por Carolina Garcia Marques

Sempre que houver uma ação...haverá uma reação...Está é uma lei da natureza.
O Festival Mondial des Théâtres de Marionnettes de Charleville-Mézières é um local de atração, um espaço que instiga a ação.
Mais de vinte de nós, brasileiros, movemos nossos corpos para chegar até este ponto de encontro e mobilizamos nosso olhar estético, racional , nossa presença viva na cena das ruas e salas no outro lado do hemisfério.
Colocamo-nos em ação! A reação deste momento ecoará em nossos processos artísticos ao longo dos próximos anos e em atividades que garantirão nosso reencontro.
Colegas de estrada e de ofício... desejo reencontrá-los, em breve, para mantermos vivo nosso convívio.
Vamos novamente praticar uma ação para que esta ecoe numa nova reação e assim juntos possamos manter o movimento acontecendo...

Abraço carinhoso,
Carolina Garcia Marques

Carolina Garcia: pós-graduada como Especialista em Economia da Cultura pelo PPGE-UFRGS e Licenciada em Artes Cênicas pelo DAD-UFRGS, trabalha como atriz, produtora cultural e arte-educadora.
Complementando sua formação, realizou cursos com importantes nomes da cena teatral contemporânea: Yoshi Oida, Thomas Leabhart, Augusto Boal, Hugo Suarez, Stephen Morttram, Antônio Amancio e Ivaldo Bertazzo.

Um lugar de encontros
por Paulo Balardim

Charleville-Mézières, pequena cidade do norte da França, dispensa apresentações. Não há bonequeiro que não a conheça. Ela povoa nosso imaginário ocupando um lugar quase tão grande quanto o espaço que ocupa no coração de quem já esteve por lá durante o Festival de Marionnettes.
Mais do que a overdose de espetáculos, debates e exposições, o festival propiciou o encontro nas pequenas ruas, na Place Ducale ou no bar situado dentro de uma embarcação, às margens do rio Meuse, onde podemos beber e rir com os amigos espalhados pelo mundo.
Nessa última edição, felizmente, muitos brasileiros marcaram presença.
Destaque para a feira de livros com novos lançamentos, entre os quais, a tão esperada “Enciclopédia”.
Sobre isso, um breve comentário: Amigos, não fiquem chateados se o Brasil aparece em poucas linhas...
Nossa produção artística e nosso país é que são muito grandes!
Tomemos coragem para criar nosso próprio volume enciclopédico, pois o mundo não cabe em um livro só.

Paulo Balardim

 

E que venha o próximo, daqui a 3 anos!"
por Mônica Longo da Cia Mutua de SC

Antes de ir ao Festival Mundial de Teatro de Bonecos de Charleville, me disseram que eu não tinha dimensão do tamanho deste evento.
E realmente, eu não tinha mesmo!

É impressionante uma cidade tão pequena (57mil habitantes) receber 300 espetáculos diferentes (os oficiais) em apenas 10 dias de festival. A cidade espera pelo festival, preparando os espaços para as apresentações (ginásios de esportes, escolas, antigas fábricas e lonas se tornam teatros munidos de todo o aparato necessário) e os espaços para acomodar aos visitantes (hospedarias, pousadas e famílias que levam os bonequeiros para casa).

As ruas também se transformam em grandes espaços alternativos, recebendo os grupos que não estão na mostra IN, tampouco na mostra OFF, mas no OFF do OFF, como aconteceu conosco.

           

 

 

 

 

 

Enfim, o festival é de uma riqueza inesquecível e é impossível ir uma vez só! Há muito o que se ver, o que se sentir e o que trocar com pessoas de diferentes partes do mundo, que podem até não falar o mesmo idioma, mas falam com o corpo, com o coração e com os bonecos. Aliás, são os bonecos que falam por nós!
E que venha o próximo, daqui a 3 anos!"

 

Impressões do Festival de Charleville
por Conceição Rosière

Estar em Charleville durante um festival é sempre algo encantador. Por onde se olha seus olhos grudam em bonecos.O entusiasmo do público nas ruas e nos espaços fechados é sempre o mesmo.
Participar desse tipo de evento, podendo encontrar pessoas de todo o mundo é um presente para todos os bonequeiros.
Em se tratando dos espetáculos tenho alguns comentários, pessoais, como não podia deixar de ser.

Não pude ver tudo que queria, pois não havia mais ingressos e não fiquei nos últimos 2 dias por compromissos em outro local.
Assim vou falar dos dias em que lá estive.

Não sei se é uma nova onda, se é um retorno, embora mais sofisticado do tradicional teatro popular, onde há/havia muito texto, e onde o que o personagem diz é o que conta e não sua forma, ou como o faz, mas quase todos os espetáculos tinham muuuuito texto. E, é claro, 99% em francês (ainda não consigo entender porque um festival que se diz internacional insiste em ter quase completamente espetáculos em francês, atendentes em francês, pessoas que dão informação em francês, “enfin...”).

Havia uma angústia latente em quase todos os espetáculos que assisti, que tratavam de temas ¨pesados¨, em espetáculos tensos.
Outros fizeram uma ¨viagem¨ muitas vezes bem difícil de ser acompanhada, pelo menos para mim. Em alguns casos, não entendi aonde o autor/bonequeiro queria chegar, o que exatamente ele estava dizendo.

Gostaria de ter visto espetáculos daqueles que encantam e dão vontade de levar para casa, ou uma inveja danada por não ter feito, mas, dessa vez, não aconteceu isso comigo. Vi coisas bacanas, mas nada que eu gostaria de ter feito.

Deliciosas foram as intervenções de rua, principalmente as das Janelas. Adorei a ¨velhinha sacana¨, na varanda do teatro, que caça para alimentar seu filho, desde pombos, passando por gatos, cachorros e...criancinhas. Ótima manipulação, bonecos fantásticos, idéias e soluções inovadoras, enfim uma delícia de se ver.

Outro divertimento eram as caixas de lambe-lambe - brasileiros nota 10, e estrangeiros. Desses vi um belga e um italiano, muito divertidos.

As exposições são um capítulo à parte : lindas, bem montadas, uma verdadeira aula da história do teatro de bonecos.

Se valeu? Claro que valeu! A gente volta sempre cheia de idéias, traz livros lindos na bagagem um monte de cartões de visitas de pessoas interessantes e os olhos coloridos.

Conceição Rosière - Assoc. Teatro de Bonecos do Estado de Minas Gerais - Atebemg

 

 

 

 

OANI en Charleville

La Compañía OANI de Teatro recibió, en agosto 2008, la invitación oficial de Anne-Francoise Cabanis, Directora del “XV Festival Mundial de Teatro de Marionetas de Charleville-Mézières”, para participar con las obras de teatro de muñecos “La Balsa de los Muertos”, “Noviazgo en el Cementerio”, “Afuera” y “Swing” como representantes de la creación titiritesca de Chile.

Esta invitación es producto del trabajo investigativo acerca del actual acontecer del teatro de animación en Chile que se plasma a través de un documental llamado “Marionnetitere” que, durante los años 2006 y 2007, y con el auspicio del gobierno francés, realizó en terreno la coordinadora de esta investigación, Magali Battaglia con su agrupación “La Cazuela”.

En esta investigación a lo largo del país, Magali conoció y profundizó, en Valparaíso, las obras de la Compañía OANI de Teatro que en ese momento se presentaban en temporada en el Teatromuseo del Títere y el Payaso (http://www.teatromuseo.cl) de dicha ciudad.

Al tiempo de recibir la invitación, generamos un proyecto para financiar nuestros pasajes y transporte carga para dicho festival. El proyecto fue presentado al gobierno de Chile en dos vías: una a la DIRAC (Dirección de Asuntos Culturales) y otra a FONDART (Fondo Nacional de la Cultura y las Artes). FONDART apoyó el proyecto y gracias a ello pudimos responder a la invitación que el festival realizara a OANI.

“La Balsa de los Muertos” es una obra de teatro de muñecos para adultos, cuya adaptación dramatúrgica promueve la sensibilización medioambiental, que utiliza en su interpretación la técnica de manipulación directa y varillas, en lenguaje contemporáneo, incorporando el texto, el movimiento, la música creada especialmente y la iluminación como elementos vitales para lo que se requiere representar. En la obra participan dos actores-manipuladores y un técnico operador de iluminación y sonido. Se estrenó en Chile, el año 2001 y desde entonces ha participado en Festivales, encuentros y salas de teatro en Chile y Brasil.

Las obras “Noviazgo en el Cementerio”, “Afuera” y “Swing” son creaciones que utilizan la técnica de Teatro de Animación Lambe-Lambe y se caracterizan por ser espectáculos con pequeños muñecos y objetos que, acompañados por un relato y música en audio, dentro de una caja escénica que simula una antigua máquina fotográfica sobre un trípode, representan, en no más de 5 minutos, secretas situaciones teatrales que son observadas por sólo uno o dos espectadores cada vez.

El espectador se sitúa, de un lado de la caja, colocándose los audífonos, cubriendo su cabeza con una tela y observa la obra a través de una ventanilla. Por su lado el actor/manipulador se ubica en el lado opuesto de la caja y pone en escena la obra, manipulando la iluminación, el sonido, utilería, los muñecos y objetos. Estos espectáculos se estrenaron el 2007 y ya se han presentado en distintas salas y espacios del país como en el extranjero.

 

“PRIMEURS DU CHILI”, muestra chilena que se enmarca dentro de la programación oficial del “XV Festival Mundial de Teatro de Marionetas de Charleville-Mézières 2009”, incluye obras de cuatro compañías chilenas: Equilibrio Precario, Periplos, Maleza y OANI Teatro. Todas ellas se caracterizan por utilizar alguna técnica de teatro de animación: objetos reciclados, Stop-Motion, teatro de sombras y proyecciones, Lambe-Lambe, manipulación directa y varillas.

Estos espectáculos, en su conjunto, conforman una muestra variada de técnicas escénicas de animación que hoy se desarrollan en Chile.

Para la compañía OANI de Teatro haber sido invitado oficial al Festival Mundial de la Marioneta de Charleville fue una oportunidad excepcional para que, luego de mas de 10 años existencia, crecimiento y práctica en Chile y Brasil, nos permitió compartir, a la par, programa y cartelera con compañías y espectáculos de todas las latitudes del mundo.

Las 3 presentaciones de la obra “La Balsa de los Muertos” revelaron una importante asistencia de público, recibiendo calurosos y sinceros aplausos. Cabe mencionar que la obra contiene bastante texto hablado en español, sin subtítulos.

Con los tres espectáculos de Teatro de Animación Lambe-Lambe que presentamos en espacios públicos pudimos tener un contacto más directo con las personas y fue en estas instancias donde percibimos que, al no manejar el idioma francés, obstaculizó la comunicación e intercambio de impresiones e ideas con los espectadores.

El desconocimiento del idioma fue una debilidad que no permite el verdadero intercambio con actores y espectadores. Los encuentros posteriores a las funciones son los que permiten intercambiar puntos de vista y experiencias de vida. Nos vimos limitados a debatir solo con gente habla hispana y portuguesa.

 

Tuvimos el privilegio de ver cerca de 9 espectáculos de sala y más de 10 espectáculos callejeros. No quiero dejar de mencionar el admirable trabajo que presenciamos con la compañía belga Point Zero con la obra ”L'Ecole des Ventriloques” y a Duda Paiva con su provocativos espectáculos.

La representación de las compañías chilenas dentro del festival deja en evidencia que en Chile se está desarrollando un teatro de muñecos profesional, de calidad y con proyecciones internacionales.

 

Un abrazo,
Camila Landon Vío
Directora Compañía OANI de Teatro

http://www.oaniteatro.com
Valparaíso, 13 de Noviembre 2009

 

Las callecitas de Charleville, tienen ese no sé qué, viste ?
por Susanita Freire

Si salís por la plaza Ducale te encontrás con una cantidad de tiendas, bares y calles con escaleras que te llevan, en un laberinto medioeval, a imaginar que estás perdido en el pasado.
Los habitantes "carolos" son amables y la ciudad vestida en tonos de ocre y ceniza te invita a leer poemas de Rimbaud y a pasear por las bucólicas calles que serpentean el rio Meuse.

Cuando de repende, casi por encanto, las calles se llenan de gente de diferentes colores, ritmos , sonrisas , alegrias y entusiasmo...
El Festival Mundial, llegó !

Este año Doña UNIMA, conmemoró sus 80 años, con la Enciclopedia Mundial debajo del brazo, con una maravillosa Exposición de documentos de su historia y un Homenaje muy especial a los queridos amigos Margareta, Henryk y Michael.
En tradicional estilo, hubo un delicioso pastel con velitas, cantamos todos juntos " que lo cumplas feliz" cada uno en su idioma y nos sentimos felices por participar de una organización mundial que congrega tantos artistas, culturas, idiomas, credos y tradiciones.

 

Hace 15 años que frecuento la ciudad durante el festival y siempre me sorprende.
Me sorprendo cuando veo innovaciones y también me sorprendo cuando veo los mismos títeres de 15 años atrás, haciendo sus espectáculos en las calles admirados por un público generoso.

El teatro de títeres es un arte peculiar, donde lo nuevo, lo viejo, lo contemporáneo, lo tradicional , lo inusitado, la vanguardia y hasta lo " kitsch", tienen su espacio y su público.
Porqué será ?

Susanita Freire
actriz y titiritera
Brasil / Uruguay

 

 

 

Minhas impressões do Festival de Charleville- Mézières
e conselho aos futuros navegantes

por Maria Luiza Monteiro da Silva

Para os futuros visitantes dou um conselho: planejar é essencial.

Como estávamos na dúvida se daria para ir ou não, acabamos conseguindo hotel só fora da cidade e o pior quase nenhum espetáculo de interesse.
Nem por isso Charleville deixou de mostrar sua magicidade e capacidade de aglutinar pessoas especiais.
A cidade já encara o festival numa ótica econômica - quer o festival com mais frequência, afinal há uma grande movimentação de dinheiro no evento.

Um dos poucos espetáculos possível de conseguir ingresso, chamava-se A Caixa , um imenso cubo com muitas projeções servindo de cenario, de empananda e de tela. Interessante.
Um dos artistas vinha da tradição chinesa de bonecos que saltam no ar e voltam à mão do manipulador, bem interessante; uma tela no tal cubo ampliava a visão do pequeno boneco, tornando este mix técno-tradicional .... digamos, interessante.
 O problema é que o espetáculo não passava disto. Uma dramaturgia com uma história de amor piegas e bobinha só mostrava como pode haver desequilíbrio entre linguagens que já tiveram excelentes resoluções.
Que pena o espetáculo ter usado tantos recursos prometendo aventuras estéticas visuais para se tornar apenas...interessantezinho!
As sombras das árvores, a conversa com os amigos e um bom vinho à beira do Meuse acabaram por dar mais emoção à noite festivaleira.

Parabéns a La Hoja del Titiriteiro pela sua nova apresentação e conteúdo. Ficou agradável de ler e saber das novidades. EXCELENTE TRABALHO !

Maria LUIZA MONTEIRO da Silva
Lex Althoffstraat 20hs
1063ZP Amsterdam The Netherlands

 


Dossier publicado en la Hoja n° 19 de Marzo 2010

Queridos amigos,
Algunos ya lo sabréis, otros no; pero desde el 27 de Noviembre tenemos en marcha el TOPIC, el Centro Internacional del Títere de Tolosa.
Está recién estrenado y el 2010 va a ser su primer año de existencia completo y como todo lo que nace dará sus primeros pasitos, cortos e inseguros, pero con la voluntad de crecer y servir al arte del títere a nivel nacional e internacional.

El títere tiene en Tolosa un equipamiento único que os queremos presentar con un Paseo en Imágenes que podréis disfrutar en el PDF adjunto
Si queréis seguir recibiendo información sobre el TOPIC enviarnos un e-mail o inscribiros en nuestra página web http://www.topictolosa.com

Si queréis presentar propuestas sobre representaciones, co-producciones, residencias, investigación, talleres, congresos, etc., las esperamos con curiosidad e interés.
A la hora de planificar vuestras giras por esta parte de España, de Europa o del mundo, tenerlo en cuenta para mandarnos información.
Un fuerte abrazo y que en 2010 crezcamos en paz, amistad, arte y prosperidad.

 

Idoya Otegui y MIguel Arreche
Tolosa, 8 de Enero de 2010

 

 

TOPIC - Centro Internacional del Títere de Tolosa
por Toni Rumbau

Se abrió en Tolosa, en Noviembre de 2009, un templo a las artes del desdoblamiento. Situado en la Plaza Euskal Herria, lo que antes era cárcel y Palacio de Justicia, hoy es Museo, Teatro, Biblioteca, Talleres, Centro de Documentación y aún otras cosas relacionadas con el Teatro de Títeres en todas sus variantes.
Destaca el Museo, sin duda la joya del TOPIC, y una magnífica sala ricamente equipada para 250 espectadores. Tres mil seiscientos metros cuadrados en total dedicados a satisfacer las necesidades de una de las artes más avanzadas y antiguas del mundo.

Este sueño convertido en realidad es obra de Idoya Otegui y Miguel Arreche, los dos empeñados emprendedores que en su día crearon el festival Titirijai. Pusieron el listón muy alto, dónde nadie antes lo había puesto en España, y se han salido con la suya.
La inauguración tuvo lugar el viernes 27 de Noviembre con profusión de actos fuera y dentro del edificio del TOPIC, y con la presencia de numerosos invitados procedentes de muchísimos países del mundo.

 

El Museo constituye uno de los lugares más entrañables del nuevo centro. Con diseño del arquitecto catalán Dani Freixas, ofrece a los visitantes un recorrido intimista (sólo se aceptan grupos reducidos de visitantes cada veinte minutos) y a la vez muy exhaustivo sobre lo que significa en el mundo el teatro de títeres y de sombras.

Las distintas colecciones, algunas muy completas y excepcionales (como la de las marionetas de Vietnam, o las de la China y la India, o la de la titiritera Mariona Masgrau), están expuestas de un modo elegante y teatral, con una utilización logradísima de los espejos que causan verdaderos efectos especiales de “infinitud”.

Ocupando la casi totalidad de una de las plantas del edificio, parece mucho más grande de lo que es. La exhibición de videos y voces grabadas que acompañan al visitante es otro de los hallazgos del Museo, en el que se ha dado primacía a la imagen y al sonido por encima de la palabra escrita.

 

Resumiendo lo dicho y a modo de breve inventario de lo que ofrecen sus 3.600 m2 de superficie, el TOPIC es:
Un museo permanente y exposiciones temporales.
Un centro de documentación, archivo y mediateca, totalmente digitalizados.
Un moderno y bien equipado espacio escénico con un aforo para 250 espectadores.
Sala para producción, montajes o ensayos.
Espacios para actividades escénicas compatibles.
Salas para talleres y cursos tanto presenciales como online por videoconferencia.
Una pequeña residencia para artistas y/o investigadores.

Todo un lujo para Tolosa y para los titiriteros del mundo entero.
Más información en: http://www.topictolosa.com

 

Toni Rumbau

Ya se puede ver los tres videos:
- Vidéo sobre la Inauguración
- Vidéo 1 y Vidéo 2 sobre el Museo.

 

 

 

Inauguración Histórica
por Eugenio Navarro

El pasado mes de Noviembre tuvo lugar en Tolosa un acontecimiento difícil de imaginar hace unos pocos años. La inauguración de un centro internacional de títeres, Topic, que llevaba años gestándose quizás ya desde aquellos primeros festivales Titirijai a principio de los años 80 donde los titiriteros dormíamos en un pequeño hostal y ocupábamos un par de mesas de una sociedad gastronómica y que cumplió con la agenda prevista y abrió sus puertas el día indicado.

 

Toda una fiesta con titiriteros venidos de los cinco continentes a participar de los espectáculos en la calle y en el escenario de lo que promete ser un espacio vivo y emblemático, de peregrinaje obligado para los amantes del universo de los títeres y las personas que durante siglos han dedicado sus esfuerzos a este arte arraigado en todas las culturas. Y por lo visto en Tolosa de total actualidad a finales de la primera década del siglo 21.
Enhorabuena a todos los responsables.

 

Eugenio Navarro
19.2.2010
Barcelona

 

 

 

Y Los sueños se hicieron realidad
por Enkarni Genua

Tantos años, tantos titiriteros del mundo soñando con algo que parecía imposible: que en algún punto del planeta hubiera un hueco en donde Títeres y Titiriteros tuvieran ese lugar importante que se merecen, y en donde pudiera ser visitados admirados y reconocidos por todos los titiriteros y cuantas personas pasaran por allí. Un hueco/casa/lugar/teatro de ensueño que fuera más allá de un almacén donde guardar los títeres.

Y resulta, que este sueño se ha materializado. En TOLOSA en el TOPIC. Y os puedo asegurar que por muy bellas que hubieran sido vuestras expectativas no se acercan ni de lejos a la realidad.
Me gustaría tener a mi disposición un pájaro con ruedas y velas que recorriera el Planeta y os trajera a todos hasta nosotros para compartir esta alegría.

 

Cuando me preguntan que supone el TOPIC para mi me vienen tantos pensamientos a la mente que tengo que simplificar. Para mi es un orgullo. Un lugar de veneración. Una oportunidad de dar gracias porque he podido verlo. Un empujón para seguir trabajando. Un reconocimiento de que la fe y el esfuerzo de unos pocos, encabezados por Idoya Otegui y Miguel Arreche hace que se alcancen las metas más difíciles .
¿Cuando venís? Os estamos esperando

 

Enkarni Genua de Txotxongillo Taldea
21 de Febrero de 2010

 

 

 

TOPIC - Algo más que un museo, algo más que un teatro
por Adolfo Ayuso

En el museo de marionetas que encierra el TOPIC hay una sala que me sorprendió especialmente. Una sala que es la recreación virtual, por medio de un sutil juego de espejos, de una biblioteca que parece extenderse hacia el centro de la tierra. Además del magnífico teatro, además de las salas para talleres y del museo, el TOPIC es un centro de documentación y debe ser un lugar donde se expresen y custodien los estudios, las ideas y los trayectos creativos que afecten al teatro de marionetas. Esa sala llena de estanterías infinitas más que mostrar algo es un símbolo.

 

Por eso quise llevar a Maryse Badiou a que presentara allí su libro Sombras y marionetas. Tradiciones, mitos y creencias: del pensamiento arcaico al Robot sapiens. Un libro que escarba, el verbo escarbar es propio de arqueólogos y antropólogos, en las claves de la marioneta. Al principio sencillos objetos empleados para agradar o protegerse de las fuerzas naturales, identificadas luego con los dioses. Utilizada luego para explicar catecismos, para enhebrar la vida social, para expresarse en forma de arte o testimonio de una época. Materia trágica y también materia cómica, según siglos y continentes. Muchas veces confundida o empleada como banal entretenimiento o como subterfugio para ganar unas monedas.

 

Maryse Badiou, responsable de documentación del Teatro Nacional de Cataluña, ha escrito centenares de artículos sobre teatro y marionetas pero sólo un libro a lo largo de su vida. Un libro que va ampliando y perfeccionando y que se va traduciendo para que encuentre más lectores. Del original francés al catalán y ahora al castellano, lengua que da oportunidad de cruzar el Atlántico.
El edificio del TOPIC debe irse llenando de marionetas, de obras teatrales, de legajos, fotos y carteles. Pero también de reuniones, conferencias, cursos y presentaciones de libros. De epicentro de ideas y de voces. El TOPIC no ha hecho sino empezar una tarea que se hacía imprescindible para todos los países de habla castellana.

 

Adolfo Ayuso, escritor e investigador del teatro de títeres
Zaragoza (España)
20 de Fevrero de 2010

 

 

 

Si j’étais une marionnette, j’aimerais bien vivre à Tolosa
por Greta Bruggeman

Si j’étais une marionnette, j’aimerais bien vivre à Tolosa, ville espagnole du pays basque.
Pourquoi ? Tolosa, non loin de la France, est une ville ouverte sur le monde.
Et depuis Décembre 2009, TOPIC, Centre des Arts de la Marionnette est devenu une réalité, après 23 années de rêves et de luttes.

Topic est une maison, un lieu de vie magnifique qui abritent des marionnettes du monde entier.
Topic est également un théâtre, un festival international, et un grand musée avec de nombreux espaces pour des ateliers.

Et ce n’est pas fini, Miguel Arreche et Idoya Otegui et leur équipe continuent le travail avec beaucoup d’énergie et de passion. Avec TOPIC, ils ont l’ambition de créer de nombreux évènements «marionnettiques». A suivre de près.

 

Greta Bruggeman
Cie Arketal Cannes - France

 

 

 

 

 

La Flor Maravillosa
por Paco Paricio

Idoia Otegui y Miguel Arreche llevan muchos años peleando, creen que esto de los títeres vale la pena y no sólo eso, siempre han creído que una ciudad como la suya puede ser la "casa" que acoja a todos los titiriteros, por eso crearon con ayuda de otros "tolosarras" (que así se llaman los ciudadanos de ese lugar) un Festival de Títeres que siempre se caracterizó por sus excelentes exposiciones dedicadas al arte de los títeres de los distintos lugares del mundo y por la convivencia de los titiriteros con los ciudadanos del país.

Ahora después de mucho bregar han inagurado el ToPic que nos es otra cosa que una casa grande y bien diseñada para que los titiriteros del mundo nos sintamos un poco más orgullosos de nuestro oficio.

En casi todos los cuentos tradicionales el protagonista recibe un encargo que idefectiblemente debe cumplir: llevar la cestita a casa de la abuela, conseguir la flor maravillosa que curará a la princesa enferma, etc., pues bien Idoia y Miguel recibieron ese encargo y tras muchas peripecias han cumplido su cometido, ¡Enhorabuena! Yo estuve allí y puedo contarlo.

 

Paco Paricio
Los Titiriteros de Binéfar

 

 

 

Nevó sobre Tolosa
por Lola Atance

Queridos colegas,
Os cuento que nevó muy cerca de Tolosa coincidiendo con la inaguración del TOPIC, nevó muy cerca, (pero Susanita Freire se quedó sin ver la nieve caer. Ella nunca vé la nieve, siempre vé el mar).

Como confetti en esa fiesta grande de los titiriteros que ha sido celebrar la apertura de ese palacio de realidades llamado TOPIC estábamos todos juntos, celebrando, tan cerca de la navidad, como niños , el milagroso regalo para la "hermandad titiriteril" de ese espacio mágnifico y celebrandólo como se celebran las navidades: con amigos, comiendo, bebiendo, ríendo, contando, reencontrando eso siempre gracias a las muñequitas de susana, compartiendo los espectáculos programados, conviviendo...enfín disfrutando de el lado más amable de nuestra profesión a la que profesamos pasión.
(yo no lo voy a olvidar mientras me acuerde...).

Ahora nos queda mantener el TOPIC vivo. Como dice el principito:"Soy el responsable de mi rosa" y no lo olvidemos. (que tambien el autor de Peter Pan decía algo así como que "Tenemos memoria para poder tener rosas en invierno".

 

Un fuerte abrazo,
Lola la titiritera
Ex-titiritera,
y asesora artística de programación
Madrid
12 de Marzo de 2010

 

 

 

Opening of TOPic - November 27, 2009
por Nancy L. Staub

I happily represented CPA, the Center for Puppetry Arts in Atlanta, Georgia, USA at the opening of TOPic, the Tolosa International Puppetry Center, November 27, 2009. Co-director, Miguel Arreche gave me a personal pre-opening tour.
We hosted him in Atlanta along with co-director, Idoya Otegui, and the Mayor of Tolosa, Jokin Bildarratz, when they were in their planning stage. We congratulate them on the realization of their vision.
The spectacular celebration began with several street performers and a lively dance of traditional giant puppets in the square facing the center. The superb Compañia Joan Baixas presented Zoe as the inaugural performance in the new theatre. The 27
th Titirijai, international puppetry festival, followed the opening from November 28th to December 12th at TOPic and other venues.

 

WHERE
Tolosa is in the heart of the Basque country on a river plain surrounded by green mountainous terrain, twenty minutes by train away from the charming beach resort San Sebastian. Nearby are Pamplona of running of the bulls’ fame, and Bilbao, the location of the new Guggenheim Museum.
The population of around 18,000 people embraces TOPic as an asset to their community and proved to be gracious hosts. We sampled their unique cuisine at a different dining club each day. The clubs participate in cultural and sport activities as well as the art of cooking. (Their signature red bean dish made me feel at home, especially when they provided me with Tabasco sauce, an essential element for a Louisiana palate). Noted for particular pastries and good bread, Tolosa has a unique museum of confectioners from the 14
th century to the present day. The picturesque old town prospers with modern economic development and expansion.

 

WHAT IS TOPic
TOPic serves as a meeting place for puppeteers from around the world, open to all who wish to develop, promote and perfect the art of puppetry from traditional to avant-garde. It emphasizes imagination, innovation, and originality.
TOPic focuses on children, encouraging them to investigate puppet theatre, an artistic expression that receives increasing recognition and support. Tolosa proposes to be an epicenter of puppetry arts to boost this trend. It plans to collaborate with the centers, committees, and commissions of UNIMA, L’Union Internationale de la Marionnette.

 

HISTORY
The Centro de Iniciativas de Tolosa organized annual international puppetry festivals, since 1982.
Over 25,000 people attended performances and exhibits each year.
In 1987, Miguel Arreche and Idoya Otegui began planning an arts center to house and advance their activities.
In 1999, the Tolosa City Council chose the site of an old court house on the charming Euskal Herria Square. Architect Anton Pagola preserved the façade while creating state of the art facilities within. Mayor Jokin Bildarratz spearheaded funding for the construction of facilities for TOPic.
This year, the dream became a reality.

 

FACILITIES
The large handsome foyer with a small shop leads into a modern 250 seat theatre. An added feature is simultaneous translation equipment available at each seat for conferences. A multi-purpose black box space adjacent to the stage serves for intimate performances as well as rehearsals and receptions. There is a small public refreshment lounge for socializing.
There are several rooms for rehearsals, classes, video screenings, storage, etc. The center plans to present long distance learning programs from its video studio. There are offices and a data center for archives and media, entirely digitalized. Over 1800 videos, 1400 posters, and 100,000 documents can be viewed.
The museum space occupies one entire floor. In addition to the “permanent” exhibition, visitors can see visible storage of the rest of the collection of over 1400 objects brightly lit behind a wall of glass perched at the top of the foyer. The majority of the collection is Asian, but there are examples from Africa, the Americas, and Europe. Most date from the second half of the 20
th century except some rare Chinese shadows from the 18th and 19th century. An adjacent space houses temporary exhibits.
There are a few independent apartments for artists and researchers. (I suggest spring or summer as winter is cold). Practical planning included adequate rest rooms and accessibility for disabled people (and old ones like me).

 

THE FESTIVAL
Each year, the festival directors invite a guest country to sponsor performing troupes and to mount an exhibit. The most recent nations include China, the Czech Republic, Iberia, India and Russia. This year the festival chose French speaking Canada.
The historic exhibit titled Window on Puppetry in Quebec filled the 17
th Century Aranburu Palace which houses a library and the city archive. The informative catalog states that Guignol arrived in Quebec Province (which includes Montreal) as early as the 18th century. Puppetry did not thrive there until the 1940’s. Since then the Quebecois developed a reputation for world class productions. In the past 25 year some of the best companies in the world originated there. 5 participated in the 2009 festival.

This year 1 company each from the following countries participated: Israel, Italy, Korea, Mexico, Portugal, and Thailand. 10 troupes from various parts of Spain were chosen to join them.
A series of meetings presented interesting topics, including puppet theatre of Quebec, introduction of new publications and the process of artistic collaborations.
The high quality of the productions and the attendance speaks to the expertise of the festival directors.

 

THE TOPic EXHIBITS
The first temporary exhibit at TOPic
displayed the colorful puppetry of Mali. Contemporary Malian puppeteer Yaya Koulibaly loaned some of his puppets along with many traditional figures. Mamadou Samake, President of the UNIMA Commission for Africa, assisted in the research and organization and both attended the opening. The catalog for Puppets of Mali contains numerous marvelous photos and informative essays.

The first “permanent” exhibit of the TOPic collection employs numerous multi-media techniques. The architect who designed the Museum is Dani Freixes. He is from Barcelona and when he was studying architecture he started to love puppetry because of Joan Baixas. He worked with Joan’s company La Claca.

Before entering, visitors press a panel to choose the language for the taped introduction. Red curtains open to admit them and close behind. A small box to the right reveals a mechanized replica of the TOPic mascot, Mariona, a cute little pigtailed girl. She welcomes everyone and gives instructions on proper behavior in a museum.

A set of curtains at the other end opens and visitors enter a glass room with strings of colored lights lining the floor blocks. To the left on a map of the world, red spots appear in synch with a recorded narrative to show where important puppet traditions can still be found. Asked to turn around, visitors face a mirrored wall.

 

As the narrator discusses a specific region, the interior of a glass box illuminates to reveal examples of the puppets mentioned, grouped by country or technique. Video clips are projected on the wall to show puppets in action. The mirrored side wall, floor and ceiling make the wall of lit boxes of puppets seem to extend infinitely. Puppets in the TOPic Museum are really ubiquitous.

Asked to exit, the visitors can now go at their own pace. The long entrance hall contains puppets of all kinds and traditions standing in and on uniform shipping crates as if in a storage room. Shipping tags indicate the country of origin, type of puppet, and sometimes the name of the character and/or the maker. The rest of the exhibit maintains this simple design quite effectively.

The first section and video points out that puppets are fun and universal. Another video demonstrates famous puppet characters and the next, puppets in film and television. The final huge room displays puppets by technique. Shadows line the entrance way. Each of the groupings by technique has a continuous video. A split screen sometimes shows the manipulator or controls of the puppet simultaneous to the moving figures. There are string puppets operated from above including those with rods, rod puppets operated from behind or below, hand puppets and “other” which includes finger puppets, animated objects, and humanettes, among many.


Before the exit, a room designed as a library with giant books lining the wall and seeming to support the clear plastic floor, screens a video emphasizing the common element of puppet shows, the story.

Posters cover one wall of a large room in the center of the museum. In the space of 2 posters, a series of poster images appear on television screens. A cube of building blocks bearing photos of people important to the development of the art stands in the middle of the room. A video of Alexander Calder’s Circus exemplifies famous artists who advanced the art form. An adjacent room holds examples of puppet stages.

 

Throughout the exhibition painted quotes about puppetry appear on walls. Martha Graham received credit for this one: “A puppet is an emotion, a direct feeling, a metaphor, an image that communicates; the puppet moves us, we do not move it.” My favorite was attributed as anonymous but sounds like something Peter Schumann might say: “I know that puppets are essential, for what exactly I don’t know.”


I do know that this exhibit meets the goal of focusing on children with imagination, innovation, and originality. It serves as an entertaining introduction to the art of puppetry.

It demonstrates that puppetry is fun. It does not overburden them with text. Because most of the puppets seem new, puppetry appears to be vibrantly alive and well around the world. I was happy to see a few clips from CPA in the videos. My only concern with the exhibit would be the duration of those videos and limited “standing room only” spaces. In the “library” room a number of children could be seated on the floor.


I personally stood patiently to see every moment of every video and even went through the exhibit twice !

The web site for TOPic is: http://www.topictolosa.com
For catalogs: http://www.cittolosa.com
Booklet on the TOPic: "Un paseo en imágenes por el centro"

 

Nancy L. Staub

 

 

Entre cerros y prados
por Miguel Delgado

Entre cerros y prados los matices del verde, nubes en un cielo que sopla y cambia bruscamente del azul al blanco, que alterna las gotas de lluvia con rayos luminosos de sol. Envuelto por el río, se yergue un pueblo, desde hoy el pueblo donde habitan los títeres.

Siguiendo una céntrica calle, escondida entre portales se cobija una plaza adoquinada y bordada en su interior por columnas y balcones, la plaza porticada de Euskal Herria.
Dentro de ella se levanta la fachada de un antiguo edificio, antiguo como su plaza. Otrora juzgado y cárcel, lapidaria de sueños furtivos donde el poeta tolosarra enterró vivos sus afanes. Allí nace y es palpable hoy el brote de una nueva ilusión, los títeres han tomado el edificio y la plaza y bañan de ensueño toda la ribera del Oria.

 

Ha trocado el TopIc en ilusión todo desatino. Renovado el interior del inmueble y sembrado en sus rincones futuros recuerdos. Habitaciones en forma de museo y salón de exposiciones, talleres para trabajos y cursos de formación, espacios para la creación y convivencia, sala de ordenadores para consulta e investigación, colecciones, centro de documentación, y naturalmente un teatro donde el títere y su titiritero acamparán sus versos.

 

El TopIc de Tolosa da la justa medida al arte de la marioneta ofreciéndole un espacio de trascendencia indiscutible y la equipara por fin con las artes hermanas de la escena, una utopía hecha realidad.
El incesante peregrinar del titiritero por fin encuentra sosiego a su dulce deambular en esta plaza adoquinada de recuerdos. Los títeres tienen un lugar donde germinar sus anhelos.

Miguel Delgado
Calatayud
10 de Marzo de 2010

 

 

Un evento extraordinario
por Carlos Converso

A finales de Noviembre pasado participamos en el Festival Internacional de Títeres de Tolosa, España; el Titirijai 2009, y como siempre disfrutamos del maravilloso ambiente de cordialidad y camaradería entre los participantes propiciado, sin duda, por la visión y generosidad de sus organizadores.

 

Pero este año el festival se vio particularmente engalanado por la inauguración del TOPIC, Centro Internacional del Títere de Tolosa, un lugar único en su género, con una excelente infraestructura, pensado para desarrollar diferentes actividades y trabajos, y sobre todo un extraordinario centro de información de documentos e imágenes.


Sin duda, un gran acontecimiento para el mundo de los títeres; ahora vendrá una tarea importante: su consolidación como centro de presentaciones e intercambios, generador de propuestas y encuentros, espacio de investigaciones y resguardo de valiosos documentos y muñecos.

Será, ciertamente, un núcleo vital y útil para el teatro de títeres del mundo, que a su vez, nos compromete a todos a participar.
¡ Felicidades Miguel e Idoya, artífices principales, y a todo el equipo !

 

Carlos Converso
Xalapa - Veracruz, México

 

 

Le TOPIC
por Mamadou Samaké

Depuis le 27 Novembre 2009 le gigantesque projet de création d’un Centre International de Marionnette (TOPIC) à Tolosa, Espagne, est une réalité. Le mot sonne désormais dans le monde de la marionnette comme une référence, un repère, un symbole...
C’est bien une référence, le TOPIC, parmi les réalisations connues pour le développement des arts de la marionnette, un repère pour la découverte de la marionnette dans sa pluralité, un symbole de l’universalité de la pratique.

 

 Le TOPIC est une institution scientifique et culturelle qui se place à la croisée de toutes les activités liées à la pratique des arts de la marionnette. Il sert de lieu de recueillement pour les spécialistes et non spécialistes, jeunes et moins jeunes, en quête de loisir sain. Il peut accueillir les théoriciens de tout bord et les praticiens de toutes les catégories et de tous les styles. Chacun y trouve son compte à travers un musée ultramoderne, un centre de documentation doté d’un espace de consultation et des bureaux, une résidence pour chercheurs et créateurs; une salle des spectacles et une scène annexe pour la création de spectacles, et un réfectoire.

Le Musée était au centre de l’évènement de l’inauguration ce 27 Novembre au soir, à Tolosa. Il est composé d’une salle permanente, d’une salle temporaire et d’une réserve qui participe à l’animation en montrant son contenu à travers les vitres.

La salle permanente entraîne le visiteur dans les méandres de l’histoire de la marionnette traditionnelle et contemporaine. La visite commence ici par une narration télévisuelle à multiples écrans synchronisés qui nous fait voyager dans le temps, d’un pays à un autre et d’un continent à un autre, avant de mettre le visiteur en contact avec les témoignages matériels provenant de partout.

 

 L’Afrique était à l’honneur dans la salle temporaire avec cette première exposition consacrée au sogobo : théâtre traditionnel de masques et de marionnettes du Mali. C’était une exposition assez représentative qui ne s’est guère embarrassée de soucis de classification ou de démarche scientifique. Et la présence de quelques copies n’enleva rien de la qualité de cette belle exposition, qui a eu le mérite de nous présenter quelques marionnettes exceptionnelles, comme Sia Yatabari.

C'est une marionnette presque disparue de la scène qui évoque une page importante de l’histoire de la république du Mali: le déclin de l’empire du Ghana (IVième Siècle avant J. C. - XIième Siècle).

 

Mamadou Samaké

 

 

“Vadete et Applaudite !”
por Maryse Badiou

Se necesitan ideales, poderes de comunicación, tenacidad, paciencia y decenios de esfuerzos para llevar a cabo un espacio de nueva planta como el del TOPIC, inaugurado en el marco del Festival de Titirijai, el 27 de Noviembre de 2009, en la ciudad guipuzcoana de Tolosa.

 

Dedicado, principalmente, al arte de los títeres, marionetas y sombras, el TOPIC, producto de unas voluntades artísticas y políticas felizmente reunidas, ya tiene en sus manos los instrumentos necesarios para convertirse en el segundo Centro Internacional del Títere de Europa, gracias al equipo fundador, dirigido por Miguel Arreche alma del proyecto desde sus inicios, y su codirectora Idoya Otegui.

 

El TOPIC, un conjunto de 3600 m2 repartidos en cinco plantas; un teatro de 250 localidades, salas de ensayos, un museo, con exposiciones permanentes y temporales, planteado como una puesta en escena dinámica de la tradición y de la modernidad, un centro de documentación que ya luce una mediateca y un fondo documental envidiable que se puede consultar a través de su base de datos; siguen espacios para talleres, cursos, reuniones, debates, conferencias y destacan, entre otros, la librería especializada y la residencia para artistas e investigadores.

Todo parece existir allí para promover el encuentro, el diálogo, el puente que une a prácticos y teóricos, así como a los profesionales y al público diversificado de la calle.
Allí, parecen existir las condiciones óptimas para que pueda constituirse un vivero de creadores pluridisciplinares, abiertos al intercambio, tal como lo hemos podido experimentar el día de la presentación de nuestro libro, Sombras y marionetas. Tradiciones, mitos y creencias: del pensamiento arcaico al ROBOT sapiens (4.XII. 2009).

 

Gracias a la capacidad de adaptación de Miguel Arreche que, en el último momento, ha modificado eficazmente el calendario de sus actividades paralelas para programar la presentación de esta publicación salida poco días antes de Prensas Universitarias de Zaragoza, he podido apreciar la magnifica plataforma de campos de experimentación que ofrece el TOPIC, el cosmopolitismo ambiental, el clima de trabajo constructivo, vivificante, incitador de nuevos proyectos, y comprobar sin restricciones que se convierte, desde ahora, en una referencia ineludible del panorama mundial.

 

Maryse Badiou
Barcelona, 7 de Marzo de 2010

 

 

 

Tolosa, una ventana a los títeres
por Joaquín Hernández

Si algo me gusta sobremanera del Festival de Tolosa son las exposiciones dedicadas al país invitado. Una oportunidad única de ver el arte titiritero que en diversos momentos se ha realizado en ese país.

Pero este año el gran acontecimiento era la inauguración de TOPIC, así que mis focos de atención preferente se triplicaron: el museo y la exposición temporal de marionetas de Malí, en el TOPIC; y la exposición “Ventana al títere de Québec” (invitado este año del festival), en el Palacio de Aramburu.

Hubiera estado todo el tiempo haciendo fotografías y contemplando marionetas, si no fuese porque también había que ver espectáculos y compartir momentos con amigas y amigos titiriteros.

   

Recomiendo la visita al museo, a parte de lo exhibido en él, es atractivo en si mismo por su diseño; el empleo de paredes de espejos hace sentirse constantemente rodeado de títeres, a la vez que el espacio se percibe más amplio. Merece la pena.

 

Joaquín Hernández
(Consejero de UNIMA España y coordinador de la revista Fantoche)
Siero, 13 de Marzo de 2010

 

 

 

No paré de llorar
por Fabrice Guilliot

Es la segunda vez que tanto me hace llorar la marioneta.
La primera vez fue cuando he visto un titiritero, amigo mio, enfermo, sufriendo del corazón, salir especialmente del hospital para, en respecto a su publico, venir actuar en una carpa del festival de Charleville. Todavía el recuerdo de este momento me hace llorar.

 

La ultima semana de Noviembre 2009, me occurió lo mismo, llegando a Tolosa.
Claro, ya sabia que iba a atender un evento mundial, a ver algo increíble; pero, realmente, la emoción me apretó la garganta, las lagrimas salieron sin medio de pararlas cuando descubrí, a la inauguración, el TOPIC.

 

Escondido detrás de la fachada de un antiguo palacio de justicia, que te engaña con su dos filas de ventanas, entré en lo que, modestamente, sus instigadores llaman el más grande centro de documentación de Europa; pero por seguro, queda el más lindo del mundo.

 

En la planta baja, una sala de 250 sillones, tan grande que, a cabo de un momento, te dices que ella puede contener el edifico, por lo menos el antiguo palacio.
Las paredes de madera, pareciendo al interior de un immense nave listo para llevarte hacia países mágicos, una escena giratoria, cada asiento equipado de una mesita con enchufe informativo permitiendo organizar encuentros internacionales con traducción simultanea; realmente no debe existir otro teatro de este tamaño unicamente dedicado al títere en el mundo.

 

Al segundo piso, desde un balcón, tienes vista, gracias a un escaparate gigante, sobre el almacén donde las 1500 marionetas de la colección se descansan entre dos exposiciones temporales.
También alli se puede tomar un vaso, en el salón Ambigu; sencillo pero bien ubicado para compartir con amigos la magia del lugar.

 

Subir al tercer piso te da acceso a la sala donde, 3 veces al año, se organizara exposiciones temporales. La de Mali, que abrió la temporada inaugural, presentaba los tesoros de un arte milenario, rico de tradición y colores. Algunas marionetas te confirman, si no ya lo sabias, los líos de África con el Mamulengo Brasilero.

Pero, a este nivel, sobretodo, se encuentra el corazón, la joya del Topic; lo que por si mismo, te da gana de viajar hasta el país vasco. Se llama la "Casa de los Títeres", el Museo.
Una vez acogido por Mariona, la mascota del Topic, entras en otro mundo, en otra dimensión. En una escenografia extraordinaria, el visitor camina en espacios donde el uso del espejo amplia hasta el infinito el volumen de las piezas.
Son muros sin cimientos y tampoco techos, estanterías llenas de marionetas, pisos de vidrios sostendidos por pilas de libros.
Sin ningun escaparate para poner trabas entre la gente y ellos, todos los títeres quedan como si un titiritero, terminando su función, acababa de dejarlos alli, solo cuidando a arreglarlos por tipo de tecnica, para enseñar lo que es el guante, el hilo o las sombras.

 

El cuarto piso se dedica a la documentación, con salas donde los chicos pueden familiarse con la construcción. Un sala de consulta, con computadoras permite leer, digitalizados, todos los libros que tiene este centro, rico de tantos documentos preciosos como primera edición de Teatro de Guignol, libros en todos idiomas tan exoticos como el Persano o el Indonesiano.
Como compré algunos libros para esta biblioteca, fui invitado a poner los primeros libros sobre las estanterías. Era un gesto muy sencillo de Miguel y Idoya, pero un grande momento simbolico para mi, de estos recuerdos que no se pueden olvidar.

 

Nada parece olvidado en el TOPIC, hasta habitaciones para investigadores o un plató video que se usara para intercambios con otro lado del mundo.
Aunque, segun sus directores, no es un centro de enseño, más destinado al publico, al descubrir del arte del títere, queda seguro que, peleandose, muchos maestros quisieran dar talleres alli, aprovechando instalaciones unicas en el mundo.

 

Todavia emocionado, pero más quieto, mis pensamientos van hacia Miguel Arreche y Idoya Otegui. Ellos, sin duda, pertenecen a esta casta de personas que, además de mover las montañas por ellos mismos, te da gana de venir a ayudarlos, dejandote orgulloso de haber llevado un minusculo ladrillo a la obra.

 

Fabrice Guilliot
Charleville
26 de Marzo de 2010

 

 

 

Era una vez ...
por Susanita Freire

Yo nunca habia estado en Tolosa, era mi primera vez....
Llegué emocionada, porque ya habian pasado tantos años queriendo visitar la ciudad con su famoso Festival Titirijai y comer las alubias tolosanas, tan famosas como el frio y la lluvia de estas tierras.

Durante nuestros encuentros en festivales, Idoya y Miguel ya habian desplegado, en varias oportunidades, su plano de la construccion del TOPic y habíamos conversado sobre las dificultades y la ilusión de poder inaugurar esta utopía, en la fecha programada. Pero una cosa es ver en un papel la idealizacion de un proyecto y otra cosa es ver la obra, en persona.

Un dia antes de la inauguración oficial, cuando llegué, todavía había gente dando retoques en la pintura de las paredes....
El edifico es impresionante, todo se ha pensado en los mínimos detalles, el museo, el teatro, la biblioteca, el centro de documentación, oficinas, tienda de venta de libros, espacios para talleres y hospedaje para los artistas.
Un verdadero proyecto del siglo XXI, por y para los títeres, realizado con buen gusto y especial cariño.

 El edificio está situado en una plaza adoquinada , cuadrada y antigua que mantiene todos los sábados, una feria de estilo medieval, donde encuentras lo que se te ocurra. Desde chorizos, quesos y aceitunas hasta medias de lana y juguetes.
Es el futuro y el pasado conviviendo, lado a lado.

 

Volveré al TOPic para visitar la biblioteca, los amigos y comer esta fabulosa coliflor futurista con una buena sidra.

Eskerrik Asko, Idoya y Miguel !

 

Susanita Freire
Rio de Janeiro
10 de Marzo de 2010

 

 

 


 

Dossier publicado en la Hoja n° 20 de Julio 2010

 

El Museu da Marioneta de Lisboa
por Toni Rumbau

 

En el ecosistema de los centros institucionales dedicados a la Marioneta en la Península Ibérica, el Museu da Marioneta de Lisboa se sitúa como uno de los más interesantes a tener en cuenta, junto con el flamante TOPIC de recién abertura, el Centro de Lleida que pronto le irá a la zaga, y tantos otros centros, teatros y festivales que en ella florecen desparramados por su variopinta geografía.

 

Aunque los inicios del Museu fueron en 1987 cuando estuvo situado en un pequeño local del Barrio do Castelo, por encima de Alfama, desde el año 2001 que se halla ubicado en el Convento das Bernardas, en la Rua da Esperança nº 146.br> Se trata de un bello edificio de la segunda mitad del siglo XVII que llegó a finales del siglo XX muy degradado, con todas sus dependencias divididas y ocupadas en pésimas condiciones, hasta que el Ayuntamiento decidió intervenir, con importantes trabajos de restauración tras decidir que en él se ubicaría el nuevo Museu da Marioneta, que de manos privadas pasó a ser de propiedad y gestión municipal, lo que le garantiza su solvencia y continuidad.

 

Actualmente está dirigido por María José Machado Santos que dispone de un eficiente equipo de ocho colaboradores, siete de ellos mujeres, lo que sin duda explica el impecable funcionamiento del Museu y de sus muchas actividades.

 

La historia del Museu se remonta a la compañía Marionetas de Sao Lourenzo, creada por Helena Vaz y José Alberto Gil, quiénes decidieron en 1987 abrir un local dónde exhibir sus propias marionetas así como la colección que con los años había ido formando de títeres procedentes del mundo entero.
Pronto se vio la necesidad de por un lado ampliar el espacio de exhibición y por el otro lado asegurar su futuro, para lo que se encontró la solución antes expuesta de reubicarlo en el Convento das Bernardas.
Para ello, el Ayuntamiento se hizo con otras importantes colecciones de marionetas, especialmente de títeres procedentes de algunas de las compañías portuguesas más importantes de finales del XIX y primera mitad del XX.

 

El Museu dispone de una buena parte de la planta baja del Convento, de su iglesia convertida en un precioso teatro polivalente para unos ciento veinte espectadores, y de la magnífica y marmórea escalinata de la entrada, que por si sola constituye una de las mayores atracciones del lugar.br> El espacio que no es la capilla se divide en una ala para las oficinas y otra para las salas dónde se exponen las marionetas.

 

Es evidente que el espacio, aun siendo grande y adecuado a las actuales colecciones expuestas, alcanzará pronto sus límites, de modo que lo propio será que poco a poco el Museu vaya ocupando las demás dependencias del edificio. Esperemos que tenga suerte en su natural expansión estratégica.

 

Junto a la colección permanentemente expuesta, el Museu organiza exposiciones temporales dedicadas a la marioneta pero igualmente a las artes afines de la animación visual (pues el Museu también acoge el género del llamado “cine de animación”).br> Por ejemplo, en la actualidad puede verse una preciosa exposición dedicada a los 17 años de la compañía de marionetas A Tarumba, en la que los visitantes pueden recorrer la trayectoria de este grupo a través de un itinerario que en si mismo constituye ya un verdadero espectáculo.br> Inaugurada el 22 de julio, la exposición puede verse hasta el 10 de Octubre de 2010.

 

También acoge el Convento das Bernardas, en sus dependencias más bajas a ras de suelo de la Rua da Esperança, el llamado CAMa (Centro de las Artes de la Marioneta), el activo centro creado por Luís Vieira y Rute Ribeiro de la compañía A Tarumba, la cual tiene está instalada también en esas dependencias.
El CAMa dispone de un importante Centro de Documentación que acoge una de las bibliotecas de libros sobre títeres más completas de la Península.
Un fondo abierto a los estudiosos y que pronto podrá consultarse por Internet. Este centro es también el organizador del Festival Internacional de Marionetas e Formas Animadas de Lisboa (FIMFA).
El festival, que tiene el Museu como sede principal (tanto la capilla como el claustro son lugares habituales de representación junto con otros teatros de la ciudad), constituye un magnífico complemento de éste, pues durante el mes que dura el Festival, el lugar se anima extraordinariamente, con concurrencia diaria de público, y se convierte en lugar de encuentro de titiriteros, programadores y espectadores. La simbiosis Museu-Festival es perfecta y demuestra la inteligencia estratégica de los directores de ambos, que saben aunar las naturales energías de los dos proyectos.

 

Las colecciones
Al visitante que entra en el Museu se le invita a seguir un itinerario que lo llevará de los orígenes extremo orientales del género hasta las colecciones de títeres portuguesas del siglo XX.
De aquí pasará a las salas dónde se encuentran las marionetas de S.Lourenzo para acabar finalmente en unas dependencias dedicadas al cine de animación.
Si la entrada se encuentra al final de la noble escalinata de mármol del Convento, la salida es por el claustro del mismo, precioso patio que constituye un verdadero remanso de paz y lugar ideal para recapitular y volver a la realidad, tras el intenso recorrido por los mundos arquetípicos e imaginarios de la cultura humana.

 

El Museo posee una vasta colección de marionetas orientales, de Indonesia (Java y Bali), Tailandia, Birmania y China.
De ellas se exponen un conjunto de marionetas de Java, Wayang Golek, marionetas de madera manipuladas con varilla, de las que destacan por un lado las Gambiong, una hermosísimas bailarinas con las que se iniciaban los espectáculos, y un grupo bastante raro de marionetas con piernas perteneciente a este grupo.
También podemos ver en la entrada dos marionetas de Tailandia, un Hanuman (mono) y un guerrero, de atractivas formas y medidas.

 

Posee también el Museu una buena colección de marionetas y máscaras de Sri Lanka, que en su día fueron motivo de una exposición temporal.
De ellas se exponen un impactante demonio, algunas máscaras orientales seleccionadas por su impacto y una preciosa máscara de elefante que impresiona por la delicadez de su forma y decoración.
También pueden verse algunas de las preciosas marionetas de agua del Vietnam, con un video que muestra una representación de las mismas.

 

Tras pasar por unas vitrinas dónde se puede ver una buena representación de siluetas de teatro de sombras tanto chinas como de Indonesia y Turquía, que sitúan al visitante en los mismos orígenes del teatro, llegamos a una sala dedicada a los personajes del teatro de títeres popular europeo: algunos Polichinelas (Punch, Polichinelle, …), Guiñol y los Pupi de Palermo.
Siguen luego unos Mamulengos de Brasil, pocos pero muy hermosos.

Entramos entonces en una de las partes que a mi me parecen más interesantes del Museu, la dedicada a las marionetas populares portuguesas de principios del s.XX.
Tras unas referencias a los Robertos y a los Bonecos de Santo Aleixo (con un sugerente retablo vacío de muñecos que muestra los hilos con los que esta tradición solía cubrir la boca del teatrillo, para que no se vieran las varillas de los muñecos), tropezamos con las marionetas de Faustino Duarte.
Por de pronto, hay que fijarse en la vieja fotografía que muestra al titiritero con su compañía y sus músicos: una imagen que nos habla de otros tiempos y otros estilos que sin embargo están muy cerca de nosotros, en el tiempo y en el espacio.
Son unos pocos títeres los que se muestran de Duarte, pero impactantes y poderosos, como el policía con bigote, o el impresionante matrimonio ya de una cierta edad, dos joyas escultóricas de una fuerza sobrecogedora.

 

Sucede luego un cuadro que sin duda constituye una de las joyas del museo: la procesión de semana santa compuesta por 18 muñecos, obra del titiritero Manuel Rosado.
¡ Qué maravilla de muñecos y que gracia el conjunto que parece estar moviéndose en su marcha eterna por las calles de cualquier ciudad de Portugal !
Toda una representación de tipos populares de otra época antigua cuyas caras tienen un estilo muy propio, todas rollizas y llenas de vitalidad.
Cuando luego se ve una fotografía de Manuel Rosado, se comprende el porqué de estas caras: ¡ son como las de su creador, orondo y contento de ser lo que era ! Observar el conjunto de las marionetas de Manuel Rosado es una verdadera gozada y uno puede quedarse horas detenido ante ellas.
Las fotografías del titiritero con su mujer y con el pabellón dónde montaba su teatro en las ferias a las que solía acudir, son también dignas de ser vistas una y otra vez.
Lástima que no exista ningún documento filmado de estas marionetas, aunque ver las figuras del torero, del “fandangueiro”, de las máscaras, o del diablo, nos hace pensar en un teatro lleno de fuerza y de humor, con números clásicos como la “tourada”.

 

Siguen luego más imágenes fotográficas y marionetas de otros titiriteros de los que iban por las ferias, como Joanquim Pinto y Henrique Duarte, hijos de Faustino Duarte, que manejaban tanto marionetas de guante como de hilo.
En la foto se ve al viejo titiritero manipulando una típica calavera de hilo, mientras a su lado, un joven Joaquim Pinto lleva un Roberto en la mano con una estaca de armas tomar.
Se nota que movían marionetas de hilo de un cierto virtuosismo y de una gran belleza, como se constata con la hermosa figura de la Viuda Carolina.
El títere que representa a un soldado, y luego la marioneta que dice ser un policía, son igualmente impactantes, con unas caras de borrachín uno y de sanguinario el otro, que nos hablan tanto del mundo del Guiñol francés como de los títeres del Bululú narrados por Valle-Inclán en los Cuernos de Don Friolera.

 

Sin duda este capítulo de los titiriteros de finales del XIX y principios del XX, que iban de feria en feria convertidos en potentes empresarios e instalados en pabellones, en los que lucían incluso de orquesta, constituye un material que jamás había visto en ningún museo de España.
Como cuenta Luís Vieira en el catálogo del Museu, citando una entrevista que Henrique Delgado hizo a Joaquim Pinto, “su pabellón tenía cerca de 20 metros de largo por 7m de ancho.
El éxito del número tradicional de la danza del esqueleto con la Viuda Carolina era tal, que llegó a representarla durante 16 horas seguidas.
Los espectáculos estaban representados por tres “palhetas” (tres titiriteros provistos de “lengüeta”) y dos ayudantes, además de tener una pequeña orquesta constituída por un trombón, una concertina, un saxofón, un acordeón y una trompeta”.

 

Seguramente las compañías que recorrían las ferias en España serían muy parecidas a las de Portugal (cuando no las mismas en algunos casos), y sería fantástico encontrar testimonios y documentos de esta época tan poco conocida del titeritismo ibérico.
Dos obras a salir pronto llenarán este vacío: el esperado libro de Adolfo Ayuso sobre la historia de los títeres populares en España, y el libro sobre los títeres de ferias de Rute Ribeiro que aparecerá en Noviembre de 2010.

 

Una vitrina en la sala siguiente muestra el trabajo de una titiritera portuguesa que fue pionera en su momento en la creación de espectáculos de títeres de calidad: Maria Emília Perestrelo.
Por lo visto, su influencia fue grande, y sus títeres, hechos de tela rellena, muestran un dominio increíble de este tipo de material, capaz de modelar rostros de una enorme fuerza y personalidad.
El trío de señores que parecen asistir a una importante reunión parlamentaria no tiene desperdicio.

 

A continuación viene el teatrillo dedicado a las marionetas de Mestre Gil, situado enfrente de las de Perestrolo. Se trata del primer caso de una compañía de títeres de creación, formada por Augusto de Santa Rita (1888-1956), hermano de Santa Rita pintor, amigo de Fernando Pessoa y miembro del equipo de redacción de la revista Orpheu.
Sorprende la calidad de los títeres de la compañía, por lo visto obra del artista Júlio de Sousa, también hechos de tela rellena y compuestos a base de botones, originales cosidos y pinturas.
La primera impresión, al verlas, es de deconcierto, pero a la que te fijas, se percibe el increíble trabajo artístico de su constructor.
Esta compañía se instaló primero en el Café do Coliseu dos Recreios, aunque después estuvo también en la conocida Feria Popular de Lisboa (hoy desaparecida).

 

Un capítulo aparte es el teatro de la marionetista y escritora Lilia da Fonseca, y su famosa compañía llamada O Teatro de Branca-Flor. Según cuenta Rute Ribeiro, fue pionera en el teatro de títeres para niños en Portugal, siendo una persona muy querida en el país.
Tomó posiciones contra la dictadura, lo que la llevó a una cierta marginación. El Museu da Marioneta le ha dedicado una de sus exposiciones temporales en colaboración con el Museu Nacional do Teatro de Lisboa, poseedor de parte de su legado.
Lilia de Fonseca creó el primer centro de Unima de Portugal en los años sesenta y participó en algunos festivales internacionales de títeres.

 

Las Marionetas de S.Lourenzo
Las salas dedicadas a las marionetas de la compañía S.Lourenzo, construídas por Helena Vaz, constituyen sin duda uno de los platos fuertes del museo, dada la calidad de estas figuras, de caras y manos de cerámica y cuerpos cubiertos con elaboradísimos vestidos.
Como antes se ha dicho, el mismo Museu nació para dar un sitio a las marionetas de la compañía, conscientes del valor que tenían en si mismas.

 

Fundada por el músico José Alberto Gil y la escultora Helena Vaz, la compañía Marionetas de S.Lourenzo tomaron como fuente de inspiración y punto de partida la ópera bufa del siglo XVIII y muy especialmente las obras de Antonio José da Silva “O Judeu”, una gran parte de las cuales pusieron en escena (aunque también representaron obras de Gil Vicente, entre otros autores).

Fundada por el músico José Alberto Gil y la escultora Helena Vaz, la compañía Marionetas de S.Lourenzo tomaron como fuente de inspiración y punto de partida la ópera bufa del siglo XVIII y muy especialmente las obras de Antonio José da Silva “O Judeu”, una gran parte de las cuales pusieron en escena (aunque también representaron obras de Gil Vicente, entre otros autores).
Seguramente su mayor atractivo es haber conseguido un teatro popular de marionetas (utilizaron incluso un carro tirado de un caballo como escenario) desde presupuestos culturales de muy alta calidad, tanto en la confección de los muñecos como en la misma representación, con cantantes y músicos en escena.

 

Las marionetas eran manipuladas directamente por el manipulador cubierto de negro según una forma simplificada de “Bunraku”.
Impresionan los rasgos de los muñecos, que parecen muchas veces retratos mortuorios de los personajes, pero aún así llenos de vida y fuerza expresiva.
Puedo dar fe de la eficacia teatral de estas marionetas porque con esta compañía nos iniciamos Mariona Masgrau y yo en el Teatro de Títeres en el año 1975.

 

La compañía dejó de actuar tras la muerte de su director, José Alberto Gil.

 

La visita al Museu acaba con una sala dedicada al cine de animación, con la reproducción de un plató especialmente pensado para este tipo de cine.

 

Adjuntamos unas imágenes en video del Museu da Marioneta divididas en tres partes:
1) Entrada del Museo, algunas marionetas de Extremo Oriente, Mamulengos, Robertos, Bonecos de Sto. Aleixo y títeres de Faustino Duarte.
2) Títeres de Manuel Rosado, Joaquim Pinto, Henrique Duarte, Lena Perestrelo y Maestro Gil.
3) Marionetas de S.Lourenzo.

 

Museu da Marioneta
Convento das Bernardas
R. da Esperança, Nº 146
1200-660 LISBOA
Tel: +351 213 942 810
Fax: +351 213 942 819
Email: museudamarioneta@egeac.pt

Web: http://www.museudamarioneta.egeac.pt

 

 

Este reportaje forma parte del proyecto de Toni Rumbau
"Rutas de Polichinela - Títeres y Ciudades del Mundo".

 

 


Dossier publicado en la Hoja n° 21 de Diciembre 2010

La Hoja del Titiritero agradece a Guadalupe Alemán Ramírez y Simón Álvarez Alemán que autorizaron la publicación del texto y fotos de su ponencia, enviada por nuestras colaboradoras Cecilia Andrés, del grupo Gente de teatro de títeres y  Lourdes Aguilera, miembro de la Unima México.

 

En el pasado XXV Festival de Títeres en Tlaxcala, tuvimos el enorme placer de participar en un reconocimiento que se les dió a las personas e Instituciones que han apoyado este evento en todos los años que ha durado, entre las cuales estuvo presente la UNIMA-México, lo cual nos ha llenado de orgullo.
Pero aún más satisfactorio ha sido que estuvieron presentes Los Creadores Fundadores de este proyecto: Guadalupe Alemán Ramírez, Alejandro Jara Villaseñor, actualmente radicado en Venezuela y Simón Alvarez Alemán.

Comparto esta ponencia de Guadalupe, donde narra sintéticamente como nació y creció este proyecto, con la intención de informar y de rendir un homenaje a estos teatreros que trabajaron muy duro durante muchos años para realizar un sueño que nos ha beneficiado principalmente a todos los interesados en el Arte de los Títeres y que permitió comunicar abiertamente una parte importantísima de la historia de México, como lo es la Compañía Rosete Aranda.
Lourdes Aguilera

 

XXV Edición del Festival Internacional "ROSETE ARANDA" de Tlaxcala
Su historia

por Guadalupe Alemán Ramírez y Simón Álvarez Alemán

 

La tradición del arte de los títeres, tiene hondas raíces en el estado de Tlaxcala. Se sabe que desde tiempos prehispánicos en Cacaxtla, los olmeca-xicalancas utilizaban muñecos articulados en sus ceremonias rituales. Considerado un arte universal que con su esencia nos remonta a nuestros orígenes prehispánicos como una manifestación del hombre, inicialmente en el rito y posteriormente en las artes escénicas.

 

Con la llegada de los españoles nuevas técnicas y conceptos fueron introducidos a nuestro territorio, mismas que fueron apropiadas y reinterpretadas por las sociedades indígenas mesoamericanas. Durante la época colonial llegaron a la Nueva España diversas agrupaciones de titiriteros que sin duda dejaron profunda huella e importantes influencias en la población.
Sin embargo es hasta el año 1835 cuando en Huamantla, Tlaxcala, surge una Compañía Mexicana de Títeres de la Familia Rosete Aranda, sentando así las bases para que posteriormente surgiera la "Compañía Nacional de Autómatas Hermanos Rosete Aranda", llegando a ser la agrupación más importante de latinoamérica.

 

En los años de 1983 y 1984, Alejandro jara Villaseñor, Guadalupe Alemán Ramírez y Simón Alvarez Alemán, grupo "Tiripitipis" trabajaron en el Proyecto "Sensibilización, Apoyo y Promoción de Actividades Teatrales en Comunidades Tlaxcaltecas, patrocinado por el Instituto Nacional de Educación para los Adultos, en pueblos muy marginados en donde el INEA tenía instaladas Salas de Lectura para apoyar la alfabetización, se crearon seis grupos de teatro campesino que daban funciones en su propia comunidad, pero también salían a represen tar las obras en los poblados vecinos. En los pueblos que se llegaba se recopilaba información de la cultura popular del lugar, para que fuera publicada en la Revista del INEA o en ocasiones convertir la en un producto escénico. A partir de esa experiencia hubo interés por la investigación de la Historia de Tlaxcala, se leyó lo poco que había de Miguel N. Lira.
Con la guía del maestro Desiderio H. Xochitiotzin, se hurgó en el siglo XVI y de manera natural se llegó a la información de la familia Rosete Aranda,causando asombro la historia de esta Compañía, la conclusión fue que la tradición estaba casi desaparecida.

 

 

 

Por tal motivo se decidió elaborar el primer proyecto para un Festival de Títeres en el estado de Tlaxcala, fue firmado el 14 de junio de 1983 por Alejandro jara Villaseñor y Guadalupe Alemán Ramírez "Grupo Tiripitipis" y se presentó al Ing. Alfredo Vázquez Galicia, Secretario de Extensión Universitaria de la Universidad Autónoma de Tlaxcala; al C.P. Alejandro García Arenas, Director de Turismo del gobierno de Tlaxcala y al Lic. Eugenio Romero Melgarejo, Jefe de Cultura de la Delegación del ISSSTE en Tlaxcala.

 

Gracias a la sensibilidad y amplio apoyo de estos tres funcionarios públicos y a la solidaridad de los maestros Francisco Rosete Aranda, Gilberto Ramírez Alvarado "Don Ferruco", Roberto Lago, y la Unión Internacional de la Marioneta se inician los Festivales de Títeres en Tlaxcala.

 

Los festivales nacieron de nuestro andar por la tierra tlaxcalteca, la tierra como sustancia universal, fecundada por la lluvia, simboliza la función maternal y ella la tierra dio vida a los Festivales, ¡ por eso echaron hondas raíces ! ya que una de las relaciones primordiales, que el hombre siempre ha tenido con la realidad que lo rodea ha sido la comunicación con lo divino, por eso, hoy día, estamos festejando un cuarto de siglo de la fiesta de los títeres en Tlaxcala.

 

A veces hay que recurrir al misticismo y al simbolismo y adentrarnos en su misterio... para seguir acercándonos a la memoria ancestral de nuestros pueblos...

 


Guadalupe Alemán Ramírez en
su andar por la tierra Tlaxcalteca

 

Los objetivos que se plantearon desde el primer festival fueron los siguientes:
a) Que el pueblo de tlaxcala conociera la importancia de la compañía Rosete Aranda.
b) Motivar la creación de grupos estatales de teatro de títeres.
c) Preservar y difundir el arte mexicano de los títeres.
d) Propugnar por hacer de tlaxcala uno de los principales centros titiriteros del mundo.
e) Ofrecer nuevas alternativas estéticas y de reflexión al movimiento titiritero nacional y latinoamericano.
f) crear la escuela mexicana del títere.

 

Y los objetivos poco a poco se van cumpliendo y del 5 de agosto al 2 de septiembre de 1983, (un mes) damos luz al primer festival del títere en Tlaxcala, (llegamos a 4 poblaciones) como todo parto natural fue doloroso, nació pobre el chamaco, los recursos eran escasos, el primer cartel lo hicimos manuscrito, fuimos hasta México a conseguir los capelos, montamos la exposición, algunas noches trabajábamos hasta la madrugada, hacíamos grandes cacerolas de comida para los grupos invitados, elaboramos un folleto para mostrar como se construye un títere, impartíamos los talleres, transportábamos a los grupos en los lugares en donde debían dar función, fungíamos como maestros de ceremonia, en los pueblos nos subíamos a los árboles a colocar las escenografías, hacíamos la publicidad con perifoneo, dábamos entrevistas,barríamos los lugares a donde llegábamos a dar función, en Huamantla no teníamos como transportar los capelos y títeres para montar la exposición en la Colecturía y la policia nos prestó una camioneta le llamaban "Julia" y tuvimos que viajar como lo hacían los guardianes del orden afuera del transporte, en la parte de atrás aferrados a un tubo, porque adentro iba todo el material y no había sitio para nosotros, estaba lleno de títeres. Trabajábamos los tres con la consigna "la función se tiene que dar y la exposición se debe inaugurar".
El Gobernador Constitucional del estado de Tlaxcala era el Lic. Tulio Hernández Gómez).

 

En 1984, organizamos el segundo festival de títeres en tlaxcala, del 8 de junio al 7 de julio 1984 (un mes) (llegamos a 7 poblaciones) apoyados por el Instituto Tlaxcalteca de la Cultura y el Instituto nacional de Bellas Artes. En esta ocasión también el presupuesto era escaso, pero contamos con la solidaridad del Maestro Desiderio H. Xochitiotzin, quien sin cobrar, diseñó el cartel, aunque nuevamente la programación se tuvo que hacer en letra manuscrita y en un papel muy económico, pero muy económico, sumamente económico. El Gobernador Constitucional del estado de Tlaxcala, era el Lic. Tulio Hernández Gómez)

 

      
Guadalupe Alemán Ramírez, Alejandro Jara Villaseñor y Simón Álvarez Alemán al concluir el montaje de la primera exposición de títeres (1983)

 

Y el festival se ausenta de Tlaxcala durante tres años, pero nosotros sus fundadores seguimos abonando en el terreno de lo que amamos y sabemos hacer, el arte y en año de 1985 Guadalupe Alemán abrió las puertas a la comunidad estudiantil del taller de teatro del Plantel 01, del Colegio de Bachilleres Tlaxcala, quien ha dado al Estado los profesionales del teatro más comprometidos con su tierra. Y Alejandro Jara Villaseñor al frente del grupo "Tiripitipis" siguió dando funciones por todo el territorio tlaxcalteca.

 

El siguiente año de ausencia 1986, fuimos invitados por Celia Flores Macías a la toma de protesta del Presidente muncipal de Huamantla Fernando Flores macías y entregamos una carta, firmada por Alejandro Jara Villaseñor y Guadalupe Alemán Ramírez proponiendo la creación de un Museo del Títere en Huamantla.

 

En 1987, la esperanza no se perdía de darle continuidad a los Festivales y se empezó a compartir la idea de la creación de un Museo con Don Panchito Rosete Aranda,con los Maestros Gilberto Ramírez Alvarado, Roberto Lago y con el coleccionista de títeres Miguel Nárvaez.

 

 

Y en 1988 organizamos el tercer Festival de Títeres Rosete Aranda ( del 15 al 31 de julio) (15 días ) (llegamos a 14 poblaciones) apoyados por el Instituto Tlaxcalteca de la Cultura y el ISSSTE. (la Gobernadora Constitucional del Estado era la Lic. Beatríz Paredes Rangel)

 

En 1989, organizamos el cuarto Festival de Títeres Rosete Aranda, (del 31 de julio al 30 de septiembre ) (dos meses) en este año llegamos a 40 poblaciones apoyados por el Consejo Estatal de Cultura, El Instituto Tlaxcalteca de la Cultura y el ISSSTE.
Se formó un grupo de titiriteros Tlaxcaltecas y con la asesoría de Don Panchito Rosete Aranda se participó en la edición 17 del Festival Internacional Cervantino de Guanajuato, con el espectáculo "Las Auténticas Marionetas Rosete Aranda".
La Gobernadora Constitucional del estado de Tlaxcala era la Lic. Beatríz Paredes Rangel.

 

Y en 1990, con el apoyo de los maestros Gilberto Ramírez Alvarado y Roberto Lago, hicimos trámites ante el Instituto Mexicano del Seguro Social que organizaba un Festival Internacional de Títeres en el Distrito Federal, para que los grupos participantes hicieran una extensión de sus presentaciones en Tlaxcala, fueron semanas y semanas de ir a México, de hacer antesalas, solicitar audiencias, recuerdo muchos días que llegábamos muy temprano y nadie nos recibía, salíamos a comer y regrasábamos a seguir esperando, hasta que nos abrió la puerta de su oficina la Lic. Susana Rodríguez, que nos brindó todo su apoyo; y de esta manera el festival en nuestro estado se convirtió en el "Quinto Festival Internacional de Títeres Rosete Aranda" del 16 de abril al 16 de junio) ( dos meses) (llegamos a 46 poblaciones) apoyados por el gobierno del estado, El Consejo Estatal de Cultura, el IMSS, el ISSSTE y CONACULTA.

 

 

Y se concreta con la gobernadora del estado de Tlaxcala Lic. Beatríz Paredes Rangel la creación del Museo Nacional del Títere.

 

El 9 de agosto de 1991, en el marco del "Sexto Festival Internacional de Títeres Rosete Aranda", se inaugura el Museo Nacional del Títere en Huamantla, Tlaxcala

 

 


9 de Agosto 1991, Lic. Beatríz Paredes Rangel, inaugurando
el Museo Nacional del Títere en Huamantla, Tlaxcala.

 

A partir de esa fecha Alejandro Jara Villaseñor, Guadalupe Alemán Ramírez, y Simón Álvarez Alemán "Grupo Tiripitipis" entregaron la organización de los festivales a las instituciones patrocinadoras.

 

Durante los años que coordinamos los Festivales, cuidamos de manera especial que estuvieran vinculados con la sociedad tlaxcalteca que participaba no de manera pasiva sentándose a ver un espectáculo o a escuchar una conferencia. Invitábamos a compartir los eventos a titiriteros aficionados, se organizaban concursos para elaborar títeres con material tradicional y de desuso, categorías para niños, jóvenes y adultos, se hacían además de las exposiciones fijas, exposiciones itinerantes, concursos de elaboración de guiones para teatro de títeres, en categorías infantil, juvenil y libre.
Se impartían talleres para elaborar marionetas, títeres de varilla, guiñol y mojigangas.
Participaban de manera entusiasta las Escuelas Normales de Tlaxcala.

 

Estas actividades tuvieron mucho éxito y contribuyeron a dar cohesión a los festivales, ya que el público se sentía involucrado y participaba de una manera muy activa.

 

Los grupos participantes se quedaban en Tlaxcala durante el Festival y en las noches después de las funciones organizábamos tremendas convivencias, en donde se intercambiaban puntos de vista comíamos, bailábamos, se conocían los grupos y se integraban los amigos del arte de Tlaxcala.

 

Festival es fiesta y como en las culturas prehispánicas tienen un valor sagrado, nosotros disfrutábamos los festivales hasta sus últimas consecuencias... y a esperar el siguiente año..

 

 

Los grandes maestros titiriteros que apoyaron los Festivales de Titeres de Tlaxcala

 


Maestro Roberto Lago y Maestro Pedro Carreón

 


Maestra Virginia Ruano y Maestro Roberto Lago

 


Maestro Gilberto Ramírez Alvarado "Don Ferruco" y Maestra Mireya Cueto

 

Durante su estancia el festival ha visto nacer y crecer numerosos grupos tlaxcaltecas que han transitado por el sendero milenario de los títeres "Xochicueponi", "Jaguar 5", "Manchincuepa", "Malintzi", "Trapos", "Apiti", "Ustedes y Nosotros", "Imagina", "La Bruja", "Anímanos", "Titerito", "Arlequín", Grupos de los Centros Culturales del ITC y el Grupo del Depto. de Vialidad.
A través de los ojos del Festival, en la época en que las lluvias arrecian, los pueblos de Tlaxcala han visto desfilar diferentes tipos de obras y emblemáticos grupos nacionales como "La Trouppe", "Marionetas de la Esquina", "El Tinglado", "Gente", "Serendipity" "Pedro Carreón y sus Muñecos" "Baúl Teatro", "Tetli", "La Veleta", "El Grupo de Carlos Converso", "El grupo de Lourdes Aguilera, "Titirisol" de Alberto Palmero" y personajes como Tita Lizalde y Patricia Ostos, entre otros.

 

Y las comunidades tlaxcaltecas tan aferradas a sus fiestas patronales han sido participes de la fiesta internacional y ante el asombro de chicos y grandes en diferentes ediciones del Festival llegaron a Tlaxcala "Las Marionetas Acuáticas de Vietanm", "Libertablas de Argentina", "EL Teatro Central de Títeres de Sofía Bulgaria", "EL teatro Nacional de Guiñol de la Habana", "El Teatro Neline de Slovaquia", "Txotxongillo de España", Danny Dessi Theatre de Bulgaria", y el tradicional "Mamulengo de Brasil", y muchos más.

 

Actualmente el Festival de Tlaxcala hace una extensión a diferentes estados de la República Mexicana que lo solicitan. También en sus distintas ediciones ha organizado: conferencias, talleres de capacitación, foros de investigación, presentación de libros y revistas sobre el tema, exposición de títeres, concursos de elaboración de títeres, concurso de eleboración de guiones para teatro de títeres, proyección de películas, desfiles, etc...

 


Don Francisco Rosete Aranda y
Alejandro Jara Villaseñor

 


Maestro Javier Villafañe y
Guadalupe Aleman Ramirez

 

Dentro de las actividades del Festival se realiza la entrega del Premio "Rosete Aranda" y el Premio al Mérito Titiritero galardones que otorga el Gobierno del Estado y el Instituto Tlaxcalteca de la Cultura, a través del Museo Nacional del Títere, en reconocimiento a la labor de las personas que con su trabajo promueven el teatro de títeres en sus diversas manifestaciones. La Presea ha sido otorgada entre otras personalidades a Don Germán List Arzubide, Enrique Alonso "Cachirulo", Mireya Cueto, Hugo Hiriart, Gilberto Ramírez Alvarado "Don Ferruco", José Solé, Alejandro Jara, Patricia Ostos, Raquel Bárcena y a Tita Lizalde.

 

Las Diferentes Ediciones han sido patrocinadas en diversos tiempos por el Gobierno del Estado a través del Instituto Tlaxcalteca de la Cultura, La Universidad Autónoma de Tlaxcala, el ISSSTE, Delegación Tlaxcala, La Dirección de Turismo de Tlaxcala, el IMSS, El Instituto Nacional de Bellas Artes y el Consejo Nacional para la Cultura y las Artes.

 

Desde su origen los Festivales de Títeres en Tlaxcala han intentado llegar al mayor número de Municipios, retomando la tradición de este arte netamente popular y en este año 2010 estamos festejando la edición 25 del Festival Internacional de Titeres Rosete Aranda.

 

Larga vida a los festivales de títeres en Tlaxcala.

 

Público de comunidades marginadas al que llegaron
 los primeros  Festivales de Títeres de Tlaxcala

 

 

Propuestas:
1) Dar a conocer en el sector educativo de Tlaxcala la importancia de la Compañía Rosete Aranda.

 

2) Recabar información para hacer una edición de la historia de los Festivales y del Museo Nacional del Títere.

 

3) Apoyar a los grupos establecidos y crear nuevos grupos de teatro de títeres en el estado de Tlaxcala. Diseñar cursos de profesionalización y actualización; otorgar becas para que algunos compañeros salgan a estudiar al extranjero.

 

4) Crear en Tlaxcala "La Escuela Mexicana del Títere".

 

5) Que en las siguientes ediciones el Festival llegue a las comunidades marginadas de Tlaxcala.

 

6) Que el gobierno del estado de Tlaxcala, se adhiera a la petición del Centro Nacional de Investigación, Documentación e Información Teatral "Rodolfo Usigli" CITRU" para que las Marionetas Rosete Aranda, sean consideradas por la UNESCO (Organización de las Naciones Unidas, para la Educación, La Ciencia y la Cultura) como "Obras Maestras del Patrimonio Oral e Inmaterial de la Humanidad".

 

7) En las siguientes ediciones del Festival de Tlaxcala, invitar a las 5 organizaciones de teatro de títeres que han sido declaradas por la UNESCO como "Obras Maestras del Patrimonio Oral e Inmaterial de la Humanidad".

2001 -"El Teatro de Marionetas Siciliano Opera dei Puppi"
2003 -"El Teatro de Marionetas Ningyo Johruri Bunraku" de Japón.
2003 -"El Teatro de Marionetas Wayang" de Indonesia.
2005 -"El Sbek Thom, Teatro de Sombras Jémer" de Camboya.
2005 -"Gigantes y Dragones Procesionales " de Bélgica y Francia.

 

8) Al concluir la edición 25 del Festival, formar un grupo de trabajo con profesionales del teatro de títeres, que se avoque a llevar a la realidad los puntos 1), 2), 3), 4), y 5) , 6), y 7) para convertir al Festival Internacional de Tlaxcala en el más importante de Latinoamérica.

 

Histórica y cultural ciudad de Tlaxcala, 26 de julio del año 2010.

 

 

Don Francisco Rosete Aranda

 

 

 

    

 

 

 


 

Dossier publicado en la Hoja n° 22 de Marzo 2011

 

TEATRO LAMBE-LAMBE É CULTURA VIVA !
E QUEM COMEMORA SOMOS NÓS, OS CAIXEIROS VIAJANTES !!

por Mônica Longo*

Leer este texto en español

  No dia 15 de Dezembro de 2010, em cerimônia oficial ocorrida na cidade do Rio de Janeiro, o Teatro Lambe-lambe recebeu o Prêmio Cultura Viva, outorgado pelo Ministério da Cultura do Governo Brasileiro. Este prêmio, em sua 3ª edição, tem o objetivo de mobilizar, reconhecer e dar visibilidade às práticas culturais de todo o país. Em uma das quatro categorias do prêmio, o projeto Teatro Lambe-lambe - Caixeiros Viajantes foi a iniciativa vencedora.

 

O Teatro Lambe-lambe, para quem ainda não conhece, é uma das mais novas manifestações do teatro de animação contemporâneo. “A última grande invenção do teatro de animação no mundo”, como observou Álvaro Apocalypse, do Grupo Giramundo.

Trata-se de um espetáculo em miniatura, de curta duração, apresentado geralmente para uma única pessoa, dentro de uma caixa presa sobre um tripé. De um lado fica o bonequeiro e do outro o público, que assiste ao espetáculo através de uma abertura na caixa.

 

No Brasil, essa técnica surgiu em 1989, com a cearense Ismine Lima e a baiana Denise dos Santos, que se inspiraram nas antigas máquinas fotográficas (foto) e apresentaram o primeiro espetáculo de Teatro Lambe-Lambe, chamado A Dança do Parto. E assim, tudo começava...

 

Para Ismine e Denise, consideradas as criadoras desta técnica no Brasil, o recebimento do prêmio é um momento memorável. “Ser cultura viva significa um reconhecimento de 21 anos de dedicação e amor ao Teatro de Bonecos. Este reconhecimento em vida é a grande diferença de nossa classe: do artista generoso ” , afirma Denise. Ismine, que inscreveu a iniciativa, comenta: “ o prêmio me deu ânimo de continuar trabalhando com entusiasmo, sobretudo pela seriedade como é realizado o procedimento da escolha das iniciativas, muitas de peso e nós ganhamos o 1° Lugar”.

 

Atualmente existem companhias teatrais no mundo todo que desenvolvem esta linguagem, chamada também de teatro de caixa, caixa mágica, mini-teatro, teatrim, entre outros. Susanita Freire, pesquisadora e titeriteira, atualmente Presidente da Comissão para América Latina da UNIMA - União Internacional da Marionete, comenta que há mais de 5 anos vem pesquisando os caixeiros viajantes. “É difícil dizer quantos lambe-lambeiros há no mundo hoje. São muitos e a cada dia surgem outros tentando ser originais. É uma modalidade de teatro fascinante”.

 

Em Santa Catarina, a primeira caixa de teatro lambe-lambe foi a do bonequeiro Antonio Leopolski (foto), que aprendeu a técnica com Denise dos Santos, em 1995. A partir de então, como dizem as criadoras, “o filho começou a andar sozinho”. Hoje Antonio já não anda mais por estas bandas, pois no ano passado partiu do mundo dos bonequeiros e passou a ser boneco (ou passarinho). Mas antes disso, ele plantou a semente, influenciando direta ou indiretamente no trabalho de muitas companhias teatrais do estado. E a semente foi tão bem irrigada que surgiram os Encontros de Caixeiros, como é o caso das Mini-Mostras de Teatro de Lambe-lambe, que aconteceram em Joinville (2007 e 2008) e Jaraguá do Sul (2010) e o Encontro Lambe-lambe Brasil, em Florianópolis (2010).

 

E vem muito mais pela frente! Atualmente há um projeto em andamento, chamado de Caixeiros Viajantes com colaboração de Denise dos Santos e Ismine Lima, e pesquisa de Susanita Freire. Este projeto busca colocar os lambe-lambeiros em contato entre si, organizar eventos, festivais, mostras e trocar informações pela internet. “Preparamos um núcleo de trabalho no Rio de Janeiro e tentamos organizar um festival no bairro de Santa Teresa (RJ)”, conta Susanita.

 

Encontros, festivais, mostras são momentos singulares, que proporcionam a nós lambe-lambeiros, a troca de saberes e o diálogo sobre a técnica, abordando questões pertinentes a este universo mágico escondido dentro de uma caixa. Em um festival de teatro lambe-lambe, o bonequeiro também vira público e o público delicia-se com a diversidade das caixas. Porque a magia de um festival é isso: muitas caixas, todas juntas, pois uma caixinha só, não faz verão!

 

* Mônica Longo é integrante da Cia Mútua, monilongo@hotmail.com

Lambe-lambeira desde 2004

 

 

Para saber mais sobre o Teatro Lambe-lambe, acesse:

ARRUDA, Katia de. O Menor Espetáculo do Mundo. In: Teatro de Bonecos: Distintos Olhares sobre Teoria e Prática. Valmor Nini Beltrame, org. Florianópolis: UDESC, 2008.

https://docs.google.com/viewer?url=http://www.ceart.udesc.br/revista_dapesquisa/volume3/numero1/cenicas/katia_nini.pdf&pli=1

 

Lambe-lambe - Revista do Projeto Espia Só ! - Formação e Montagem de Teatro Lambe-lambe. 1ª Ed. Cia Andante. Itajaí, 2010.

http://www.cia-andante.blogspot.com

 

 

Disseminadores do Teatro Lambe-lambe:

 

Cia Alma Livre -  oferece oficinas, realiza a Mini-Mostra de Teatro Lambe-lambe e fundou o Clube do Lambe-lambe, em Jaraguá do Sul - SC.

http://www.ciaalmalivre.com.br

http://clubedelambelambe.blogspot.com/2011/03/em-2011-no-projeto-bau-de-historias-do.html

 

GTEM oferece oficinas e possui um grupo de experimentação em teatro de lambe-lambe, em Belém do Pará.

http://www.getm2008.blogspot.com

 

Anjos da Noite - oferece oficinas, dirige o Centro de Pesquisas Lambe-lambe Brasil e organizou o 1° Encontro Brasil de Teatro Lambe-lambe, em Florianópolis - SC

http://teatrolambe-lambe.blogspot.com

 

Caixeiros Viajantes - Centro de Documentação e Biblioteca de Teatro de Bonecos - Rio de Janeiro - RJ.

Pesquisa e Produção de Susanita Freire: bomdeboneco@uol.com.br e Assessoria de Denise dos Santos e Ismine Lima.

http://centroteatrodebonecosebiblioteca.blogspot.com

 

Associação Nacional dos Titeriteiros do Teatro Lambe-Lambe - ANTL

A instituição tem como finalidade fomentar o ensino, a pesquisa, o desenvolvimento técnico e intercambio para a difusão do teatro de bonecos voltada prioritariamente para o Teatro Lambe-Lambe, como um legitimo campo de trabalho, sua aplicação pedagógica em escolas e atividades afins.

Ismine Lima e Denise dos Santos: caixa.lambelambe@gmail.com

http://www.teatrolambelambe.blogspot.com

 

 

 

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O TEATRO LAMBE-LAMBE NO MUNDO

Companhias Teatrais que Desenvolvem a Técnica Hoje

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TEATRO LAMBE-LAMBE UM ESPAÇO PARA O OLHAR

Salvador - BA

Brasil

Fundação: 1989

Integrante:
Ismine Lima
Espetáculos:
A dança do parto / Império dos Sentidos / O palhaço e a Bailarina / O Quarto de Van Gogh / O Palhaço Roleta
Email: circodepapel@uol.com.br
Site: http://www.teatrolambelambe.blogspot.com

Manifesto do Teatro Lambe-lambe Rumo à Feira de Mangaio
Ismine Lima e Denise dos Santos

 

“O teatro lambe-lambe e a Caravana Cultural em Busca da Feira de Mangaio é uma intervenção feito parafuso na engrenagem do capitalismo, que nem Deus explica, porque, nós, a grande maioria dos brasileiros tem fome de tudo, tem fome de teatro, de musica, de leitura... de tudo que liberta.

A Caravana Cultural em Busca da Feira de Mangaio deseja como palco as praças, as ruelas, os becos e feiras dos lugares mais recônditos deste país. É lá onde vamos, é onde estão nossos aplausos. Somos parte da rede social, que neste momento constrói coletivamente uma linguagem cênica, dramática, miúda, pequena, vigorosa e que se posta como parte do mundo que pretende libertar, nós, povo brasileiro, vítima do holocausto capitalista que mata, acorrenta e degenera o nosso povo, para a violência, somos o teatro lambe-lambe, um teatro independente, feito a mão, no peito e na raça para a rua, feiras e praças.”

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LAMBE-LAMBE DA BAHIA

Salvador - BA

Brasil

Fundação: 1989

Integrantes:
Denise dos Santos
Espetáculos:
A dança do parto / Império dos Sentidos / A devastação / Sobrevivendo / O Contador de Estrelas / Bordel / Carta à Sétima Fada / O Sapo e o Escorpião
Email: denisisantose@hotmail.com

Depoimento de Denise dos Santos
(sobre Antonio Leopolski)

 

"O contato do Antonio com o teatro de lambe-lambe ocorreu quando estávamos fazendo uma Oficina no Centro Latino-americano, chamada COR FORMA E MOVIMENTO, ministrada por Osvaldo Gabrieli, promovida pela Funarte. No ano de 1995 carreguei na bagagem o LAMBE-LAMBE e nos finais de semana apresentava para os turistas que visitavam o Centro. O Antonio se apaixonou e se viu lambe-lambeiro. Ao final do curso, adentramos pela Oficina de Marcenaria e eu confeccionei juntamente com ele a Caixa. Neste período, a Ismine divulgava a convite, essa nova modalidade teatral nos Estados Unidos, durante o Festival Domestic Ressurrection.
Desde o seu nascimento esta nova forma de teatralizar a vida já nasceu com sucesso, de imediato foi para os festivais da ABTB- UNIMA Brasil em N. Friburgo- RJ, Festival de Canela-RS , Mostra Bom de Boneco - RJ, etc..”.

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CIA DE TEATRO ENTRE LINHAS

Novo Hamburgo - RS

Brasil

Fundação: 1992

Integrantes:
Alice Ribeiro / Rita Spier / Recilda Santos
Espetáculos:
Caixa Preta Iluminada / O Patinho Feio / O Pano / O Negrinho do Pastoreio/ Cinderela
Email: aliceribeironh@gmail.com
Site: http://www.ciaentrelinhas.com.br

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CIA MÚTUA

Itajaí - SC

Brasil

Fundação: 1993

Integrantes:
Mônica Longo / Guilherme Peixoto / Lilian Barbon / Luis Melo / Cyro Delnero
Espetáculos:
A Flor / Romiau e Julinha / Missiva / Miragem
Email: ciamutua@gmail.com
Site: http://www.ciamutua.com.br

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O TITERETOSCÓPIO

Porto Alegre - RS

Brasil

Fundação: 1994

Integrantes:
Maíra Coelho / Adrian Pinar / Patricia Preiss
Espetáculos:
A Equilibrista / O Encantador Encantado / Retirantes
Email: otiteretoscopio@googlemail.com
Site: http://www.adriaenlare.blogspot.com/search/label/puppets

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CIA NAVEGANTE

Mariana - MG

Brasil

Fundação: 1994

Integrante:
Catin Nardi
Espetáculos:
Musical Blues / Teatro de Sombras Ambiental / Atenção no Trânsito! / Coringa
Email: cianavegante@cianavegante.com
Site: http://www.cianavegante.com

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TURMA DO PAPUM

Florianópolis - SC

Brasil

Fundação: 1995

Integrantes:
Sérgio Tastaldi / Márcia Pagani
Espetáculos:
A Kripta / Boisinho de Mamão / Teatro Alla Scalla Ridotta
Email: papum@turmadopapum.com.br
Site: http://www.turmadopapum.com.br
Blog: http://www.turmadopapum.blogspot.com

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TEATRO DE CAIXA

Porto Alegre - RS

Brasil

Fundação: 1996

Integrantes:
Dênis Moreira / Jéferson Cecim / Alberto Vermelho
Espetáculos:
O Encantador de Tapetes
Email: denismoreira@hotmail.com

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USINA DE ANIMAÇÃO BONECOS DA AMAZÔNIA

Belém - PA

Brasil

Fundação: 1997

Integrantes:
Denis Moreira / Jeferson Cecim / José Arnaud
Espetáculos:
O Encantador de Tapetes / A Lenda da Vitória Régia / Mater Dolores
Email: jeferson.cecim@gmail.com
Site:
http://www.jefcecim.arteblog.com.br
http://www.culturapara.com.b/teatro/usinadeanimacao
Blog: http://www.usinadeanimacao.blogspot.com

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A DIVINA COMÉDIA - TEATRIN

Maquiné - RS

Brasil

Fundação: 1997

Integrantes:
Marcelo Tcheli / Ivania Kunzler
Espetáculos:
A Cruzada / O Gato Vagabundo / Shavan e o Dragão / A Donzela Tiodora / Os Dois Porquinhos
Email: ivaniakunzler@gmail.com
Site: http://www.recantodamata.com.br

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CIA OANI DE TEATRO

Valparaíso

Chile

Fundação: 1998

Integrantes:
Camila Landon / Valeria Correa / Luciano Bugmann
Espetáculos:
Amores de Puerto / Día de Volantín / El Perro Babarito / Afuera / Swing / El Noviazgo en el Cementerio
Email: tak@wana.fr  /  camilandon@gmail.com
Site: http://www.oaniteatro.com
Blog: http://www.oaniteatro.blogspot.com

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ANJOS DA NOITE - CIA DE TEATRO

Florianópolis - SC

Brasil

Fundação: 1998

Integrantes:
Daniel Tsunami / Dhio Adelino
Espetáculos:
Lambe-lambe in Tchekov / O Carvalho e o Junco / Minhocas
Email: produção@anjosdanoite.org
Site: http://www.anjosdanoite.org
Blog: http://www.blogdoelenco.blogspot.com

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JAIME FLORENTINO - CIA DE TÍTERES

Sonora

México

Fundação: 1998

Integrante:
Jaime Florentino
Espetáculos:
Cuento Agrio / El Mundo Nocturno de Abejita Fina
Email: mundonovo_titeres@hotmail.com
Site: https://sites.google.com/a/enesonora.edu.mx/jaime-florentino-cia-titeres

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CIA DEDODEPORRAS

Montevidéu

Uruguai

Fundação: 2002

Integrantes:
Jândi Caetano de Matos / Manu Malan
Espetáculos:
El Encantador de Serpientes / Vampiros / Tango
Email: jandicaetano@gmail.com

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FAMÍLIA CHUGABOOM CINE TEATRO

Joinville - SC

Brasil

Fundação: 2004

Integrantes:
James Klaus / Jim Kaiser / Keila Miers
Espetáculos:
A Caixa Elétrica
Email: keilamiers@yahoo.com.br
Site: http://www.nosdejoinville.com.br

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MUNDO MIÚDO - TEATRO DE ANIMAÇÃO

Porto Alegre - RS

Brasil

Fundação: 2005

Integrante:
Genifer Gerhardt Dimpério
Espetáculos:
A Árvore Generosa / N’eu e N’ele
Email: genuni@ig.com.br
Site: http://www.maetoindo.blogspot.com

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CIA ANDANTE PRODUÇÕES ARTÍSTICAS

Itajaí - SC

Brasil

Fundação: 2005

Integrantes:
Jô Fornari / Laércio Amaral / Sandra Knoll
Espetáculos:
A Iluminação / Baldio / Do lado de lá / Maria do Cais / O quarto de Edith / Trickster
Email: ciandante@gmail.com
Site: http://www.cia-andante.com.br

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CIA TÍTERES DA MAGÉIA

Rio de Janeiro - RJ

Brasil

Fundação: 2005

Integrantes:
Sérgio Biff / Sarita Souza
Espetáculos:
Malagéia contando João e o Pé de Feijão / Caixamagéia em Zicartola bem na foto
Email: sergiobif@yahoo.com.br

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GRUPO CIRCULADOR

Belo Horizonte - MG

Brasil

Fundação: 2006

Integrantes:
Anderson Dias / Zina Vieira
Espetáculos:
Balão Azul
Email: grupocirculador@hotmail.com

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CIA DE TÍTERES LA MALETTE

Dpto 63

França

Fundação: 2007

Integrantes:
Adrian Giovinatti / Céline Camilleri
Espetáculos:
El Invitado / Laboratorio
Email: lamalette@gmail.com
Site: http://www.lamalette.org

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AS CAIXEIRAS - CIA DE BONECAS

Brasilia - DF

Brasil

Fundação: 2007

Integrantes:
Amara Hurtado / Jirlene Pascoal / Mariana Baeta
Espetáculos:
Coisas de Mulher / Caixas de Mitos Lendas do Brasil
Email: ascaixeiras@gmail.com
Site: http://www.ascaixeiras.blogspot.com

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CIA ROSA CARMO QUEIROZ

Paraty - RJ

Brasil

Fundação: 2007

Integrantes:
Fátima Queiroz / Lilia Rosa / Rose Carmo /Pamela Albrecht
Espetáculos:
Meninos Carvoeiros / Os Pescadores
Email: gardenia.queiroz@gmail.com

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CIA ALMA LIVRE

Jaraguá do Sul - SC

Brasil

Fundação: 2007

Integrantes:
Mery Petty / Nicoli Francine Pereira / Beth Mueller / Eduardo Alves
Espetáculos:
Merlyn Mouse / A Cobra e o Vagalume / O Segredo da Bruxa
Email: merypetty@almalivre.com.br
Site: http://www.almalivre.com.br

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GRUPO CAPIM CAPIVARA

Campinas - SP

Brasil

Fundação: 2008

Integrantes:
Denise Valarini / Isadora Gutmann / Tatiana Toledo
Espetáculos:
! Mira ! Mira !
Email: capimcapivara@yahoo.com.br
Site: http://capimcapivara.wordpress.com

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GTEM - GRUPO DE EXPERIMENTAÇÃO DE TEATRO EM MINIATURA

Belém - PA

Brasil

Fundação: 2008

Integrantes:
Edson Fernando / Anibal Pacha / André Mardock / Marilea Aguiar / Lane Martins / Karla Pessoa / Michel Amorim
Espetáculos:
Heróis / Portas Atravessadas / Mundo Doente / Urbano / Glub / Olha o Passarinho / Saudade do Sonho / Memórias / Peixe fora d’água / Grande Mini Circo / Metamorfose da Sanfona
Email: getm2011@hotmail.com
Site: http://www.getm2008.blogspot.com

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AQUINOMAS - Sombras y Muñecos

Montevidéu

Uruguai

Fundação: 2008

Integrantes:
Fernando Besozzi / Tamara Couto / Guadalupe Artigas / Rodrigo Abelenda
Espetáculos:
Aquella vida / Novias revolucionarias / Los Colores del sonido / El muerto al pozo y el vivo al gozo
Email: proyectoaquino@gmail.com
Site: http://www.aquinomas.com.org

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CIA PELO BURACO DA FECHADURA

Brasília - DF

Brasil

Fundação: 2009

Integrantes:
Luciano Czar / Maysa Carvalho
Espetáculos:
O Pintor / Cirque du Sólamento
Email: ciapeloburacodafechadura@gmail.com

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CIA BONECAS DE TRAPO

Salvador - BA

Brasil

Fundação: 2009

Integrantes:
Tacira Coelho / Yohanna Marie Assunção
Espetáculos:
Terezinha de Jesus
Email: ciabonecasdetrapo@gmail.com
Site: http://www.estamosnoblog.blogspot.com

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TEATRO DE BONECOS HERMES PERDIGÃO

Belo Horizonte - MG

Brasil

Fundação: 2010

Integrantes:
Antônio Perdigão / Aline Beatriz de Moura Guimarães
Espetáculos:
Ah Vó ! / O fruto do ovo
Email: bonecoshermes@gmail.com
Site: http://bonecoshermes.blogspot.com

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CAIXA DE LAMBE-LAMBE

Fortaleza - CE

Brasil

Fundação: 2010

Integrante:
Angela Escudeiro
Espetáculos:
O Equilibrista - Circo de Toda Gente
Email: laescudeiro.angela@terra.com.br

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CAIXEIRAS DO RIO

Rio de Janeiro - RJ

Brasil

Fundação: 2011

Integrantes:
Susanita Freire / Marcia Fernandes Pimentel
Espetáculos:
Sem Pé Nem Cabeça
Email: bomdeboneco@uol.com.br
Site: http://www.bomdeboneco.sites.uol.com.br

Blog: http://centroteatrodebonecosebiblioteca.blogspot.com

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E PARA FINALIZAR...
QUANTAS CAIXAS EXISTEM DENTRO DE VOCÊ ?

Poema de Aline Midori*

 

Caixa cerebral, caixa pulmonar, caixa ventral…tem a que de vez em quando guarda bagunça e uma que vive vazia.

 

E orifícios? Abrem-se pálpebras, lábios, narinas, orelhas, umbigos, intimidades mil !

 

Segredos então… não são fáceis de contar.

 

A caixa lambe-lambe, poderosa captadora de imagens, a serem reveladas em fotografias, de repente virou ao avesso e o sujeito que antes posava para ser visto e bem revisto agora chegava curioso, a investigar pelo orifício o que se processava secretamente em seu interior.

 

Como pode o teatro acontecer para um olho só ? Ele convida outros sentidos (outros buraquinhos!) a captarem o conteúdo.

 

Já ouvi falar de um que tem cheiro de cânfora! De um outro que faz esquentar a testa, para não dizer das prosas e melodias que brotam do fone de ouvido.

 

Imagina então a próxima: quem bisbilhota o interior são as mãos olhos vendados, ouvidos acolchoados, bonecos de papel dobrado a surgir das quatro diagonais… a sugerir vida itinerante, a cada dia expor ao mundo um pouco mais do que se passa lá no fundo, a cada noite contemplar dum novo ponto de vista !

 

*Aline Midori faz parte da Cia Watu
gestoepresenca@yahoo.com.br

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TEATRO LAMBE- LAMBE ES CULTURA VIVA !
Y QUIEN CONMEMORA SOMOS NOSOTROS, LOS CAJEROS VIAJANTES !

Por Mônica Longo*

 

En el dia 15 de Diciembre de 2010, en una ceremonia realizada en la ciudad de Rio de Janeiro, el Teatro Lambe-lambe recibió el Premio Cultura Viva, otorgado por el Ministerio de la Cultura del Gobierno de Brasil. Este Premio, ya en su tercera edición, tiene el objetivo de movilizar, reconocer y hacer visible las prácticas culturales de todo el país. En una de las cuatro categorias del Premio, el projecto Teatro Lambe-lambe - Cajeros Viajantes fue la iniciativa que ganó.

 

El Teatro Lambe-lambe, para quien todavia no lo conoce, es una de las más nuevas manifestaciones de teatro de animación contemporánea. "La última gran invención de teatro de animación en el mundo" , como ha dicho Álvaro Apocalypse, del grupo Giramundo.
Se trata de un espectáculo en miniatura, de corta duración, presentado generalmente para una única persona, dentro de una caja colocada sobre un tripé. De un lado queda el titiritero y del otro, el público, que asiste el espectáculo a través de una abertura en la caja.

 

En Brasil, esta técnica surgió en 1989, con la cearense Ismine Lima y la baiana Denise dos Santos, que se inspiraron en las antiguas máquinas fotográficas (foto) y presentaron el primer espectáculo de Teatro Lambe- lambe, titulado La Danza del Parto. Y asi, todo comenzaba...

 

Para Ismine y Denise, consideradas las creadoras de esta técnica en Brasil, recibir el premio es un momento inolvidable. "Ser cultura viva significa un reconocimiento de 21 años de dedicación y amor al teatro de títeres. Este reconocimiento en vida es una gran diferencia de nuestra clase: del artista generoso" dice Denise. Ismine, quien inscribió el projecto, comenta: "el premio me dió ánimo de continuar trabajando con entusiasmo, sobretodo por la seriedad como es realizada la elección de los projectos, algunos muy buenos y nosotros ganamos el 1° Lugar”.

 

Actualmente existen compañias teatrales en todo el mundo que desarrollan este lenguaje, denominado también como teatro de caja, caja mágica, mini-teatro, teatrin, entre otros. Susanita Freire investigadora y titiritera, actualmente presidenta de la Comisión para América Latina de UNIMA- Union Internacional de la Marionete, comenta que hace más de 5 años que investiga los cajeros viajantes. "Es dificil decir cuantos lambe lambeiros hay hoy en el mundo. Son muchos y cada dia aparecen más, tentando ser originales. Es una modalidad de teatro encantador".

 

En Santa Catarina, la primera caja de Teatro Lambe-lambe fue la del titiritero Antonio Leopolski (foto), quien aprendió la técnica con Denise dos Santos, durante un taller realizado en 1955. A partir de este momento, como dicen las creadoras, "el hijo comenzó a caminar solo...." Hoy Antonio no está más con nosotros, pues el año pasado partió del mundo de los tirtiriteros y pasó a ser un Títere ( un pajarito). Pero antes de partir él plantó muchas semillas influnciando directa o indirectamente en el trabajo de muchas compañias. Y la semilla fue tan bien regada que surgieron los Encuentros de Cajeros, como es el caso de las Mini- Muestras de Teatro Lambe-lambe, que se realizaron en Joinville (2007 y 2008) y Jaraguá del Sur (2010) y el Encuentro Lambe-lambe Brasil, en Florianópolis (2010).

 

Y tendremos mucho más de aqui para frente ! Actualmente existe un projecto en andamiento, llamado Cajeros Viajantes con colaboración de Denise dos Santos y Ismine Lima, y producción de Susanita Freire. Este projecto busca colocar los lambe- lambeiros en contacto entre si, organizar eventos, festivales, cursos y intercambiar informaciones por la internet. "Preparamos un núcleo de trabajo en Rio de Janeiro y tentamos organizar un festival en el barrio de Santa Teresa (RJ)" , comenta Susanita.

 

Encuentros, festivales, muestras son momentos especiales, que proporcionan a nosotros los lambe- lambeiros, el intercambio de conocimientos y el diálogo sobre la técnica abordando questiones que pertenecen a este universo mágico escondido dentro de una caja. En un festival de Teatro Lambe- lambe, el titiritero también será público y el público se delicia con la diversidad de las cajas. Porque la magia de un festival es eso: muchas cajas, todas juntas, pues una caja sola, no hace un festival !

 

* Mônica Longo es integrante de la Cia Mútua, monilongo@hotmail.com
lambe-lambeira desde 2004

 

 

 


 

Dossier publicado en la Hoja n° 23 de Agosto 2011

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Alternancia entre la luz y la oscuridad, el atardecer, la noche, el fuego, un eclipse, el miedo y el teatro de sombras, han formado parte desde siempre de la imaginación humana. La oscuridad tiene el poder de hacernos ver más allá de las luces de los coches o los faroles de mercurio.

¿El espectáculo ha comenzado y tal vez, sólo podemos ver una cortina cerrada?

Vamos a lo más profundo. Allí donde la electricidad no ha llegado todavía.

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Sincretismo sobre la luz y la oscuridad

por Alexandre Fávero

Texto em portugues

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Nuestros sentidos y la realidad reconocen la alternancia entre la luz y la oscuridad como un fenómeno natural. Es un convencimiento tan antiguo, que ya no provoca un interés especial en los humanos, pero no fue siempre así.

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Las fuentes de luz más primitivas, como el sol y el fuego forman parte de la vida humana, desde que sus pies marcaron sus primeras huellas en la tierra. En ese momento, sólo pensado en la realidad actual, todavía no se habían desarrollado las habilidades de bailar samba, de jugar al fútbol o de ponerse de rodillas a rezar, por lo que muy pronto estas personas, aún libres de la idolatría de celebridades emergentes, se dedicaron a adorar a las fuerzas elementales en un momento de pura inocencia. Sin ciencia, ni arte, ni religión, ni filosofía o cualquier otra teoría, se inspiraron en los primeros rayos de la luz del día y temían los relámpagos y respetaban la gran sombra de la noche.

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La luz, el calor, y sus signos vitales fueron suficientes para que todos los seres vivos del planeta se movieran instintivamente hacia esta fuente, evitando a los mamíferos con más inteligencia, tomando el elemento de la luz / el fuego como una entidad mística, respetándolos impulsivamente por su amplia capacidad, atractivo y utilidad. A partir de ahí, no demoraron en tomar la luz / fuego en otra dimensión, más en sintonía con las necesidades de una política divina, espiritual y los intereses más oscuros de la mente humana. El papel de Dios. En comparación con la evolución de la humanidad y la información cuestionable que los medios de comunicación nos ofrecen hoy en día, tal vez ésta era la opción más democrática, ecuménica y el menor de todos los pecados humanos. ¿Serán acaso Coroacy (Madre del Día) y Guaracy (Dios Sol), las más respetadas y constantes de las manifestaciones espirituales relacionados con el homo sapiens por estar unidas a la luz que viene del cielo? Son mitos antiguos de los indios y bajo el manto de la sombra de una duda, los únicos dioses proveedores de toda vida. Es evidente que no era exactamente eso lo que los jesuitas y los misioneros entendieron, pero es exactamente de la misma manera que nosotros predicamos en el día de hoy, alabando a la luz divina, evitando las sombras nefastas y así por toda la eternidad.

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Yendo más allá de esta simple reflexión teosófica y sincrética del cristianismo maniqueo, para crear nuevas figuras de expresión, que la luz del sol puede ser mucho más atractiva debido a su cualidad fundamental. Por otra parte, tiene un papel único en la generación y mantenimiento de toda la vida. La madre de la luz, el sol, cumple otras funciones en la práctica diaria de la vida: - separa la noche del día. Además, crea en los ojos de la mayoría de los creyentes y ateos, alternancia de luz / oscuridad a través de nuestros sentidos. A menudo, son incapaces de reconocer que la noche es una sombra. ¿Cómo darse cuenta de la grandeza de este fenómeno que al ocultar su propia línea de frontera, demuestra su calidad? Sólo una imagen de satélite es capaz de aclarar nuestro punto de vista limitado y la percepción de la sombra de la noche. Hay una evidencia acerca de una provocación que la visión humana no alcanza lo que desea ver. Tal vez por eso, los dos ojos quieren seguridad, luz, la comprensión del mundo, porque otros perdieron la capacidad de ver. Me atrevo a decir que la ventana de las "ventanas del alma", como dijo el poeta, necesita una buena limpieza. Se debe estar alerta a invertir un poco de esfuerzo y una buena dosis de imaginación en la investigación de las especulaciones sobre las posibilidades que impiden que los ojos puedan disfrutar de las luces y sombras en la vida moderna y confortable.

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El fuego / luz, el sol de la sustancia de formación de estrellas, es un elemento destacado en la historia del desarrollo de nuestra civilización. Después de que el fuego fue dominado por los hombres, trajo beneficios importantes para la vida humana, de manera que no sería posible vivir sin este elemento.

El primer fuego, que posiblemente se puso al alcance del ser humano desde el cielo, de forma natural y al azar, por un rayo, actúa sobre una escala mucho más pequeña que el Sol y, cuando se controla, permite más aplicaciones prácticas cotidianas que la luz del sol. Por lo tanto podemos deducir que con el tiempo y la experiencia de nuestros antepasados, se logró dominar la naturaleza extraordinaria del fuego, se desarrollaron formas para regular la combustión y aprovechar el calor, por lo que es una herramienta indispensable para producir la luz e iluminar sus cavernas, pero por sobre todo vencer la oscuridad: la noche.

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También podemos deducir que los hombres y mujeres primitivos de la prehistoria sintieron la imperiosa necesidad de utilizar el fuego en su vida cotidiana y tenían que utilizar sus sentidos para encontrar la manera de recoger y almacenar el combustible. Producir, controlar, cocinar, iluminar, calefaccionar y no ser herido por las llamas. Se inició como parte de la educación hasta la actualidad. A menudo se dice y escucha: "No juegues con fuego". Sabiamente, aprendimos y entendimos que mantener encendido el fuego y antorchas al atardecer era una cuestión de supervivencia en ese tiempo remoto, de protección y ventajas. Ya sea en forma de un incendio estructural en una pila de madera, que exuda poder y superioridad sobre los animales y enemigos que lo entendieron como una señal de peligro o en forma de una antorcha como arma de intimidación, con el calor atrapado en la punta de un palo, un manejo más práctico y ágil.

Esto fue suficiente para ver el resplandor de la llama en la oscuridad de los primeros tiempos de entender, por instinto, su alto poder destructivo. Probablemente después de un tiempo, los animales llegaron a respetar el fuego y a las autoridades que gobernaban.

Del mismo modo, los enemigos han descubierto los misterios de estos elementos, obligando a la creación de otras herramientas y a producir armas cada vez más eficientes para intimidar a sus opositores más fuertes o desarrollados. Después de una gran cantidad de madera, carbón y cenizas quedaba que el hombre aplicara el fuego para otros fines más específicos, con una mayor generación industrial y el aprovechamiento del calor para dividir, unir y forma los materiales más duros y nobles. La razón probablemente es la misma: - la necesidad de producir nuevas armas.

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La fascinación por lo sobrenatural había llamado a una disminución en la imaginación, pero siguió siendo una fuente de luz por mucho tiempo. El fuego puede ser antiguo o moderno. Es algo que está en la mecha de una vela o para abrir espacio en el territorio amazónico. Es de dominio popular, sin restricciones o derechos de autor y será utilizado para bien o para mal, como los más elementales principios de la razón humana o por instinto, pero restringido a los animales inteligentes.

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Siguiendo con esta reflexión, incluso en tiempos antiguos donde la luz se apaga, queda una referencia para encontrar otros misterios, la fuente de la filosofía. Ahí es donde el filósofo Platón, en su libro "La República" nos ofrece la clásica alegoría de la caverna, donde se nos invita a imaginar nuestro estado de ignorancia (oscuridad) y sabiduría (la luz). Vale la pena ir allí, pero yo insisto en una caverna más antigua, que gracias a la arqueología moderna, sea posiblemente el primer hogar de la civilización prehistórica. Varias de ellas fueron catalogadas en todas las partes del mundo. Está el Lascaux en el suroeste de Francia, famosa por sus pinturas. La Sierra da Capivara, en Piauí. Lo que ha mostrado la exuberancia y secretos de la humanidad. Un día voy allí, pero ahora imagino que no hay nadie. O más bien, aquellas en las que hay una gran sala capaz de albergar a algunas familias de la prehistoria en torno a una fogata. Este lugar es el escenario imaginario de una situación imaginaria, también sugiere que, en virtud de la naturaleza agresiva de la época, que los individuos en la noche, permanecieron alojados en estos refugios.

El único lugar donde había una barrera natural contra las tormentas y los animales salvajes. Es fácil de entender estos factores físicos y reales. Se trata de que nos imaginemos lo metafísico y lo sobrenatural, ya que, desde que la tierra gira, genera la noche, lo que genera miedo. El miedo humano a lo desconocido, oculto por la oscuridad de la noche. Raíz de fantasmas. Por supuesto, alrededor del fuego podrían, con mayor seguridad y comodidad, superar los peligros de los misterios reales e imaginarios, cocinar su caza para comer y dormir. No es difícil llegar a la conclusión de que compartían el espacio limitado de las cuevas y cavernas que servían de vivienda, con personas de experiencia temprana, donde desarrollaron e inventaron su propia forma de expresión y el lenguaje para comunicarse.

Con el uso continuo del fuego para cocinar, la costumbre de vivir en el momento y de la división de alimentos, aparecieron condiciones ideales para mantener relaciones, celebrar matrimonios, proporcionando la cooperación dentro del clan, la supervivencia al intercambiar experiencias, los animaron a encontrar una manera de desarrollar la expresión de un grupo. Inevitablemente, una de estas formas se encuentra la narración. Los cazadores, los líderes, los aventureros y guerreros, hablaron de sus hazañas a los componentes de la tribu, alrededor del fuego.

En este gran salón aparecieron imágenes en la cueva y se formó un círculo social con un fuego ardiendo en el centro. El clan comía y escuchaba las hazañas contadas por un cazador. Hombre de pie vestido con pieles de animales y con un palo o un hacha de piedra, gestos y gruñidos en el entusiasmo y el miedo causaban admiración entre los que participaban. La sombra del cazador, proyectada a través del fuego en el gran muro de piedra de la cueva detrás suyo, revelaban la silueta de un gigante, deforme y negro que extendía sus hazañas en el inconsciente de la tribu a través de este juego de sombras. La oscuridad de la noche, irrumpiendo en la cueva y animados por parpadeantes llamas del fuego, la vehemencia de la narración, la fuerza de su sombra espectacular en la pared y la perturbación de la tribu, es sin duda, un teatro escena.

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Pienso que casualmente el efecto de estas manifestaciones artísticas con las sombras en la caverna, puede haber sido tan radical entre el actor / narrador y la audiencia con imágenes tan poderosas, que los espectadores han expresado su entusiasmo y admiración por la narrativa, gritando y aplaudiendo a los artistas en el escenario abierto. O ¿quién sabe? Huyendo de la imagen proyectada, desconcertados por el miedo, al igual que la proyección de la película clásica de los hermanos Lumiere, cuando se mostró en 1895 un tren que llegaba a la estación de La Ciotat y causó pánico en el público que asistió a la primera proyección de películas.

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Esta creación hipotética e imaginaria, sólo se puede aceptar por la pérdida de la sensibilidad humana más allá de los límites de la razón y la realidad. Igual como lo hacen las sombras, sin esfuerzo, en pisos, paredes y techos en la vida y en los cines. De esa manera, curiosos y atentos, seremos capaces de lograr un entendimiento, aunque virtual, de la participación en la percepción visual de un interruptor que corta la oscuridad a la luz. Posiblemente utilizados al azar por el narrador de la cueva. Una primera actuación, casi temeraria, sin darse cuenta del poder de esta herramienta es la expresión del pensamiento. Tal vez debe tener un efecto sobre los que han participado en esta revelación fascinante. Tal como el efecto que hoy en día causa disfrutar de una hermosa puesta de sol, la salida de la luna sobre el agua del mar, un eclipse, o una película en el teatro. Todos los interruptores son, percepciones y sensibilidades, que naturalmente nos llevará a la época de las cavernas.

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Quién sabe si la experiencia empírica en la cueva no sea la más antigua de las expresiones humanas. Imagine esa primera escena teatral donde el protagonista se aprovechó de su sombra, tan expresiva, pronunciándose al mismo tiempo públicamente en la oscuridad del medio ambiente, el ver el resplandor de las llamas en los ojos de los espectadores. Desde entonces, con el paso del tiempo, muchas historias se han contado y las sombras han encontrado nuevos espacios oscuros para vagar como almas perdidas en el inconsciente humano, creando y alimentando los sueños, los miedos, las leyendas, mitos, fantasías, fascinación y respeto. La oscuridad y la luz siguen librando guerras mitológicas en las religiones, elevando la inocencia de la ciencia que actúa en el pensamiento filosófico, la sensibilización, la psicología humana a las artes escénicas que están atentos a sus fenómenos.

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¿Puede usted imaginar una forma similar en nuestros colegas Leonardo Da Vinci, Javier Villafañe, Carl Jung, Johann Wolfgang von Goethe, Jean-Jacques Annaud y muchos más?
Y ahí va la sombra. Error. Aquí viene...

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Alexandre Fávero
Director y sombrista
Cia Teatro Lumbre / Club sombra LTDA
Porto Alegre / RS - Brasil
+55 (51) 9978 5657 / +55 (51) 3446 9134
clube@clubedasombra.com.br

http://www.clubedasombra.com.br

http://dramasombra.blogspot.com

1/06/2009

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Alternância entre luz e escuridão, penumbra, noite, fogo, eclipse, medo e teatro de sombras sempre fizeram parte do imaginário humano. A escuridão tem o poder de nos fazer ver além dos faróis dos automóveis ou do vapor de mercúrio dos postes. Quem sabe o espetáculo já começou e nós só conseguimos ver uma cortina fechada? Vamos mais fundo. Lá aonde a eletricidade ainda não chegou.

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Sincretismo sobre a Luz e a Escuridão

por Alexandre Fávero

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Nosso sentido mais sensível e utilitário reconhece a alternância entre luz e escuridão como um fenômeno natural. É uma convenção tão antiga que já não causa interesse ao senso seletivo da atenção humana, mas nem sempre foi assim.

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As fontes luminosas mais primitivas como o Sol e o fogo tem sua natureza intransmutável e fazem parte da vida humana desde que os pés marcaram o chão com as primeiras pegadas. Nessa época meramente imaginária para os padrões de hoje, ainda não tínhamos a capacidade desenvolvida de sambar, jogar futebol ou rezar ajoelhado, mas já existia o privilégio do andar elegante na forma erétil e, sendo assim, esses primeiros indivíduos, sem atração maior por si mesmos e ainda livres da idolatria por celebridades emergentes dedicaram-se a cultuar forças elementares em uma época da mais pura ingenuidade. Sem ciência, arte, religião, filosofia ou qualquer outra teoria vigente, inspiravam-se pela luz dos primeiros raios do dia, temiam os relâmpagos e respeitavam a grande sombra da noite.

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A luz, o calor e suas funções vitais foram suficientes para que todos os seres vivos do planeta, instintivamente movimentassem suas estruturas em direção dessa fonte, ou dependendo do caso, à evitassem. Os mamíferos com um pouco mais de inteligência, adotaram o elemento luz/fogo como um ente místico, respeitando-o impulsivamente por suas amplas e irrefutáveis capacidades e serventias. A partir daí, não deve ter demorado à luz/fogo ocupar outro papel, mais afinado com a política divina, as necessidades espirituais e os interesses sombrios da mente humana. O papel de deus. Se comparado à evolução da humanidade e as informações duvidosas que a mídia nos oferece hoje, talvez esta tenha sido a escolha mais democrática, ecumênica e o menor de todos os pecados humanos. Serão Coroacy (Mãe do Dia) e Guaracy (Deus Sol) as mais respeitadas e coerentes das manifestações espirituais ligadas aos homo sapiens por estarem ligadas à luz que vem do céu? São mitos indígenas antigos e sobre o manto da sombra da dúvida, os únicos deuses provedores de toda a vida. Evidente que não foi exatamente isso que os jesuítas e missionários entenderam, mas é exatamente a mesma forma como se prega até hoje, louvando a luz divina, evitando as sombras nefastas e assim, por toda a eternidade.

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Indo além dessa singela reflexão teosófica e sincrética sobre as táticas maniqueístas do cristianismo para criar novas figuras de linguagem, a luz solar pode ser bem mais interessante por sua qualidade fundamental. Além do mais, bem mais, ela não possui um único papel de geradora e mantenedora de toda a vida. A mãe da luz, a solar, também serve para outras funções de viés prático no cotidiano dos viventes: - dividir a noite do dia. Cria-se assim, aos olhos dos crentes e ateus a maior alternância de claro/escuro que os nossos sentidos conhecem. Muitas vezes, somos incapazes de reconhecer que a noite é uma sombra. Como perceber a grandeza desse fenômeno se a própria dissimulação de sua linha fronteiriça é o que demonstra a sua qualidade? Só uma imagem de satélite é capaz de amenizar o nosso limitado ponto de vista e percepção sobre a sombra da noite. Aí está uma comprovação sobre a teoria ou uma provocação de que a visão humana não alcança aquilo que deseja ver. Talvez por isso os olhos desejem tanto a luz, a segurança, o entendimento do mundo, mas por desejar demais perdeu a capacidade de ver. Arrisco em afirmar que a vidraça das “janelas da alma”, como disse o poeta, precisa de uma boa limpeza. Cabe aos vigilantes investir com algum esforço e uma boa dose de imaginação na investigação das possibilidades especulativas sobre o que impede os olhos de apreciar as luzes e sombras na confortável vida moderna. Arrisco-me.

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O fogo/luz, substância formadora do astro Sol, é um elemento marcante na história do desenvolvimento da nossa civilização. Depois que o fogo foi dominado pelo homem, trouxe benefícios tão importantes que a vida humana nunca mais foi possível sem esse elemento.

O primeiro fogo, que possivelmente chegou ao alcance de um humano através do céu, de forma natural e aleatória, por meio de um raio, age em uma escala bem menor que a do Sol e, quando controlado possibilita aplicações cotidianas muito mais práticas que a luz solar. Então podemos deduzir que com o tempo e a experiência os nossos ancestrais controlaram a natureza fenomenal do fogo desenvolvendo meios de regular a sua combustão, aproveitando o seu calor e tornando-o uma ferramenta indispensável para produzir a luz e clarear não só suas tocas e cavernas, mas a maior de todas as escuridões: a noite.

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Também podemos deduzir que os homens e mulheres primitivos da pré-história tinham como necessidade vital o uso do fogo no seu cotidiano e precisaram trabalhar seus sentidos para descobrir formas de coletar e estocar combustível. Produzir, controlar, cozinhar, iluminar, aquecer e não se ferir com as chamas. Iniciação que faz parte da nossa educação e desenvolvimento até os dias de hoje. Muitas vezes foi dito e ouvia-se: “Não brinca com fogo!”. Sabiamente aprendemos e sabidamente entendemos que manter acesas as fogueiras e as tochas ao cair do sol era coisa séria, logicamente, uma questão de sobrevivência naquela época remota, proporcionando proteção e algumas vantagens. Seja ela sob forma de um fogaréu em uma pilha de lenha, emanando poder e superioridade sobre animais e inimigos que entendiam aquilo como um sinal de perigo ou sob a forma de um archote, como uma arma de intimidação, com o lume preso na ponta de um pau, bem mais prática e ágil de manusear.

Bastava ver o brilho da chama na escuridão daqueles tempos remotos para entender, instintivamente, o seu alto poder destrutivo. Provavelmente depois de algum tempo, os animais foram condicionados e passaram a respeitar o fogo e as autoridades que o dominavam. Da mesma forma, os inimigos descobriram os mistérios desse elemento obrigando a humanidade a criar outras ferramentas e produzir armas cada vez mais eficientes para intimidar os seus oponentes mais fortes ou desenvolvidos. Depois de muita lenha, brasa e cinza restava ao homem aplicar o fogo para outras finalidades, cada vez mais específicas, com valores mais industriais, gerando e aproveitando o calor para separar, fundir e moldar materiais mais duros e nobres. O motivo possivelmente permanecia o mesmo: - a necessidade de produzir novas armas.

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O fascínio sobrenatural pela chama teve um declínio no imaginário, mas ainda permaneceu como fonte de iluminação por muitos anos. O fogo pode ser antigo ou moderno. É algo que está no pavio de uma vela ou abrindo espaço no território amazônico. É de domínio popular, sem restrições ou direitos autorais e deverá ser usado para o bem ou para o mal, conforme os princípios mais elementares da razão humana ou por instinto, porém restrito aos animais inteligentes.

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Seguindo adiante, ainda no tempo antigo, onde a luz enfraquece, mas permanece acesa indicando um referencial para encontrar outros mistérios, temos a fonte da filosofia. É lá que o filósofo Platão, no livro “A República”, nos oferece a clássica alegoria da caverna, convidando a imaginarmos a nossa condição de ignorância (escuridão) e sabedoria (luz). Vale a pena entrar lá, mas insisto em uma outra caverna, mais antiga e graças a arqueologia moderna, comprovadamente a primeira moradia da civilização pré-histórica. Foram catalogadas várias delas em todas as partes do mundo. Tem a de Lascaux, no sudoeste da França, famosa por suas pinturas. A da Serra da Capivara, no Piauí. Que possui exuberância e segredos sobre a humanidade. Um dia vou lá, mas agora, imagine qualquer uma. Ou melhor, dessas onde exista um amplo salão, capaz de abrigar algumas famílias pré-históricas na volta de uma fogueira. Esse lugar imaginário é o cenário de uma situação também imaginária que propõe, por força da natureza agressiva daquela época, que os indivíduos, durante a noite, permanecessem abrigados nesses abrigos.

Único lugar natural onde existia o resguardo contra as intempéries e os animais selvagens. É simples compreender esses fatores físicos e reais. Cabe a nós imaginarmos os metafísicos e sobrenaturais já que, desde sempre a terra gira, gera a noite, que gera o medo. Medo humano do desconhecido, oculto pelas trevas da noite. Raiz das assombrações. Naturalmente foi ao redor do fogo que podiam, com mais segurança e conforto, superar os perigos dos mistérios reais e imaginários dessa época e assim, assar sua caça, comer, dormir e conviver. Não é difícil concluir que ao compartilharem o espaço limitado das tocas e cavernas que serviram como moradia, esses indivíduos primitivos experimentaram, desenvolveram e inventaram a sua própria forma de expressão e linguagem até chegar à fala.

Com o uso contínuo do fogo na preparação dos alimentos e o hábito da convivência na hora da divisão da comida surgiram condições ideais para a manutenção e a união dos laços entre esses indivíduos, proporcionando, além da cooperação entre o clã, a sobrevivência e momentos de troca de experiências, instigando-os a descobrir uma forma de desenvolver a expressão em grupo. Inevitavelmente, uma dessas formas encontradas foi a narrativa de histórias. Caçadores, líderes, aventureiros e guerreiros narraram suas façanhas aos componentes da tribo ao redor do fogo.

Nesse grande salão imaginário da caverna formava-se um círculo social com uma fogueira ardendo no meio. O clã comia e ouvia as proezas contadas por um caçador. De pé o homem vestindo peles de animais e segurando um porrete ou machado de pedra, gesticulava e grunhia numa empolgação de causar admiração e medo aos que participavam. A sombra do caçador, projetada na grande parede de pedra do salão da caverna, às suas costas, revelava a forma silhuetada de um homem gigante, deformado e negro que ampliava suas façanhas no inconsciente da tribo através desse teatro de sombras. A escuridão da noite invadindo o interior da caverna, as chamas tremulantes e animadas da fogueira, a veemência do contador de histórias, a força espetacular da sua sombra projetada na parede e a comoção da tribo frente a essa configuração é, sem sombra de dúvida, uma cena teatral.

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Chego a acreditar que, casualmente, numa dessas manifestações artísticas com as sombras na caverna, o efeito possa ter sido tão arrebatador entre ator/narrador e o público, com imagens tão potentes, que os espectadores tenham manifestado seu entusiasmo e admiração durante a narrativa, gritando e aplaudindo o artista em cena aberta. Ou quem sabe? Fugindo da imagem projetada, desconcertados de medo, tal e qual a clássica projeção cinematográfica dos irmãos Lumiére, quando captaram em 1895, um trem chegando na estação de La Ciotat e causaram pânico na platéia que assistia a primeira projeção pública de cinema.

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Essa criação imaginária e hipotética só é possível de se aceitar se a sensibilidade humana vazar pelos limites da razão e da realidade. Como as sombras fazem, sem esforço, por pisos, paredes e tetos na vida e nos teatros. Dessa forma, curiosa e atenta seremos capazes de buscar um entendimento, mesmo que virtual, que compreenda a percepção visual em uma alternância que percorra da escuridão até a luz. Possivelmente usada ao acaso pelo narrador da caverna. Uma primeira atuação, de forma quase irresponsável, sem noção do poder dessa ferramenta na manifestação do pensamento. Talvez, causando um efeito fascinante em quem participava dessa revelação. Como causa ainda hoje, seja quando apreciamos um belo por do sol, o nascer da lua sobre a água do mar, um eclipse, ou um filme no cinema. Tudo são alternâncias, percepções, sensibilidades, que naturalmente nos emocionam desde o tempo das cavernas.

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Quem sabe essa experiência empírica na caverna não tenha sido a mais antiga das expressões humanas? Imagine essa primeira cena teatral onde o protagonista valeu-se de sua sombra, de forma expressiva, pronunciando-se publicamente na escuridão do ambiente, vislumbrando o brilho das chamas nos olhos dos espectadores. Desde então, ao passar dos anos, muitas histórias foram contadas e as sombras encontraram novos espaços escuros para vagar, como almas penadas no inconsciente humano, gerando e alimentando sonhos, temores, lendas, mitos, fantasias, fascinação e respeito. Cabe à escuridão e a luz continuar travando guerras mitológicas nas religiões, despertando a inocência da ciência, agindo sobre o pensamento filosófico, sensibilizando a psicologia humana e proporcionando espetáculos artísticos aos que estiverem atentos aos seus fenômenos.

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Já imaginaram de forma semelhante os nossos colegas Leonardo Da Vinci, Javier Villafañe, Carl Jung, Johann Wolfgang Von Goethe, Jean-Jaques Annaud e muitos mais.
E lá vai a sombra. Engano meu. Aí vem ela...

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Alexandre Fávero
Diretor e sombrista
Cia Teatro Lumbra/Clube da Sombra LTDA
Porto Alegre/RS – Brasil
+55 (51) 9978 5657/+55 (51) 3446 9134

clube@clubedasombra.com.br

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1/06/2009

 


 

Dossier publicado en la Hoja n° 24 de Diciembre 2011

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O Teatro de João Redondo no Rio Grande do Norte - Brasil

por Maria das Graças Cavalcanti Pereira

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Texto en Español

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No Rio Grande do Norte, o Teatro de Bonecos é denominado “João Redondo”, recebendo vários outros nomes nos estados nordestinos (1). Isso evidencia o caráter historicamente masculino da tradição, representada por alguns mestres (2) já falecidos ou por seus multiplicadores, que, aos poucos, foram inseridos nesse universo lúdico.

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Um dos primeiros registros que se tem conhecimento no RN sobre essa brincadeira é de 1950. Levantamento feito por José Bezerra Gomes, sobre o calungueiro Sebastião Severino Dantas, “Seu Bastos”, conhecido artista da região do Seridó (RN).

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Esse teatro tem como forte característica a fabricação artesanal de bonecos e objetos de cena. Vale destacar que o teatro de bonecos do Nordeste mantém traços estéticos comuns.

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Para muitos brincantes, o princípio da brincadeira está ligado a sua experiência, ao ato de assistir, de fazer pela primeira vez. Há relatos de mestres que se iniciaram de várias maneiras: alguns por verem outros brincantes, espontaneamente, outros por tradição familiar; há também aqueles que encararam a iniciação na arte como um desafio ou até mesmo pela curiosidade de manipularem um pequeno objeto entre os dedos e sentirem a emoção ao realizar tal feito, cada um com suas particularidades.

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Além de uma influência familiar e de um encanto pela brincadeira, em algum momento da vida do brincante, aprender e entrar nesse universo segue algumas lógicas e experiências particulares. Existem ainda aqueles que, através de seus afazeres, geralmente ligados a arte, introduziram esse universo em seu cotidiano.

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Os mestres falam do aprendizado como um processo quase “natural”, como ocorria nas corporações de ofício medievais, onde as crianças se misturavam aos adultos no dia a dia e socializavam-se em diferentes profissões, sem passar por um aprendizado fora da família. Para os que não têm a sorte da proteção do mestre, começam olhando a brincadeira de fora, buscando observar o comportamento dos mestres para depois imitá-los. E, os sobrenomes não formais, e sim apelidos informais de família são usados, como acontece no teatro de bonecos no RN, tais como: Relâmpo, Daniel, Lourenço, Basílio, Rosa, marcam mais o brincante do que o parente.

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A escultura dos bonecos de luvas, tipo mais usado entre os brincantes, recebem proporções anatômicas que são levadas em consideração no ato de sua construção, sem esquecer que toda expressão corporal limita-se à cabeça e mãos, pois o resto do corpo, inexistentes na quase totalidade dos bonecos ocultam-se sob as vestes, que já caem no campo do decorativo ou da costura simplesmente.

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Em seus aspectos físicos destacam-se narigões, olhos esbugalhados, bocarras por vezes apenas pintadas, com traços amplos, com dentes exagerados, sobrancelhas, bigodes, barbas, colados por materiais diversos ou mesmo pintados, entre outros, sem preocupações realistas.

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Cada personagem é esculpido dentro de uma concepção simbólica de sua função no enredo. Os nomes das personagens têm grande ênfase neste tipo de teatro, que representa comédias improvisadas, a partir de um roteiro que se atualiza e se modifica com os acontecimentos cotidianos e interações com as pessoas da plateia.

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Essa forma de teatro no RN possui um elenco variado de personagens em que se inclui primeiramente o Capitão João Redondo, representante da camada social superior, dominante. Apresenta-se como o arquétipo do proprietário de terras do Nordeste, que usualmente recebe a patente de "Coronel". Ele é o "dono da brincadeira", aquele que inicia e termina a apresentação.

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O capitão João Redondo, por exemplo, é o boneco de maior tamanho. Faz a encenação com Baltazar ou Benedito, de menor estatura, negro, mirrado, voz fina, fraco na aparência, mas valente, sabido, astuto, cheio de malícia. Possui caráter irreverente, justiceiro, vocabulário recheado de palavrões, questionador das autoridades constituídas, resolve sempre seus conflitos com surras e pauladas. Apresenta-se como representante da inconformação do povo nordestino.

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O mestre brincante procura destacar traços em cada personagem, buscando, além de identificá-la, diferenciá-la das outras. As personagens são, normalmente, típicas: o patrão, o soldado, a amante, a bela, a má, o trabalhador, entre outras.

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Os tipos secundários são aqueles que representam a memória coletiva, os mitos e as crendices populares, tais como a Alma, a quem o diabo persegue tenazmente, derivados do ciclo da assombração do bumba-meu-boi, por exemplo, em que a imaginação do escultor, prevendo a função do boneco na brincadeira, comanda a liberdade de intenções mais do que a formal. Vestida de branco, a cabeça muito pequena, a menor de todas, tem mãos imensas, caídas em cima do camisolão bem comprido. Apresenta-se pedindo piedade, causando forte impressão.

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O Médico, a Alma ou Zumbi, o Diabo e o Negro Xangozeiro, através da imitação de gestos, vozes e danças, contagiam o público. O Diabo aparece como uma personagem extremamente rica, que ainda hoje causa medo na plateia, com o objetivo de levar os mortos das histórias para o inferno, sem se importar se são ruins ou bons.

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Já a presença da Alma traz à cena a própria morte, que carrega as marcas das personagens alegóricas medievais. O Padre é um boneco bastante representativo que, à maneira dos frades missionários, apresenta-se aconselhando a todos, para evitar o pecado, lembrando que o "dia do julgamento" está próximo.

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Assim, dando ouvidos à tradição do teatro de bonecos no RN, a cobra e o boi são os bichos que mais aparecem nesse teatro. O primeiro, encarnando o espírito do mal, ligado à ideia do pecado original, engolindo as pessoas, mas aniquilado por um "Benedito" ou "Baltazar", que é disposto e valente. O segundo está relacionado aos anseios pastoris das populações rurais da zona nordestina.

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A dinâmica do texto geralmente ocorre com a sucessão de quadros autônomos, que seguem um esquema de pequenas cenas, entrecortadas por músicas, com entradas e saídas de bonecos/personagens, acompanhadas de pequenas intrigas, que são desenvolvidas, muitas vezes, pelo improviso.

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É dos temas mais fáceis que os brincantes tiram os melhores efeitos no teatro de bonecos. E, o aprendiz/espectador, ao ser absorvido pelas histórias, pela magia do próprio boneco que se faz presente, envolve-se, mergulhado no brinquedo. É como se o espírito do João Redondo vagueasse através das criticas dos costumes, por meio das personagens. Na verdade trata-se da transferência das virtudes e vícios humanos para os bonecos, que representam tipos característicos de certas classes sociais.

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Partindo do princípio escultural da cabeça, os traços tendem a serem expressivos, caricaturais, com linhas que reforçam ou mesmo estereotipam os bonecos. Outros são sóbrios e alguns buscam certa naturalidade e veracidade. Observa-se também que, geralmente, as características de determinados bonecos estão intimamente ligados ao universo do brincante, seja expondo traços de seu feitor, de familiares ou de pessoas de sua comunidade.

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As mãos dos bonecos, por sua vez, tanto podem ser entalhadas, quanto utilizadas de outros materiais, como por exemplo, do tipo das que são usadas em bonecas de borracha. Alguns bonecos não têm as mãos, por opção do mestre, utilizando uma espécie de luvinha, acompanhando o formato do camisolão, para vestir os dedos de seu manipulador.

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Personagens do teatro de João Redondo em Exposição
“Arte e Magia dos Bonecos” em ago/2005 no Memorial Câmara Cascudo
Foto: Graça Cavalcanti

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Seu movimento é produzido pelas mãos: o dedo indicador introduz-se na cabeça e os dedos polegar e médio nos braços. Os bonecos variam de tamanho, podem ser, segundo a maioria dos brincantes, tanto de cabeça pequena ou grande. Os que têm mecanismo articulam os olhos, pescoço, braços/mãos e, principalmente, a boca. O corpo, em sua maioria, consiste de um pano colorido, geralmente em forma de um camisolão.

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Mostra da estética dos bonecos de Dadi
Foto: Manoel Bezerra

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Boneca de fio construída por Dadi
Foto: Manoel Bezerra

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Oficina de bonecos de Dadi em sua residência
Foto: Graça Cavalcanti

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Boneca de Dadi com indumentária de chita e cabelo de lã
Foto: Manoel Bezerra

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Pode-se verificar nos bonecos, que o figurino e adereços compõem o aspecto do boneco em sua “corporeidade”. Os adereços, por sua vez, dão um caráter peculiar a cada personagem, que ligados à sua composição, complementam a forma e sua caracterização.

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Alguns elementos são esculpidos, pintados, furados e outros aplicados à cabeça ou ao corpo/roupa dos bonecos, como por exemplo, as orelhas feitas em sua maioria, em cola tipo Durepoxi. A própria maquiagem ou pintura que contornam os olhos, a boca, os brincos, dentes e sinais que realçam a expressão, condiz com a personalidade do boneco. As cores utilizadas nessa personificação constituem um elemento importante para sua caracterização: preto, branco, bege, rosa etc., que cobrem cabeças e mãos, que ainda são complementadas, por exemplo, pelo vermelho que serve ao mesmo tempo para indicar a boca e a cor do batom e o rouge para as bochechas, fazendo fluir os traços e o imaginário da plateia.

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Entre outros adereços utilizados estão os chapéus, brincos, colares e vários tipos de cabelos. São usados cabelos de humanos, de nylon, de crina de cavalo ou de bode, que ficam no sol estendidos, como roupas em quaradouro, para perder o cheiro característico. Depois são colados à cabeça ou usados nos bigodes dos bonecos. O uso da palha e de produtos industrializados nesses adereços busca dar forma e expressão à matéria, caracterizando-a, assim, como uma persona.

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Coleção primeiros bonecos feitos por Dadi
Foto: Fernando Pereira

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Coleção bonecos de Dadi
Foto: Manoel Bezerra

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Adereços na indumentária masculina com bonecos de grande porte de Dadi
Foto: Manoel Bezerra

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Indumentária feminina com adereços feitos por Dadi
Foto: Manoel

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Dadi com bonecos de grande porte à sua frente e sua mala de bonecos
Foto: Alessandro Amaral

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O local escolhido para a construção dos bonecos pode ser modificado sempre pelo mestre, dependendo do horário e da temperatura do ambiente: pode ser em seu alpendre/varanda, no quintal, entre as árvores, na rua ou no último fundo da casa. Ou ainda, em um espaço reservado em sua casa, denominado de quarto, ateliê ou oficina, onde guarda suas ferramentas, bancada de madeira, mala de bonecos, tintas, pincéis, máquina de costuras e material para confeccionar a indumentária dos bonecos.

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A maioria dos mestres segue a tradição de possuir malas em madeira e outros materiais, para acondicionar seus calungas, bonecos, ou “meninos”, como alguns chamam. E, quanto maior a coleção ou “terno” de bonecos, maior o tamanho da mala.

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A manipulação desses bonecos/personagens tem como objetivo a encenação de histórias tecidas na tradição, nutridas pelo improviso e pela novidade. São inseridas nas memórias e práticas estabelecidas dentro de uma tradição rica, viva e dinâmica, que vem se movendo durante décadas e que falam desse conhecimento que é repassado entre membros de uma mesma família ou na relação brincantes/receptores, com práticas apreendidas no ato do brincar e que são inscritas em corpos brincantes.

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A plateia, por sua vez, tem uma importância fundamental na encenação da apresentação, e, de sua reação, depende o êxito da brincadeira. E, por falar na plateia, o jogo, a brincadeira, só se realiza diante dela, para ela e com ela. Há um respeito pela participação dos espectadores que se identificam com os bonecos, nas diversas situações das apresentações. Ela dá legitimidade aos brinquedos, elegendo e reconhecendo seus mestres mais criativos.

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Essa brincadeira é a responsável pelo entretenimento dos moradores de pequenos sítios e lugarejos, escolas, praças públicas e pequenos circos mambembes, na casa do próprio bonequeiro ou outro lugar marcado pelo proponente interessado. Acontece geralmente em áreas abertas, por trás de uma pequena cortina ou tolda com espaço reservado para o brincante movimentar os bonecos. Essa é uma apresentação magistral de vivacidade, de colorido, de alegria, com ritmo e expressão sem sofisticação, apoiando-se na tradição.

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(1) No Rio Grande do Norte, esse teatro toma o nome de “João Redondo” ou “Calunga”; ”Mamulengo” em Pernambuco; ”Babau” na Paraíba; “Cassimiro Coco” no Ceará e Piauí.

(2) José, Miguel e Antônio Soares de Assis, conhecidos como os “irmãos Relampo”, Feliciano, Chico Daniel, Francisco Rosa, Joaquim Lino, João Constantino Dantas, Antônio Pedro da Silva, Joaquim Cardoso, Antônio Gordo, Paulo Vicente, José Bernardino, Jeremias Avelino, Sebastião Severino Bastos, já falecidos. Ou pelos mestres que estão na ativa, recentemente inventariados pelo registro do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN para transformar o Teatro de Bonecos do Nordeste como Patrimônio Cultural do Brasil, como por exemplo: Raul, Heraldo Lins, Ronaldo, Francinaldo, Manoel Dadica, Zé do Fole, Marcelino, Felipe, Tio João, Josivan, Daniel, entre outros.

 

 

 

 

 

El Teatro de Juan Redondo en Rio Grande del Norte - Brasil

por Maria das Graças Cavalcanti Pereira

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En Río Grande del Norte, el teatro de títeres llamado "Juan Redondo", recibe varios otros nombres en los Estados del nordeste de Brasil (1). Esto pone de manifiesto la tradición de carácter históricamente masculina, representada por algunos Maestros (2) fallecidos o por sus multiplicadores, que, poco a poco, fueron incluidos en este universo lúdico.

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Uno de los primeros registros de que se tiene conocimiento en Río Grande del Norte (RN) acerca de este teatro popular (brincadeira) es de 1950. El estudio realizado por José Bezerra Gomes, del calungueiro Sebastian Severino Dantas, "Don Bastos", conocido artista de la región de Seridó (RN).
Este teatro tiene como fuerte característica la fabricación artesanal de muñecos y objetos de la escena. Cabe señalar que el teatro de títeres del nordeste mantiene rasgos estéticos comunes.

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Para muchos titiriteros (brincantes), el principio del juego teatral está conectado a su experiencia, el acto de ver, y de actuar por la primera vez. Hay relatos de Maestros que se iniciaron de diversas formas: algunos por ver otros brincantes, espontáneamente, otros por tradición familiar. Hay quienes enfrentaron la iniciación en el arte como un desafío o incluso por curiosidad para manipular un objeto pequeño entre los dedos y sentir la emoción de lograr tal hazaña, cada un con sus particularidades.

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Además de la influencia familiar y un encanto por juegos de palabras, en algún momento en la vida de un alegre titiritero popular, aprender y entrar en este universo sigue algunas experiencias personales. Todavía hay quienes, a través de sus tareas, a menudo vinculadas al arte, introdujo este universo en su vida cotidiana.

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Los Maestros hablan de aprendizaje como un proceso casi "natural", como ocurrió en oficios de artesanía medieval, donde los niños se mezclaban con adultos en el día a día y se preparaban en diferentes profesiones, sin pasar por un aprendizaje fuera de la familia. Para aquellos que no tienen la suerte de protección del Maestro, comenzar a mirar el juego, tratando de observar el comportamiento de los Maestros y luego imitarlos. Y, los apellidos informales y los apodos no formales de familia, se utilizan, como ocurre en el teatro de títeres en RN, tales como: Relâmpo, Daniel, Lourenço, Basilio, Rosa, marcar más el brincante de que el pariente.
La escultura de títeres de guante, tipo más utilizado entre los brincantes, las proporciones anatómicas se toman en consideración en el momento de su construcción, sin olvidar que la expresión de todo el cuerpo se limita a la cabeza y las manos, porque el resto del cuerpo, inexistente en casi todas los muñecos se ocultan bajo las vestimentas, que ya caen dentro del campo de la costura decorativa.

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En sus aspectos físicos incluyen narigones, ojos muy abiertos, bocas apenas pintadas, con grandes trazos, con dientes exagerados, cejas, bigotes pegados por diversos materiales o incluso pintados, entre otros, sin preocupaciones realistas.

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Cada personaje es tallado dentro de una concepción simbólica de su papel en la trama. Los nombres de los personajes tienen gran importancia en este tipo de teatro que representa la comedia improvisada, desde una secuencia de itinerarios que se actualizan y cambian con los acontecimientos del cotidiano e interacciones con personas del público.

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Esta forma de teatro en RN tiene un variado elenco de personajes y como principal figura el Capitán Juan Redondo, representante de la capa social superior, dominante. Se presenta como el arquetipo del terrateniente del nordeste, que normalmente recibe el grado de "Coronel". Es el "dueño de un juego teatral ( brincadeira) ", que comienza y termina la presentación.

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Capitán Juan Redondo, por ejemplo, es el títere de mayor tamaño. Hace la puesta en escena con Baltazar o Benedito de menor estatura, negro, flaco, descarnado, voz fina, débil en apariencia, pero valiente, astuto y lleno de malicia. Tiene carácter irreverente, justiciero, vocabulario lleno de palabrotas, enfrenta las autoridades y valiente siempre resuelve los conflictos con palizas y cachiporradas. Se presenta como el representante inconformado del pueblo nordestino.
El Maestro pretende resaltar los trazos en cada personaje, que busca, además de identificarlo, diferenciarlo de los otros. Los personajes son, típicos: el jefe, el soldado, la amante, la bella, el malo, el trabajador, entre otros.

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Los tipos secundarios son los que representan la memoria colectiva, mitos y supersticiones populares, tales como el alma, a quien el Diablo persigue tenazmente y derivados del ciclo del bumba-meu-boi, por ejemplo, en el que la imaginación del escultor, previendo el papel del muñeco en el juego teatral (brincadeira), conduce la libertad de intenciones. El alma, vestida de blanco, la cabeza muy pequeña es el títere más pequeño de todos, tiene enormes manos, caídas sobre la camisola, se presenta pidiendo compasión, causando gran impresión en el público.

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El médico, el alma o Zumbi, el Diablo y el Negro Xangozeiro a través de la imitación de gestos, voces y danzas, pasan su entusiasmo al público.
El Diablo aparece como un personaje muy rico, que todavía hoy, causa temor entre el público con el objetivo de traer los muertos a las historias del infierno, sin importarles si son buenas o malas.

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Ya, la presencia del alma trae la propia muerte a la escena, que lleva las marcas de caracteres alegóricos medievales. El sacerdote es un títere bastante representativo, que como los frailes misioneros, asesorando a todos para evitar pecar, señalando que el "día de la sentencia" está cerca.

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Así, siguiendo la tradición del teatro de títeres en RN, la serpiente y el buey son los animales que aparecen en este teatro. La primera, que personifica los espíritus del mal, conectada a la idea del pecado original, ingestión de gente, pero muerta por un “Benedito o Baltazar”, dispuestos y valientes. El segundo está relacionado con los deseos pastoriles de las poblaciones rurales de la zona del nordeste.

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La dinámica del texto se produce generalmente con la sucesión de cuadros autónomos que siguen un esquema de pequeñas escenas, puntuadas por canciones, con entradas y salidas de títeres y personajes, acompañados de pequeñas intrigas que se desarrollan, a menudo por la improvisación.

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De los temas sencillos, el brincante toma los mejores efectos en el teatro de títeres. Y el aprendiz/espectador, pasa a ser absorbido por las historias, por la magia del propio muñeco que se presenta, e implica en sí mismo, una inmersión en el juego de la escena. Es como si el espíritu de Juan Redondo vagase a través de la crítica de las costumbres, por medio de los personajes. De hecho es la transferencia de los vicios humanos y virtudes de los muñecos, que representan la característica de los tipos de determinadas clases sociales.

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Partiendo del principio escultural de la cabeza, los rasgos tienden a ser características expresivas, burlescas, con líneas que refuercen o incluso estereotipan los muñecos. Otros son sobrios y algunos buscan cierta naturalidad y veracidad. También puede observarse que, en general, las características de ciertos muñecos están íntimamente conectadas al universo del alegre brincante y se exhiben vestigios de su supervisor, familiares o personas de su comunidad.

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Las manos de los muñecos, a su vez, pueden ser talladas, como utilizar otros materiales, como por ejemplo los tipos utilizados en las muñecas de goma. Algunos títeres no tienen manos, por opción, utilizando una especie de guantes, siguiendo el formato de la camisola, para llevar los dedos de su manipulador.

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Personajes del teatro de Juan Redondo en la Exposición
“Arte y Magia dos Bonecos” en el año/2005 en el Memorial Câmara Cascudo
Foto: Graça Cavalcanti

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Su movimiento es producido por las manos: el dedo indicador se introduce en la cabeza y el pulgar y el dedo medio en sus brazos. Los títeres varían en tamaño, pueden ser, pequeños o grandes. Los que tienen movimiento, su mecanismo está en los ojos, cuello, brazos y manos y, principalmente, en la boca. El cuerpo consiste en una tela de color, normalmente en forma de una camisola.

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Detalles de la estética de los títeres de Dadi
Foto: Manoel Bezerra

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Títere de hilo construido por Dadi
Foto: Manoel Bezerra

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Taller de títeres de Dadi en su casa
Foto: Graça Cavalcanti

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Títere de Dadi con vestido de "chita" y cabello de lana
Foto: Manoel Bezerra

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Se puede comprobar en los títeres, que el vestuario y la utilería conforman la apariencia de la marioneta en su corporeidad. Los adornos del muñeco, a su vez, dan un carácter peculiar a cada personaje, que con su composición, complementan la forma y su caracterización.

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Algunos elementos están tallados, pintados y otros aplicados en la cabeza o en el cuerpo y la ropa de las muñecos, como por ejemplo, las orejas en cola tipo Durepoxi. El maquillaje o pintura alrededor de los ojos, boca, dientes, aretes son signos que ponen de relieve la expresión y coincide con la personalidad del títere. Los colores utilizados en esta personificación son elementos importantes para su caracterización: negro, blanco, beige, rosado etc., que cubre la cabeza y las manos, que todavía se complementan, por ejemplo, rojo que sirve al mismo tiempo para entrar en la boca y el color del lápiz labial y el rouge de las mejillas, haciendo fluir los trazos e imágenes de la audiencia.

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Otros accesorios utilizados son los sombreros, aretes, collares y diversos tipos de cabello. Se utilizan en pelo humano, crina de caballo, de nailon o de cabra, que se extienden al sol para perder el olor característico. Después son pegados en la cabeza o utilizados en los bigotes de las muñecos. El uso de productos industrializados y paja en estos adornos busca dar forma y expresión a la materia, caracterizándola, así, como una persona.

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Colección de los primeros títeres hechos por Dadi
Foto: Fernando Pereira

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Colección de títeres de Dadi
Foto: Manoel Bezerra

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Detalles de la ropa masculina de un títere de grande tamaño de Dadi
Foto: Manoel Bezerra

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Vestido feminino con detallles hechos por Dadi
Foto: Manoel

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Dadi con títeres de grande tamaño a su lado y su maleta de títeres
Foto: Alessandro Amaral

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El sitio elegido para la construcción de los títeres puede modificarse constantemente por el maestro, dependiendo del tiempo y la temperatura del medio ambiente: puede ser en su porche o balcón, en el patio, entre los árboles, en la calle o en el último fondo de su casa. O incluso, en un lugar especial en su sala principal, llamada, atelier o taller, donde guarda sus herramientas, bancada de madera, valija de títeres, pinturas, pinceles, máquina de coser y material para producir la ropa de los muñecos.
La mayoría de Maestros sigue la tradición de ser propietario de cajas de madera y otros materiales, para guardar sus calungas, muñecos o "chicos" como algunos lo llaman. Y, cuanto mayor sea la colección de muñecos, mayor será el tamaño de la maleta.

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La manipulación de estos personajes/títeres tiene como objetivo la puesta en escena de historias que se tejen en la tradición, alimentadas por la improvisación y la novedad. Se insertan en los recuerdos y las prácticas establecidas dentro de una rica tradición viva y dinámica, que viene avanzando durante décadas y que habla de este conocimiento que ocurre entre los miembros de una familia o en los relación brincantes/receptores, con práctica aprendida en el acto de jugar y que se introducen en los cuerpos brincantes.

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La audiencia, a su vez, tiene una importancia fundamental en la puesta en escena de la presentación y de su reacción, depende el éxito del juego. Y, hablando en la audiencia, el juego tiene lugar sólo delante de ella, a ella y con ella. Hay un respeto por la participación de los espectadores que se identifican con los títeres, en diversas situaciones de las presentaciones. Da legitimidad al juego escénico, elección y reconociendo de sus Mestres más creativos.

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Estos juegos escénicos son responsables por la diversión de los habitantes de pequeños sitios y barrios, escuelas, plazas públicas y pequeños circos populares, en la casa del propio titiritero o en otro lugar marcado por el interesado en cuestión. Normalmente sucede en zonas abiertas, detrás de una cortina o tolda donde el brincante maneja sus títeres. Esta es una presentación magistral de alegría colorida, vivacidad, con ritmo y expresión, sin sofisticación, apoyándose en la tradición.

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1) En Rio Grande del Norte, este teatro popular toma el nombre de "Juan Redondo" o "Calunga"; "Mamulengo" en Pernambuco; "Babau" en Paraíba; "Cassimiro Coco" en Ceará y Piauí.
2)José Miguel y Antonio Soares de Assis, conocido como los "Hermanos Relampo", Feliciano, Chico Daniel, Francisco Rosa, Joaquim Lino, João Constantino Dantas, Antônio Pedro da Silva, Joaquim Cardoso, Antônio Gordo, Paulo Vicente, José Bernardino, Jeremias Avelino, Sebastião Severino Bastos, ya fallecidos. O por Maestros que están activos, recientemente inventariados por el registro del Instituto del Patrimonio Nacional Histórico y Artístico -IPHAN para transformar el teatro de títeres del nordeste como Patrimonio Cultural del Brasil, como por ejemplo: Raúl, Heraldo Lins, Ronaldo, Francinaldo, Manoel Dadica, Zé do Fole, Marcelino, Felipe, Tío João, Josivan, Daniel, entre otros.

 

 


 

Dossier publicado en la Hoja n° 26 de Noviembre 2012

 

Monumento Número 21 de Bilbao

por Larraitz Iparragirre

Texto original en formato pdf

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“El teatro que nos espera, el que dejará renovada señal creadora, será aquel que desentrañe y se nutra dialécticamente de la historia de la cual forma parte y desde nuestro tiempo se proyecte (…) hacia el futuro”.

Armando Morales

 

 

En Noviembre del 2007 con mi compañero Rodolfo de León, creamos la compañía vasco-guatemalteca de teatro de títeres La Charada Teatro. Como muchas otras compañías del mundo y de manera inevitable nos fuimos encontrando, en diferentes publicaciones y conversaciones, con la mención del titiritero Maya prehispánico de Bilbao, en Guatemala. ¿Bilbao en Guatemala? No lo encontrábamos en el mapa. ¿Sería una errata? No había fotografías, sólo un dibujo… Todo era difuso, envuelto en un halo de misterio. Me causaba dudas el hecho de que no hubiera ningún número de referencia arqueológica asociado al dibujo. Un amigo titiritero nos dijo que alguien le contó, que se encontraba en Santa Lucía Milpas Altas, pegadito a la Ciudad de Antigua Guatemala, donde nosotros vivimos. Buscamos pero ni rastro. En la web silencio sepulcral.

 

Poco a poco, e inspirados por el trabajo de recuperación y difusión de la historia de los títeres que otras compañías realizan en diferentes partes del mundo, se abría paso en nosotros la conciencia de la importancia de recuperar la historia de nuestro oficio en Guatemala.

 

En el 2010 cuando nos invitaron a participar en el I Coloquio de Títeres (los Títeres a través de la Historia) en el marco del XXV Festival de Títeres Rosete Aranda (Tlaxcala México), se nos hizo urgente la tarea. El profundo desconocimiento de nuestras raíces titiritescas nos causó vergüenza. ¿Cómo era posible que ignoráramos las fuentes más cercanas de donde se alimenta nuestro oficio que con tanta pasión emprendimos? En ese preciso instante se inició el presente artículo y los que vendrán.

 

El titiritero mexicano radicado en Venezuela, Alejandro Jara, fue quien nos dio el dato preciso de que la imagen de aquel único dibujo que conocíamos, era una reproducción de una estela maya que se encontraba en Santa Lucía Cotzumalguapa. Por fin lo pudimos ubicar en el mapa. Comenzaba el periplo.

 

Después de recopilar un poco de información sobre el monumento y su contexto, salimos la mañana del 11 de noviembre del 2011, con más preguntas que respuestas. Esperando que a esas alturas de la época seca ya estuviera cortada la plantación de caña de azúcar que rodea la estela. Nos habían contado que era un tanto difícil encontrarla entre el cañaveral. El dato aunque nos indigna no nos sorprende. Esta estela se encuentra en las tierras de la finca Las Ilusiones, en manos privadas, totalmente desprotegida. ¿Y qué es Bilbao? Pues es el nombre del paraje donde se encuentra la estela, también conocida como “las piedras” que es parte de la finca, que se encuentra en Santa Lucía Cotzumalguapa, departamento de Escuintla, al sur del país.

 

Tomamos la carretera a Escuintla, pasando por el corredor que se abre hacia la costa entre los volcanes que custodian la ciudad de Antigua Guatemala. El camino lo hicimos envueltos en una especie de ensueño, mientras veíamos pasar ante nuestros ojos cientos de hectáreas de caña de azúcar en flor. Imagen hermosa y cruel a partes iguales. Estamos adentrándonos en las tierras más fértiles de Guatemala, todas usurpadas por unas pocas manos. Se va disolviendo el ensueño.

 

Al poco de pasar el ingenio azucarero Pantaleón con sus grandes torres de humo, tomamos el desvío que lleva al interior de la ciudad de Santa Lucía Cotzumalguapa y damos con la entrada a la finca Las Ilusiones, no sin antes habernos perdido un par de veces.

 

Parece que hemos retrocedido dos siglos. Es la mítica estampa colonial ¿Seguimos o mejor preguntamos? No se ve a nadie. Preguntamos en una de las casas. Nos dicen que preguntemos en otra de las casas.

 

Detrás de un cerco metálico, veo el almacén que hacen llamar “museo”, donde guardan las piezas que son sacadas a la superficie por la maquinaria de la finca. Se ven estelas y esculturas de diferentes tamaños regadas en los alrededores. Saco fotos mientras Rodolfo se acerca a la otra casa y conversa con un señor que se encuentra tumbado en una hamaca. Ni se levanta. Con actitud de capataz responde que la estela se encuentra dentro de la finca, y que no se puede entrar, que están en plena zafra, que no se puede, ¡que no! Que ahí está el museo, pero que no se encuentra el encargado, por lo que está cerrado, que no sabe cuando volverá, que quizás en una hora... en fin, que no nos quería allí.

 

Con una sobredosis de rabia y de tristeza volvimos al carro y salimos de allí a toda la velocidad que nos permite el empedrado. Cegados por la rabia decidimos tomar el camino a casa. Pero al poco de pasar el ingenio Pantaleón, ya bajo el furioso sol de mediodía, varados en un atasco, me invade la tristeza y vence a la ira. Convenzo a Rodolfo para que demos la vuelta e intentemos de nuevo.

 

Volvemos a la entrada de la finca. Nos atiende el encargado del “museo”. Dice que si estamos interesados en ver la estela tienen una réplica, y que la entrada cuesta 25 quetzales. Me palpita el corazón. ¿Como son capaces de pedir dinero por entrar a un almacén donde apilan las piezas que sin ningún cuidado han ido sacando de su contexto para poder seguir cultivando? ¡Además se las dan de filántropos desinteresados, cuando queman y rastrillan todos los años importándoles muy poco los daños que puedan sufrir los vestigios! Salgo del carro con la cámara de fotos colgada del cuello. Rodolfo le dice que vengo desde España a ver esa estela, que estoy muy interesada, que qué pena después de tan largo viaje.

 

De una u otra forma, el malinchismo siempre funciona en estos casos. El encargado hace una mueca, y nos cuenta que no es fácil llegar a la estela. Que tenemos que tomar rumbo al norte y cruzar Santa Lucía hasta llegar al convento. Que allí tendremos que dejar el vehículo y que tendremos que caminar un par de kilómetros por un camino de tierra que se adentra en la finca, y que después tendremos que alejarnos del camino y caminar otro rato hasta llegar a la piedra.

 

Hemos visto los mapas arqueológicos y el área urbana de Cotzumalguapa casi llega hasta la estela. O las proporciones de los mapas son herradas, o el señor está exagerando las distancias. Otro que intenta desanimarnos.

 

Nos mira con desconcierto cuando le decimos que gracias, que vamos a ver si la encontramos.

 

Nos adentramos en el área urbana. Es una ciudad que está registrando un crecimiento espectacular en las últimas décadas y que amenaza con completar la destrucción de la zona arqueológica. De hecho, parte de la gran acrópolis de El Baúl ya se encuentra bajo una colonia habitacional de reciente construcción.

 

En unos diez minutos cruzamos la ciudad y nos topamos con las tierras de la finca. Ya cortaron la caña, parece que vamos a tener suerte, que no va a ser tan difícil dar con la estela. En el momento en el que llegamos al final del camino asfaltado, en un recodo, vemos a medio centenar de braceros ennegrecidos por el hollín, que se disponen a adentrarse en la finca. Les preguntamos si saben de la piedra. Nadie sabe nada, la mayoría llega del interior del país a trabajar en la temporada de zafra. Sus ojos resaltan vivaces entre el hollín y el sudor.

 

Seguimos por el camino de tierra, no está en tan malas condiciones. Para cuando nos damos cuenta llegamos a una bifurcación, no hemos hecho ni un kilómetro. ¿Para dónde nos vamos? ¿Izquierda o derecha? En esas estamos, cuando del alto cañaveral que tenemos en frente, sale un niño de unos 15 años. Le preguntamos por el Monumento 21. Nos dice que ahí cerca de donde hemos pasado hay una piedra grande. Decide acompañarnos. Retrocedemos unos quinientos metros, salimos del carro. Ahí está, en medio del cañaveral devastado. Unos cuantos trabajadores observan la gran piedra. Se alejan al vernos. A unos pocos metros, detrás del promontorio donde se encuentra la estela, el resto de braceros suben a los buses que los adentran en la finca, salen las grúas y los camiones. Se les acabó el receso para el almuerzo.

 

 

Por fin nos encontramos ante el Monumento Número 21 de Bilbao. Irradia una fuerza sobrecogedora y a pesar del maltrato, el relieve es visible. Lo encontramos ennegrecido por la reciente quema, y cumpliendo un discreto papel de letrina improvisada para los cientos de braceros que pasan todos los días por aquí.

 

Es uno de los pocos monumentos que quedan in situ en el aérea arqueológica de Cotzumalguapa, en su momento, ocupaba una posición dominante en la acrópolis, localizada en la parte este de la Pirámide 2, en el centro del Grupo B. que hoy en día es totalmente invisible (mapa1). A primera vista sólo se ve un leve promontorio, la mayoría de estructuras que se encuentran bajo tierra están aplastadas por el constante paso de maquinaria pesada.

 

                                     Rodolfo y nuestro improvisado guía frente al Monumento 21

 

Nuestro improvisado guía está sorprendido de vernos tan emocionados, y nos cuenta que hay gente que le “viene a poner candelas” a la piedra. Le contamos que somos titiriteros y que hay muchísima gente interesada en lo que se ve plasmado en la estela. Le enseñamos donde está el títere, nos mira con ojos como platos “¿ustedes si entienden todo eso va?” Nos reímos. No es tanto una cuestión de entendimiento, si no de percepción, para los vecinos no es más que una piedra, para nosotros una pieza única.

 

Seguimos tomando fotos, de cerca, de lejos, observando el relieve con detenimiento desde todos los ángulos posibles. Al rato nuestro compañero decide abandonarnos. Va a darse un baño en la quebrada. El sol calienta sin piedad y la luz es cegadora. Nosotros también decidimos partir.

 

Ya de salida, como última estampa, vemos como un hombre llega corriendo directo a donde se encuentra la estela. Viene desabrochándose el pantalón.

 

Esta imagen cierra el círculo de devastación que rodea Cotzumalguapa. Decido que mejor me quedo con la emoción de haber podido contemplar de cerca nuestro objeto de estudio y con la esperanza de que este trabajo contribuya a concientizar sobre la importancia de conservar, investigar y divulgar la Cultura Cotzumalguapa.

 

 

Por fin pudimos observar in situ el bajo relieve. Ahora tocaba investigar. Ir a las fuentes y recopilar toda la información posible sobre el monumento y su contexto.

 

Las raíces más antiguas del arte del títere en Mesoamérica se hunden tan profundamente que es difícil asirlas con certeza. Son pocos los vestigios tangibles del uso del títere, y estos pocos, son mal conocidos. En este afán de rescatar la historia y las raíces titiriteras nos damos a la tarea de investigar una de las pruebas más antiguas del uso de los títeres en Mesoamérica: el Monumento 21 de Bilbao en Santa Lucía Cotzumalguapa.

 

Antes de adentrarnos en el estudio, queremos aclarar que nuestra intención es redactar un documento donde se mencionen las fuentes consultadas para que cualquiera, que quiera profundizar en el tema o sacar sus propias conclusiones e hipótesis, pueda recurrir a ellas. Creemos que es importante analizar el bajo relieve en su totalidad, para que se pueda apreciar el contexto donde se encuentra el personaje que nos interesa.

 

En este punto quisiera aclarar que esa imagen del “titiritero maya” que tanto llamó nuestra atención, es en realidad, un fragmento del dibujo hecho por el arqueólogo estadounidense L.A. Parsons en la década de los sesenta del siglo pasado (IMAGEN 3).

 

En realidad, el Monumento Numero 21 de Bilbao, ostenta uno de los bajo relieves más complejos y poco apreciados del arte prehispánico de Guatemala. Esculpida en un estilo marcadamente diferente del conocido para el Área Central Maya. Vestigio silencioso de un pueblo que hace dos milenios fue conformando una cultura propia, con una escritura y un sistema de datación, aún sin descifrar. Nos encontramos ante la Cultura Cotzumalguapa, serpiente escurridiza y silenciosa que aún se niega a revelarnos sus secretos.

 

La mayoría de los datos que se incluyen en este trabajo, provienen de las investigaciones arqueológicas más recientes llevadas a cabo por Lee Parsons durante 1962 y 1963, por la Doctora Marion Popenoe de Hatch de la Universidad del Valle de Guatemala en 1982 y 1983 y las más actuales llevadas a cabo por Oswaldo Chinchilla, arqueólogo de la Universidad Francisco Marroquín de Guatemala.

 

Veamos los datos historiográficos que tenemos sobre el área arqueológica de Cotzumalguapa.

 

 

Los datos historiográficos
Son muy escasas las referencias historiográficas sobre esta área. Sabemos gracias a documentos de la colonia que era una gran productora de cacao. En el momento de la conquista la región se encontraba ocupada por los Kaqchikeles que en alianza con los españoles vencieron a los Pipiles de Itzcuintlan, localidad que se encontraba cerca de la actual ciudad de Escuintla (Polo Sifontes 1989). La presencia Kaqchikel en la región era reciente ya que, según relaciones indígenas, fueron tierras conquistadas a los Tz´utujil y Pipil (Thompson 1948).

 

La región de Cotzumalguapa fue colonizada por frailes franciscanos durante el Siglo XVI fundándose 12 poblados (Juarros 1981; Vásquez 1937-44), pero durante los primeros años de la Colonia sus poblaciones se vieron disminuidas por diferentes pestes y Santa Lucía Cotzumalguapa fue el único poblado que sobrevivió.

 

Aunque esta cultura sea una de las grandes desconocidas, ya desde la primera mitad del siglo XIX llamó la atención por la gran cantidad de esculturas que dejaron como legado. Este paraje, hoy conocido como Bilbao, era denominado la chacra “peor es nada”, ya que la cantidad de estelas de gran tamaño que en ella había, lo hacían inservible para la incipiente agricultura latifundista. Así lo atestiguan las acuarelas de Caroline Salvin de la Mina (1874) o los testimonios de aventureros y naturalistas que transitaron por estas tierras. De hecho la primera referencia al Monumento 21 la encontramos en el libro de viajes del etnólogo y fotógrafo alemán, Caecilie Seler-Sachs en 1898.

 

Cotzumalguapa despertó gran interés arqueológico a principios del siglo XX, y los primeros estudios serios inician en 1942, cuando J. Eric S. Thompson da comienzo a la era de las investigaciones arqueológicas en el sur de Guatemala.

 

 

El contexto histórico
Lo que hoy conocemos como el área arqueológica de Santa Lucía Cotzumalguapa era una ciudad intermediaria entre el altiplano maya y la costa. Esta ciudad de 10 kilómetros cuadrados aglutinaba a los actuales sitios arqueológicos de Bilbao, El Baúl y El Castillo (mapa 2). Chinchilla le da un carácter religioso, o de culto, al área de Bilbao, ya que sus estructuras son de fácil acceso y tiene amplias plazas, mientras que El Baúl lo califica como un área más defensiva donde parece que se asentaban las viviendas de la élite.

 

La región alcanzó su más alto desarrollo durante el Clásico Tardío (650 a 950-1000 d. C.) fue una de las principales ciudades del sur de Mesoamérica, un gran centro de poder político que mantuvo extensas redes de intercambio, participando activamente en los procesos culturales de la época a nivel mesoamericano. Sin embargo, una estela encontrada en El Baúl, y esculpida en un estilo maya temprano que lleva la fecha de la Cuenta Larga equivalente a 36 AC, así como el hallazgo de cerámica de la misma fecha, indican que el sitio ya era importante en el Preclásico Tardío (400 a. C.-150 d. C.).

 

La ciudad clásica de Cotzumalguapa decayó en los albores del año 1000 d.C.

 

El desarrollo de Cotzumalguapa debe verse como la culminación de una historia larga y compleja que involucró el ascenso y la decadencia de varios centros de poder en la franja costera. Esta historia, marcada por cambios profundos, se vuelve más compleja por los movimientos poblacionales y las transformaciones registradas en la composición etnolingüística de la región.

 

 

Monumento Número 21 de Bilbao
La gran roca de 3.87 m de alto y 2.34 m de ancho fue esculpida en el Clásico Tardío, periodo en el cual se fecha el principal florecimiento de Cotzumalguapa, y la mayor parte de las esculturas de esta antigua ciudad.

 

No tenemos referencias sobre el sistema de creencias que se desarrolló en Cotzumalguapa, por lo que hacer una interpretación concisa de la iconografía no es tarea fácil. Sin embargo los investigadores toman referencias de otras culturas que tienen en común el sustrato cultural mesoamericano, para poder plantear algunas hipótesis sobre lo que vemos representado en el Monumento 21.

 

Uno de los autores que más ha profundizado en la iconografía del monumento 21 ha sido Oswaldo Chinchilla, que basa sus interpretaciones en varios trabajos recientes de Hill (1992), López Austin (1994) y Taube (2004) sobre los lugares paradisíacos en la mitología y el arte mesoamericano.

 

                                            Imagen del Monumento Número 21 de Bilbao. 18-11- 2011

 

El relieve representa una escena narrativa, donde se pueden distinguir cuatro individuos:

- Figura 1: Personaje central, que ha sido identificado como “Cantor, danzante sacrificador”.
- Figura 2: Personaje sentado en la parte derecha del relieve identificado como “Diosa anciana o Gobernante extranjero”.
- Figura 3: Personaje situado en la parte izquierda del monumento identificado como “Brujo, Sacerdote, Músico”.
- Figura 4: Personaje que se encuentra a los píes del “sacerdote”, justo detrás del personaje central, que ha sido identificado como “Enano”.

 

La escena está rodeada por una gran enredadera de donde penden frutas con rostro humano y objetos preciosos como cuchillos y joyas, algunos de los cuales caen en forma de lluvia. Cabe destacar también la presencia de pájaros distribuidos por toda la escena.

 

                                                      Dibujo del Monumento Numero 21 de Bilbao, por Oswaldo Chinchilla

 

 

Comencemos la descripción por la Figura 1:
Situado en el centro de la estela vemos al personaje principal que ha sido identificado como “Cantor, Danzante y Sacrificador”.

 

Viste un taparrabo trapezoidal amarrado con una faja, Está ricamente adornado con un ostentoso tocado en la cabeza y un gran disco plano en la oreja. Parsons observa que tiene callosidades en la rodilla, por lo que lo identifica como jugador de pelota; en una rodilla tiene una rodillera adornada y la otra está amarrada con una serpiente. Lleva sandalias y tiene las muñecas adornadas con moñas.

 

Lo vemos danzando (la cabeza mira para un lado y los pies al otro), y haciendo sonar los cascabeles que tiene en las sandalias, en las rodillas y en el tocado. De su boca y del cráneo descarnado que tiene en el pecho, salen sendas volutas de habla que se convierten en la enredadera que rodea toda la escena y de donde cuelgan los frutos con rostro humano, aves y objetos preciados, que Chinchilla identifica como representación del mundo florido.

 

Al tiempo que baila y canta, con el cuchillo que lleva en su mano derecha va cortando los frutos que ofrece a la figura que está sentada en la parte derecha del monumento.

 

En la escena vemos trece aves, entre ellas seis quetzales que pueblan las enredaderas, atraídas por la abundancia de frutas y flores. Las joyas que brotan en estas plantas encuentran cercanos paralelos en los lugares paradisíacos Uto-Aztecas, llenos de objetos preciosos.

 

Algunas frutas y objetos parecen haberse desprendido de las enredaderas y caen como una lluvia en los pocos espacios libres. Thompson (1948:19) lo identifica con la “niebla florida” de Tamoanchan, que también se representa en los lugares paradisíacos del arte Maya, bajo la forma de flores y joyas que caen como una lluvia preciosa.

 

En la poesía Náhuatl, Tamoanchan es descrito como un lugar de niebla florida donde se yergue un gran árbol hendido o torcido sobre sí mismo Xochitlicacan, “cargado de joyas y oro, cubierto de flores de diversas clases, embriagantes, sin raíces, que se derraman como si llovieran, y de las ramas se esparcen también plumas de quetzal.... El árbol florido está rodeado de aves de plumas preciosas. Son gobernantes muertos, transformados, que vuelan entre las flores del árbol y se posan en sus ramas” (López Austin 1994:72-73). Los mitos Mexicas también describen otros lugares paradisíacos: Tlalocan era el paraíso del dios de la lluvia, pleno de alimentos y vegetación y Tonatiuh Ichan, la casa del sol, era un desierto lleno de fulgor, poblado por los espíritus de los guerreros y los sacrificados, que al cabo de cuatro años se convertían en mariposas y aves de plumas preciosas que se nutrían del néctar de las flores (Sahagún 1978:47-49).

 

También se encuentran paralelismos en otras culturas. Karl Taube (2004; 2005) ha documentado extensamente el motivo de la “montaña florida”, en el arte Maya Clásico y en el arte Teotihuacano. Se trata de un cerro colmado de flores y aves de brillante plumaje, entre las que destacan los quetzales. Éste se asocia con la música, el sol y los ancestros de los reyes (IMAGEN 4).

 

Algunas representaciones del mundo florido y el sacrificio simbólico siguen vigentes hoy en día (IMAGEN 5). En las prácticas religiosas tradicionales de Santiago Atitlán, encontramos la “tierra de la montaña florida”, Kotz’eej Juyu Ruchulew en Tz’utujil. Es un lugar primigenio, donde crecía un árbol en el que crecían como frutas todos los productos naturales, seres vivientes, objetos e incluso fenómenos meteorológicos como el rayo. El árbol se rompió por su propio peso y sus frutos se esparcieron y multiplicaron por todo el mundo. El ritual donde se representa el árbol se hace en Semana Santa, frente al altar mayor de la iglesia de Santiago Atitlán, el cual representa la tierra de la montaña florida (Carlsen y Prechtel 1991; Tarn y Prechtel 1990; Christenson 2001; Stanzione 2003). El ritual comienza con la peregrinación a Chicacao (Costa Sur), de donde se traen las frutas y flores que adornarán el armazón, que sirve como escenario para el sacrificio de Jesucristo. Según la interpretación de Stanzione (2003:245), las frutas del monumento son reminiscencias de los cautivos que debieron ser sacrificados en tiempos prehispánicos. El paralelo de la escena del Monumento 21 con la “tierra de la montaña florida” y su árbol prodigioso es notable -según Chinchilla-y seguramente se deriva de creencias muy antiguas presentes en la religión de los pueblos del sur de Guatemala y de toda Mesoamérica.

 

 

Figura 4 “Enano”:

En este contexto de los diferentes mundos floridos mesoamericanos, encajamuy bien el cuarto personaje. Un ser pequeño y de vientre voluminoso que aparece a los pies del sacerdote, justo detrás del personaje central. Lo vemos ataviado con un taparrabo, un collar de cuentas y adornos en la cabeza. Oswaldo Chinchilla plantea la hipótesis de que pueda ser un enano, personaje que es parte de algunos mundos floridos. Así describe Diego Muñoz la corte de la diosa Xochiquetzal, que residía en Tamoanchan Xochitlicacan: “...en su servicio, había muy gran número de enanos y corcovados, truhanes y chocarreros, que le daban solaz con grandes músicas y bailes y danzas...” (1984:203).

 

 

Figura 2 “Diosa anciana o Gobernante extranjero”:

 Este personaje está sentado en un trono en la parte derecha de la estela. En la cabeza tiene una serpiente trenzada, y otra cuya cabeza con lengua bífida aparece entre las piernas. Lleva un adorno tubular en la nariz y una orejera, así como brazaletes y adornos en los tobillos. De su boca sale una voluta del habla, y parece estar recibiendo los productos ofrecidos por el personaje central, que deposita en el recipiente que tiene a sus pies. En él se pueden ver: una muñeca, un cuchillo bipolar con una cabeza en el centro, vainas de cacao personificadas, y frutas. También hay una borla amarrada al recipiente, que algunos autores han identificado como el símbolo del grupo local.

 

Las interpretaciones sobre este personaje son bastante confusas. Parsons lo define como un gobernante varón que no pertenece a la Cultura Cotzumalguapa, ya que viste diferente, por lo que supone que los pobladores rendían tributo a un jefe extranjero. Oswaldo Chinchilla sin embargo lo define como anciana y le da un carácter divino.

 

Esta última interpretación nos parece más factible, ya que podemos afirmar que lo que el personaje central ofrece no son tributos terrenales, si no que víctimas de sacrificio. Al cortarlas, el personaje central reitera la gloriosa muerte de los guerreros en el campo de batalla o en el altar sacrificial. Como otras grandes obras del arte mesoamericano, el Monumento 21 conjuga varios momentos de una secuencia ritual: la muerte de los guerreros, el destino de sus espíritus en el mundo florido y la evocación del mismo por medio del canto y la música (Chinchilla).

 

El corte y ofrenda de los frutos con rostro humano, son una clara analogía del sacrificio por decapitación. En toda Mesoamérica es muy importante el sacrificio. Muchos dioses se sacrifican para que surja o siga la vida y así como lo hicieron los dioses tenían que hacerlo los seres humanos también.

 

Thompson (1956:101) y Parsons (1969:102-103) identificaron las frutas con rostro del Monumento 21 como mazorcas de cacao, aunque sólo una presenta las estrías onduladas características (IMAGEN 6). Chinchilla advierte que “la mayoría tienen amplias hojas que no corresponden con el cacao; algunas podrían ser pataxte o incluso otras frutas tales como zapotes. Sin embargo, la presencia del cacao es significativa”. Por otra parte, Thompson (1956) advirtió una estrecha relación del cacao con el sacrificio humano en el pensamiento mesoamericano. El fruto simboliza corazones o cabezas humanas y la bebida, la sangre del sacrificado.

 

En el sur de Guatemala, el sacrificio de cautivos de guerra era concebido y representado como equivalente a la cosecha de cacao. En el calendario Kaqchikel del siglo XVII, la cosecha de cacao todavía se caracterizaba como “tiempo de degollar”, clara analogía entre el corte de la fruta y el corte de cabezas humanas (Crespo 1957). Los cautivos de guerra eran conducidos al sacrificio con sartas de cacao en el cuello, práctica que se refleja en efigies de cerámica del periodo Clásico y que aún se practicaba en el siglo XVI entre los Pipiles de El Salvador: “los cautivos de guerra vienen maniatados de pies y manos, adornados con plumas y con sartas de cacao en el pescuezo” (Don Diego García de Palacio).

 

 

 

 

 

Figura 3. “Mago, sacerdote, hechicero, Músico”:

 Los investigadores han identificado al personaje que aparece a la izquierda del observador, como “Mago, Sacerdote o Hechicero y Músico” (Krickeberg 1961:12; Parsons 1969:102; Hatch 1987:478; Chinchilla). Y lo identifican como el mismo personaje que aparece en el monumento numero 1 de Bilbao con rasgos esqueléticos y llevando en brazos una cabeza (IMAGEN 7). Ambos tienen amplios collares con picos y de sus bocas salen cuchillos puntiagudos, que es interpretado como un atributo sobrenatural.

 

En el Monumento 21 lo vemos ataviado con un complejo tocado y un taparrabos trapezoidal. Está percutiendo con un fémur humano un timbal ((IMAGEN 8), mientras sostiene un títere en su mano derecha. La identificación precisa del instrumento lo hace Chinchilla gracias a la colaboración de Vanessa Rodens, quien ha señalado el cercano paralelo de este objeto con los timbales de cerámica de los lacandones modernos (Chiapas, México). Debido a que la posición del personaje es dinámica se podría afirmar que puede estar moviéndose al compás del instrumento.

 

El elemento que parece hacer de puente entre la tierra y el mundo florido en esta estela es, precisamente, la música. Hill defiende que el canto es el medio esencial para conjurar imágenes del mundo florido, tanto en el sustrato Mexica como en otras sociedades Uto-Aztecas (Hill 1992). En el Monumento 21 se plasma esta noción de una manera muy clara. Las plantas, las flores y los objetos preciosos que llenan el espacio surgen del canto del personaje principal. A cada paso del cantor, el retintín de los cascabeles debió acompañar su canto, al compás del timbal ejecutado por el sacerdote. Podríamos afirmar que estamos ante una representación del baile sacrificial, donde el sacerdote juega un papel importante en la conexión con el mundo mágico, en este caso el mundo florido.

 

 

 

 

 

 

¿Y el títere?

Lo primero que llama la atención de cualquier titiritero, es que lo que vemos en la estela es una figura muy similar al de un títere de guante, o un marote. No se conoce ninguna otra representación de este tipo en toda la antigua Mesoamérica. Se documentan figurillas articuladas de barro encontradas en Kaminal Juyú (Ciudad de Guatemala) y en otras regiones mesoamericanas (Tlaxcala, México) (IMAGEN 9), así como también tenemos el posterior relato de Fray Bernardino de Sahagún, en su libro Historia General de las cosas de la nueva España, que evidencian el uso de los títeres en estas tierras. Tenemos otra referencia más cercana geográficamente que hace Bernal Diaz del Castillo en su “Historia Verdadera de la Conquista de la Nueva España”. En capitulo CLXXIII donde nos relata las costumbres y oficios que han enseñado a los naturales y dificultades a la hora de enseñarles ciertos oficios, dice: “(…) más yo los tengo por de tan buenos ingenios, que lo aprenderán muy bien, porque algunos son cirujanos, y herbolarios y saben jugar manos y hacer títeres y hacen vihuelas muy buenas”.

 

Sin embargo ninguno de los investigadores de la cultura Cotzumalguapa plantea hipótesis en cuanto a la presencia del títere. De hecho, sólo Chinchilla lo identifica como tal. En su trabajo sobre el Monumento 21 de Bilbao, lo designa como “marioneta”, pero como él mismo lo relata en una de sus conferencias, tras encontrarse con Sergio Mercurio (Titiritero de Banfield, Argentina), corrige marioneta por títere y especula con que pudiera ser uno de guante. El resto de investigadores lo define simplemente como “muñeco”.

 

Es difícil definir el tipo de títere que es, ya que no encontramos ningún títere con estas características en las culturas adyacentes a la zona de Cotzumalguapa. Me tomo la libertad de hacer conjeturas que seguramente nunca se podrán probar sobre la posición de la mano del sacerdote dentro del títere, ya que no podemos saber si con sus dedos movía las manos o no, pero el que no tenga brazos nos deja abierta esa posibilidad. ¿Por qué razón no le hicieron unos brazos que se pudieran moverse sólo con que fuera agitado? ¿Cómo puede mantener sus grandes manos abiertas? ¿Es todo el títere rígido, o los dedos del “sacerdote” son los que los mantiene abiertos? Lo que es innegable es que el antebrazo y la mano del manipulador casan perfectamente dentro del títere, casi en las mismas proporciones que lo hace un títere de guante actual.

 

Siguiendo las pautas de la iconografía Cotzumalguapa, se podría afirmar que representa alguna personalidad, no se sabe si de carácter divino o terrenal, pero si de alto rango ya que lo vemos ricamente adornado con una especie de diadema, una orejera de tamaño considerable, un collar con colgante, muñequeras y su faldellín ribeteado en la base. Las dos figuras que asoman bajo sus manos, podrían ser parte de las muñequeras, aunque Chinchilla interpreta una de ellas como una de las frutas que cae de la enredadera.

 

 

Parsons excavó extensamente en los alrededores del monumento, pero ni estas excavaciones ni las posteriores llevadas a cabo por Hatch o Chinchilla en el área arqueológica, han obtenido ninguna pieza que nos pueda ayudar a la hora de determinar de qué materiales podría estar hecho el títere. No se han encontrado vestigios de tejidos ni de madera, pero es seguro que las usaban. La exuberante vegetación que crecía en la zona de Cotzumalguapa debió de proveer todo tipo de fibras y maderas para elaborar tejidos, útiles o tallas. En las diferentes prospecciones se ha recuperado una considerable cantidad de cerámica, por lo que podemos afirmar que tenían profundo conocimiento en técnicas de alfarería. Tomando en cuenta lo anterior, me aventuro a pensar que el vestido puede ser de tejido o cuero y la cabeza y las manos, de madera o cerámica. Pero también podría ser que todo el títere fuera de cerámica o de madera.

 

Lo que si podemos afirmar es que, el que lo hayan representado en la talla significa que jugaba un papel trascendental dentro del ritual de sacrificio, y el que lo tenga calzado el “sacerdote”, que cumple el papel de intercesor entre lo divino y lo humano, confirma su sacralidad. Así sintetizó esta idea el director de escena y escenógrafo británico Gordon Craig “La marioneta no es el resultado de la evolución del juguete o del muñeco, sino de la imagen sagrada”. Lo vemos con sus manos abiertas, viendo hacia arriba, su cabeza ladeada respecto al cuerpo. ¿Estará bailando, invocando, representando a alguna deidad?

 

En este punto quisiera volver a citar al Maestro Armando Morales, cuando dice que “la animación de las figuras, en las prácticas mágico-religiosas, ha sido y es una constante imprescindible del hombre en su afán por extender su acción cognoscitiva hacia lo desconocido. Lograr trascender la dimensión de su entorno real y apoderarse de la realidad otra, fantástica y asequible, ha sido función fundamental del títere y su teatro.

 

Son muchas las culturas que han usado el títere en sus representaciones mágico-religiosas y estas prácticas perduran en algunos casos en la actualidad. “En las sociedades donde el vínculo con la magia no se ha roto, el chamán o el brujo juegan un papel esencial para establecer unas relaciones equilibradas entre diferentes componentes del universo, visibles e invisibles. En tales contextos, el títere funciona como instrumento ritual que garantiza dichos contactos.” (Brunella Eruli).

 

Jamás podremos presenciar ese momento mágico que se plasmó en el Monumento Número 21 de Bilbao, sólo nos queda imaginarlo, recrearlo.

 

Este sin duda es un primer acercamiento al Monumento 21 de Bilbao desde una inquietud titiritera. Aquí se abren las vías para las investigaciones más profundas que unan esa lejana escena con la actualidad. Que rescaten la historia de los títeres en estas latitudes.

 

Sólo me queda agradecer a Elvia Mante, Cesar Tavera y Alejandro Jara por sembrar en nosotros la semilla de la inquietud, y a todos los que nos ayudaron o apoyaron en este proyecto.

 

Larraitz Iparraguirre
La Charada Teatro
La Antigua Guatemala. 15-I-2012

 

 

Referencias
- Morales, Armando
¿En la Luz o en la Sombra? El Títere. Ediciones Unión. Cuba 2002.

 

- Díaz del Castillo, Bernal
Historia Verdadera de la Conquista de la Nueva España. Tomo II, pp 692. Editorial del Valle de México S.A. 1974

 

- Erulli, Brunella
Papeles de Tornasol. Articulo editado en Puck. Éditions Institut International de la Marionnette/ Centro de Documentaci’on de Títeres de Bilbao. N3. 1990

 

- Chinchilla Mazariegos, Oswaldo
1996b “Peor es Nada”: El Origen de las Esculturas de Cotzumalguapa en el Museum für Völkerkunde, Berlin. Baessler-Archiv, Neue Folge 44:295-357.
2008 El Monumento 21 de Bilbao, Cotzumalguapa. En XXI Simposio de Investigaciones Arqueológicas en Guatemala, 2007 (editado por J. P. Laporte, B. Arroyo y H. Mejía), pp.1210-1226. Museo Nacional de Arqueología y Etnología, Guatemala.

 

- Chinchilla Mazariegos, Oswaldo, Frederick J. Bove y José Vicente Genovez
s.f. La Cronología del periodo Clásico en la Costa Sur de Guatemala y el Fechamiento del Estilo Escultórico Cotzumalguapa. Ponencia presentada en el V Coloquio Pedro Bosch Gimpera, Instituto de Investigaciones Antropológicas, Universidad Nacional Autónoma de México.

 

- Popenoe de Hatch, Marion
1987 Un análisis de las esculturas de Santa Lucía Cotzumalguapa. En Mesoamérica 14:467-509.Crespo, Mario

 

- Crespo, Mario
1957 Calendario Cakchiquel de los Indios de Guatemala, 1685. Antropología e Historia de Guatemala 9(2):17-29.

 

- García de Palacio, Diego
2000 Relación hecha por el Licenciado Palacio al Rey D. Felipe II, en la que describe la Provincia de Guatemala, las costumbres de los indios y otras cosas notables. En Cartas de Relación y Otros Documentos (editado por Pedro Escalante Arce), pp.33-55. CONCULTURA, San Salvador.

 

- López Austin, Alfredo
1994 Tamoanchan y Tlalocan. Fondo de Cultura Económica, México.

 

- Medrano, Sonia
1992 Culto al Dios Mundo de Santa Lucía Cotzumalguapa, Escuintla: Un ritual realizado por indigenas emigrantes. En IV Simposio de Investigaciones Arqueológicas en Guatemala, 1990 (editado por J.P. Laporte, H. Escobedo y S. Brady), pp.355-360. Museo Nacional de Arqueología y Etnología, Guatemala.

 

- Meritxell Tous
Cacao y encomienda en la Alcaldía Mayor de Sonsonate, siglo XVI1. Anuario de Estudios Americanos, 68, 2, julio-diciembre, 513-537, Sevilla (España), 2011. ISSN: 0210-5810

 

- Taube, Karl
2005 Representaciones del Paraíso en el Arte Cerámico del Clásico Temprano de Escuintla, Guatemala. En Iconografía y Escritura Teotihuacana en la Costa Sur de Guatemala y Chiapas (editado por Oswaldo Chinchilla Mazariegos y Bárbara Arroyo), pp.35-54. Utz’ib, Serie Reportes, 1(5). Asociación Tikal, Guatemala.

 

- Parsons, Lee
1963 Excavaciones en Bilbao, Santa Lucía Cotzumalguapa, Guatemala: Informe Preliminar. En Antropología e Historia de Guatemala, Vol. XV, No.1, págs. 3-9. IDAEH, Guatemala.

 

- Thompson, Eric
1948 An Archaeological Reconnaissance in the Cotzumalguapa Region, Escuintla, Guatemala. Contributions to American Anthropology and History, No. 44.

 

 

Apéndice de imágenes:

 

Mapa 1: área arqueológica de Bilbao en Santa Lucia Cotzumalguapa

 

 

 

IMAGEN 1: Fragmentos de las acuarelas de Caroline Salvin de la Mina (1874)

 

  

 

 

Mapa del área arqueológica de Cotzumalguapa

 

 

 

IMAGEN 3: Dibujo del relieve del Monumento Numero 21 (Oswaldo Chinchilla)

 

                                                  Ilustración 1, Dibujo del Monumento 21 Por Parsons en 1967

 

Cabe destacar, que muchos de los detalles que se aprecian en el dibujo (collares de cuentas, entramados) en la actualidad no se ven en la estela. No sabemos si son parte de la interpretación que hizo a la hora de dibujar o si desaparecieron a causa de la erosión

 

 

IMAGEN 4: Representaciones de la Montaña Florida

 

Representaciones de quetzales y montañas floridas en la Costa Sur de Guatemala y Teotihuacán.

(a) Tapadera de incensario, con quetzal posado sobre la montaña florida.

(b) Dos quetzales flanquean una probable montaña. Detalle del diseño estampado en un cilindro trípode de la Costa Sur de Guatemala, colección del Museo Popol Vuh, Universidad Francisco Marroquín. 

(c) Detalle de incensario de estilo Teotihuacano procedente de Montana, Escuintla, colección del Museo Nacional de Arqueología y Etnología.

(d) Quetzal posado sobre un árbol que crece en una montaña. Detalle de un vaso estucado y pintado en estilo Teotihuacano (Dibujos de Karl Taube) (Fuente: Oswaldo Chinchilla).

 

 

IMAGEN 5: Parte de la ritualidad del Kotz’eej Juyu Ruchulew

 

Noticia tomada del periódico Nuestro Diario.


http://digital.nuestrodiario.com/Olive/ODE/NuestroDiario/LandingP age/LandingPage.aspx?href=R05ELzIwMTAvMDMvMjk.&pageno=N TQ.&entity=QXIwNTQwMQ..&view=ZW50aXR5

 

Santiago Atitlán. Los 24 alguaciles y 5 mayores que realizaron un viaje a pie a Chicacao, Suchitepéquez, como parte de una tradición que se realiza en la Semana Santa, fueron recibidos el sábado por los pobladores y autoridades locales.

 

Los voluntarios llevaron 24 redes de pita o cacaxtes, cada uno equivalente a unas 75 libras, de fruta, plátano y cacao.

 

También llevaron hojas de corozo, que con la fruta será colocada en el altar mayor y fachada de la iglesia. “La guerra interna impidió esta tradición, pero se volvió a retomar”, indicó Pedro Ixtulul, alcalde de la cofradía.

 

Pie de foto: Alguaciles y mayores con la fruta traída de la finca Bartolo, Chicacao, Suchitepéquez.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

IMAGEN 6: Algunas frutas con rostro humano del Monumento 21

 

 

 

IMAGEN 7: Fragmento del monumento Numero 1 de Bilbao

 

 

 

IMAGEN 8: Timbal representado en el Monumento 21 de Bilbao (Dibujo de Oswaldo Chinchilla)

 

 

 

IMAGEN 9: Figurilla articulada de barro de la colección de Topic Tolosa

 

 

 

__________________________

 

Otras Referencias:

El Monumento 21 de Bilbao, Cotzumalguapa
por Oswaldo Chinchilla Mazariegos en XXI Simposio de Investigaciones Arqueológicas en Guatemala - 2007, pp.1210-1226.
Museo Nacional de Arqueología y Etnología - Guatemala

 

La cosecha gloriosa: el cacao y el sacrificio humano en Mesoamérica
Video de la Conferencia de Oswaldo Chinchilla - Guatemala, 23 de Agosto de 2007

 

Universidad Francisco Marroquín - Guatemala

 

Museo Popol Vuh

 

 


 

Dossier publicado en la Hoja n° 27 de Abril 3013

 

TETEOTL, TETEU y TÍTERE DANZAR como esencia

.

por Eduardo González Ortega
Mexico - Tenochtitlan, 1996

.

.

Hace unos 30 años me enteré que en la época prehispánica se realizaban actividades de títeres en México; yo quería hacer teatro en aquel entonces y me dediqué a la profesión teatral. Con el paso de los años, tuve un acercamiento a titiriteros y la gran mayoría negaba la existencia del arte de los títeres en México antes de la llegada de los europeos al continente hoy llamado América. Me decían titiriteros y estudiosos del arte teatral, que “en México no se hacía teatro, se hacían ritos”.

 

Posteriormente leí un texto del Maestro Gilberto Ramírez “Don Ferruco” titiritero de profesión y rebelde cómo títere, que la palabra títere era una aportación de México al mundo. ¿En qué fundamenta su teoría? Me pregunté.

 

Hay varias teorías en relación al origen de la palabra TÍTERE.

 

El origen incierto de este vocablo invita a pensar y a Jugar.

 

El escaso acercamiento que tengo al Náhuatl, mi lengua abuela, un diccionario y algún libro de cuentos, me hizo buscar la forma de decir TÍTERE o marioneta o muñeco animado en idioma NÁHUATL.

 

Ángel María Garibay, en su llave del Náhuatl, pone:

 

Niman hualquiza yuhquima piltotontli...                 
Mitotia, cuica, quehua, in tlein quinequi in iyollo...
Au ic motlauhtiaya in motenehua teuquiquixti.        

 

Luego van saliendo unos como niñitos...
Bailan, cantan, representan, como quiere su corazón... (del que los mueve)
Y por esto era gratificado el que se llama el que hace saltar a los dioses.
(1)

 

Texto dictado a Fr. Bernardino de Sahagún por personas de lengua NÁHUATL entre 1558 y 1560.

 

Partir de éste texto puede ser interesante. La palabra PILTOTONTLI (niñitos) tiene la raíz PIL que significa:

 

Suspendido
Sufijo diminutivo que significa gracia
Hijo, hija,
Noble, señor.

 

Decimos al títere: muñeco; en Náhuatl es COCONETL y NENETL, que como PILTOTONTLI significan niñito, posiblemente porque en la cultura prehispánica que se expresaba en Náhuatl, no existen las cosas porque todo tiene un ánima.
TOTONTLI es un adjetivo verbal y significa deshilado; deshecho.
TONTLI es una forma despreciativa del Náhuatl. Según el diccionario de Remi Siméon.
Según otros estudiosos, y hablantes originarios, también puede ser apreciativa; piltotontli es niñillo, que como figurilla, puede ser apreciativo o no.
Los que bailaban y saltaban eran los dioses (figurillas); en lengua Náhuatl:
TEOTL o TEUTL (dios, diosa)
TETEO o TETEU (plural de diosas o dioses)
TETEOTL (ídolo de piedra)
TITIUTL (en algunas regiones de habla Náhuatl)
TEUTONTLI (diosecillo)
TETEUTZIN (dioses chiquitos) apreciativo o reverencial.

 

Estas palabras están muy cerca de la palabra títere, pero títere tiene una r, sonido que no existe en Náhuatl; sonido que en castellano es muy recurrente.

 

Escena teatral prehispánica en estela maya; titiritero (a la izquierda), danzante y cantante en acción.

 

 

Debemos tomar en cuenta que los españoles al no entender el idioma, inventaban palabras en base a las palabras del Náhuatl y es muy posible que títere sea una deformación de TEUTONTLI o TETEUTZIN o TETEOTL o TITIUTL.
De ello, tenemos ejemplos muy variados pero sólo anotamos tres: a Cuaunahuac, nombre del lugar al que los españoles cambiaron el nombre por Cuernavaca; le pusieron una r y una v sonidos que no existen en lengua Náhuatl. Al poblado Itzocan le cambiaron el nombre por Izúcar. Al pan mexicano TLAXCALLI, le quitaron el nombre y le pusieron TORTILLA; (daban también nombres españoles a lo que veían en el “nuevo mundo” y tenía cierta semejanza con lo existente en el “viejo mundo”);

 

a TETEOTL, TITIUTL, TEUTL y TEUTONTLI. ¿TÍTERE?

 

a TETEU, TITIUTZIN, TETEUTONTLI, TETEUTZIN ¿TÍTERES?

 

El oido engañado

 

Sigamos con la palabra TEUQUIQUIXTI o TEOQUIQUIXQUI, significan El que hace saltar a los dioses. Aquí también encontramos una posible corrupción del idioma y puede ser que en los conquistadores “el oído haya equivocado el sonido”, esto es, teuquiquixti, puede escribirse TEUKIKISHTI, (la “X” en Náhuatl suena como la “SH” inglesa) que está como sonido muy cerca de TEUTITISHTI, y aquí pudo haber una confusión de los sonidos:

 

TEUKIKISHTI - TEUTITISHTI.

 

Bernal Díaz del Castillo nos da varios ejemplos de equivocaciones cuando escribe en su Historia verdadera de la conquista de la Nueva España:

 

Guatemuz por Cuauhtémoc; Uichilobos por Huitzilopochtli; Tepuzque por Teputztli; Ocote por Ocotl; Jícara por Xicalli; etc.(2)

 

Pero no sólo a Bernal le fallaba la oreja, también a los mexicanos nos falla la oreja, existe una expresión mexicana que es: “te estoy clachando”, dicha expresión viene de la lengua Náhuatl; Tlachia, significa mirar; observar; ver; en todo caso la castellanización de esta forma expresiva debía ser: te estoy tlachiando; te estoy viendo. Es por ello que creo muy fácil confundir un sonido con otro, esto es, los sonidos “c” “qu” y “k” con el sonido “t”.
Los sonidos de estas consonantes son explosivos aunque uno es velar y el otro lingual. De tlachiar a clachar y posteriormente a cachar, como también se dice hoy, se podría pensar que esta expresión viene del inglés catch.
Sinónimos de Teukikixti

Qué otras palabras tienen el concepto de titiritero? Encontramos TEMACPALITOTIQUI (el que hace bailar a la gente en la mano -traducción literal-); dijimos arriba que en Náhuatl no existen las cosas sin ánima por ello también las figuras antropomórficas son gente.


En la Historia General de las Cosas de la Nueva España, se dice que las personas denominadas TEMACPALITOTIQUI, también eran llamados TETZONTZONME o TETZOTZONQUI que significa: dignos de apedreamiento; eran personas que organizadas en grupo, con una imagen de Quetzalcoatl y un brazo de una mujer embarazada muerta, robaban a la población ropa y todo lo que podían. De esta manera, el Temacpalitotiqui que significa el que roba con habilidad, con engaños, por encantamiento diríamos los mexicanos: “se llevaba al baile a la gente”.

 

 

Las frases comienzan a salir del recuerdo y esas frases que escuché a mis padres y a mis abuelos, me remiten al tesoro que guardamos sin darnos cuenta: la lengua abuela el NÁHUATL, su estructura y su relación con la forma de hablar de los mexicanos. No todos.
Muchos de nuestros padres y abuelos, y cada vez menos mexicanos modernos, utilizan frases y dichos que son traducción literal del Náhuatl. No sé si esta lo sea pero habla del baile y en sentido figurado: “Me llevaron al baile”... (me robaron).
“Se la bailaban” (hacían lo que querían de ella).
“Se creía mucho y lo bailaron”.
“Entró muy girito ( como gallo de pelea ) y salió bailado”.
“Te bailan como a un títere, tí, tí, tí”
Te bailan...
Temacpalitotiqui: El que hace bailar a la gente en la palma de la mano.
Temacpalitotiqui: Ladrón que roba con habilidad, con engaños, con encantamientos.
(Es característica del Náhuatl, utilizar metáforas, sentidos figurados, sugerir una cosa, no por su nombre sino por otra palabra.)

 

Dicen que a Tollan, hace mucho tiempo llegó, TEZCATLIPOCA - TITLACAHUAN (de quien somos esclavos), representado por un nigromántico, hacedor de encantamientos, que se hacía llamar Tlacahuepan (compañero de Huitzilopochtli) hacía bailar a un muchachito en la palma de sus manos, en el mercado.(3)
(En México existen títeres tradicionales de hilo, que por lo corto de sus hilos, pueden bailarse en la palma de la mano.) También puede ser que tuviera en la mano un títere al que hace bailar. -Variantes de la traducción. Cuestión de estilo.

 

Podríamos afirmar que BAILAR es la expresión prehispánica del Náhuatl utilizada para describir el movimiento de un TETEOTL o TÍTERE, sea de la técnica que sea ( hilo, guante, etc.) por ello nuestro texto base contiene la palabra MITOTIA (danzar), cuya raíz es ITOTIA. Cerca de títere como sonido y danzar como esencia. El Teatro Náhuatl no puede concebirse sin danza.

 

Con la raíz ITOTIA y el concepto de Titiritero, existen dos palabras casi iguales:

 

TEITOTIANI: ( el que hace bailar a la gente)
TEITOTIQUI: ( el que hace bailar a la gente)

 

ya vimos cómo los españoles que llegaron a México en el siglo XVI cambiaron e inventaron palabras en relación al sonido del Náhuatl; a estas dos palabras cuya terminación NI y QUI ( que significan el que ejecuta la acción en el mismo sentido y el mismo lugar que las que tienen las palabras en Castellano) la pudieron cambiar por rero, al fin y al cabo significan lo mismo: el que ejecuta la acción. Bernal Díaz del Castillo utiliza este método con la palabra cacahuatera, para nombrar a las mujeres que servían o vendían el cacao o cacahuatl.

 

Si una persona que no conoce bien el idioma NAHUATL escucha TEITOTIANI o TEITOTIQUI, puede no percibir la sutileza del idioma y escucha: “T” “t” “t" ya que en Náhuatl, tei casi se convierte en ti y to tiene la particularidad de ser muy corta y casi suena Titi; así, TEITOTIANI y TEITOTIQUI, pudieron convertirse en TITIRITERO. Habría aquí mestización de la lengua.

 

Otro ejemplo de esa mestización que pudo seguir el mismo proceso es la palabra MITOTERO.

 

MITOTIANI (danzante) MITOTERO
MITOTIQUI (danzante) MITOTERO

 

En el diccionario dice: MITOTE: n.m. Baile antiguo de los indios americanos en el transcurso del cual bebían hasta embriagarse. 2.Amer. Fiesta casera. 3.Amer. Melindre, aspaviento. 4. Bulla, pendencia, alboroto./ Mexic. Mitotl.
MITOTERO. a.n. y adj. 1. Amér. Fig. que hace mitotes o melindres.
2. Amér. Fig. Bullanguero, amigo de diversiones.
(4)

 

 

 

 

Mitotiani

 

 

El mostrar y hacer ver

 

En el teatro de Títeres se muestra algo a alguien.
TEATRO significa desde donde se ve. En Náhuatl tenemos:

 

ITTITINEMI Pasar la vida mostrando algo a la gente.
ITTITIA Hacer ver. Mostrar algo. Maravillar.
ITTITIANI El que hace ver algo a alguien. El que maravilla.
KITTITIANI El que muestra algo a alguien.
TETEITTITIA Exibir a alguien frente a otros.
TETETEITTITIANI El que exibe a alguien, frente a otros, a menudo.

 

TETETEITITIANI: El que maravilla. El que exibe a alguien frente a otros; (al verbo TETEITTITIA se aumenta la primera sílaba, que es una forma reiterativa del Náhuatl) éste personaje realiza la acción a menudo, como profesional o artista del mostrar, que además es sinónimo de maravillar.

 

La utilización de metáforas y sinónimos, en la conversación, son características del Náhuatl. Tenemos que TEUQUIQUIXTI (el que hace bailar a los dioses)
TEMACPALITOTIQUI (el que hace bailar a la gente en la mano)
TEITOTIANI (el que hace bailar a la gente)
ITTITIANI (el que muestra algo a alguien)
TEITTITIANI (el que muestra algo a la gente)
TETEITTITIANI (el que exhibe a alguien frente a otros)
TETETEITTITIANI (el que exhibe a alguien, mostrándolo a los otros, a menudo) podrían ser la raíz de Titiritero.


Si tomamos en cuenta que las palabras Títere y Titiritero se utilizan sólo en América Latina y en España, se ampliarían las posibilidades para afirmar que su origen está en el Náhuatl.

II

Dicen que los primeros títeres llegaron a España de Francia, donde habían llegado de Italia, llevados por los juglares y que el primer registro de la voz juglar en España data de 1116.
Como sabemos, los juglares debían saber hacer pantomima, malabares y títeres pero Alfonso X (1221- 1284) hace una distinción entre los istriones (tañedores de instrumentos musicales), joculatores (acróbatas y jugadores de manos) y a la clase más baja de artistas ambulantes, que en sus espectáculos usaban, monos, cabras, perros y figuras animadas les denomina cazurros del “Árabe QADÜR [insociable, sucio], dice el Diccionario de la Real Academia de la Lengua Española: "adjetivo que en castellano significa malicioso, reservado y de pocas palabras; también se utiliza como sustantivo; tosco, basto, zafio, torpe, lento en comprender. Antiguamente se decía de las palabras, expresiones o actos groseros; pero también se decía del que las profería o practicaba.”.
Todos sabemos la fama que tenemos los titiriteros de ser unos verdaderos cazurros.
También se utiliza el término para denominar a los arrieros que transportaban el ganado de una región a otra, por ello a los habitantes de León, España, hoy les siguen llamando cazurros, zona en la que hay muy buenos productos ganaderos. De esta manera, titiriteros y cazurros, arrieros somos y en el camino andamos; bien comemos y bien bebemos.
Pero les denominaron cazurros ya que hubo personas que se molestaban porque a los que hacían juegos con figuras animadas (titiriteros) de ese entonces, les denominaban también juglares y ello “demeritaba” el arte de la juglaría; por ello solicitaron al rey Alfonso X “el Sabio” cambiara la denominación de aquellos que en sus espectáculos utilizaban animales y que hacían juegos con figuras animadas (títeres).

 

A las figuras animadas (títeres) que atacaban los castillos, les denominaban bavastels:

 

...Co sels, que fan sautar
Simis o bocx o cas,
O que fan lurs jocx vas,
Si com bavastels...
Que non dévon caber
El nom de joglaría
.
(5)

 

En el Libre de les dones (1470), Jaume Roig dice que en la corte catalana se realizaban funciones de títeres:
... en lo plujós,
temps enujós,
ab moltes gales
feya fer sales
e bells convits
dies é nits
ab los grans fochs;
bastir castells
per bavastels,
moms e gran festes
.
(6)

 

Hoy, en Cataluña a los títeres se les denomina titelles. Palabra que se utiliza después de la conquista de América.

 

 

El Diccionario de la Real Academia de la Lengua dice: Origen incierto. <Figurillas de pasta u otra materia, vestidas y adornadas, que se mueven con alguna cuerda o artificio.>

En 1611 el Diccionario de Cobarrubias dice: TÍTERES, ciertas figurillas que suelen traer extranjeros en unos retablos, que mostrando tan solamente el cuerpo dellos, los gobiernan como si ellos mismos se moviesen, y los maestros que están dentro detrás de un repostero y del castillo que tienen de madera están silvando con unos pitos, que parecen hablar las mesmas figuras, y el intérprete que esta acá fuera declara lo que quieren decir y porque el pito suena ti, ti, se llamaron Títeres. (7) Recordemos que ese pito lo usaban también los mimos romanos y muchos artistas ambulantes, no únicamente los titiriteros.
Cobarrubias nos muestra una lógica en la creación de las palabras en aquel tiempo. Si esta lógica la aplicaron los conquistadores, nuestra conclusión es diferente.

 

Nos dice Corominas en su Diccionario Etimológico: 1a. documentación 1560. Se sugirió por Figueiredo en su diccionario portugués, que “Títere viene del Francés Titre que significa “título”, y que posteriormente A. Castro en 1942 defiende esta propuesta tomando en cuenta que los exibidores de títeres solían ser extranjeros en ese tiempo y que la terminología de ese juego teatral y otros semejantes ha sido de procedencia forastera en todas las épocas (polichinela, guiñol, volatín, saltimbanqui, payaso, titirimundi). Agrega que los retablos famosos contenían con gran frecuencia historias sagradas y bíblicas, y cita el caso del fr. marionette, quizá renovación del fr. ant. mariotte, mariole “clérigo que representaba el papel de la Virgen María en los autos medievales”. De ahí, fundándose en que, en lat. tardío y medieval, titulus significaba ‘iglesia’, pasa a deducir que el fr. titre se aplicaría a la caja a modo de edificio de madera donde se llevaban los títeres de asunto religioso, y, llevado a España por titereros franceses, el vocablo pasaría después a designar a los títeres mismos.” -sin embargo acota que el problema no queda aclarado- “porque no hay pruebas de que titre significó en fr. “la caja de títeres” o por lo menos el lugar donde se dieran representaciones de títeres”.
Continúa diciendo el Diccionario Corominas que títere como palabra “es propia de onomatopeya y sobre todo el término castellano titiritero [titeretero], con su reduplicación está denunciando una creación popular y espontánea.” Pero debemos recordar que en Náhuatl es una forma gramatical, reiterativa, que se utiliza para señalar que el que ejecuta la acción la realiza muchas veces, y TETETEITTITIANI es un ejemplo.

 

Por otro lado nos dicen, los textos de Cobarrubias, y Varey , que España era un país en donde casi no se creaban espectáculos de títeres y que los artistas titiriteros, extranjeros, venían de Italia, Francia o de otros países. Encontramos en Italia la palabra PUPO derivación del latín PUPUS, que significa muchachuelo, muchachillo, muchachito. Hoy en Roma a los niños se les dice pupi. (Es interesante hacer notar que también los antiguos mexicanos se refieren al títere como a un muchachillo al que hacen bailar.) Así, Pupo significó muñequito, fantoche. En Inglés y Alemán tienen la raíz latina Pupo al utilizar PUPPET y PUPPE, que significan títere. Pero en España no usan esta raíz latina. ¿Porqué?
Existe la palabra pupilo, que es derivación de pupus. Tomemos en cuenta que América tuvo una enorme influencia en la cultura española y europea, desde la alimentación hasta la forma de pensar; y que artistas mexicanos del espectáculo, dice Bernal en el Cap. CXCIII, fueron llevados a España para mostrar sus artes a la corte española en plena época de la conquista.

 

J.E. VAREY en su Historia de los Títeres en España, dice: “El primer uso que he encontrado de la palabra Títere data del año 1524. En este año encontramos títeres no en la gran sala de un palacio catalán, como lo describe Roig, sino acompañando a Hernán Cortés en la selva de Honduras. Llevo cinco chirimías, y sacabuches y dulzainas y un volteador y otro que jugaba de manos y hacia títeres...” En una carta escrita desde la ciudad de México el 20 de Septiembre 1538 que describe las artes indígenas...”. (8)

 

Cortés escribió “Hay que, además de los tributos que por estas tierras se pagan al señor,... tienen obligación algunos de los barrios, y aún algunos vecinos particulares, de sostener con estas tierras otras gentes que son oficiales de todos oficios mecánicos, e cazadores, pescadores, maestros de hacer rosas, que son como los ramilletes de Barcelona, y de muchas más diferencias, otros que inventan cantares y que los muestran a cantar, y dan los sones y los muestran a bailar, otros que hacen farsas; otros juegan de manos; otros que hacen títeres y otros juegos, e estos tiene cada barrio o parroquia obligación de tener tantos para las obras y para las fiestas que el señor quisiere hacer, y dan esto por alcabalas demás de los tributos que pagan por las tierras. Estas gentes están y residen en estos pueblos y barrios a costa de los vecinos dellos, y están el tiempo que quieren, según se lo pagan, y vanse cuando quieren y como se les antoja donde mejor partido le hacen (9)

 

Cuicapique, componedor de cantos; mitotiani, danzante; tlatlaxochti, cómico, teokikixti, titiritero; moxoxochitlaxiliani, malabarista con flores; profesionales todos del arte escénico.

 

III

Recordemos que la invasión de América inició en 1492, año en que se publicó la primera Gramática de la Lengua Castellana. Con ello, entre otras cosas, el dialecto castellano se consolidó de manera más firme y rápida que los otros dialectos románicos que se hablaban en España, como el aragonés o el leonés. En América se consolida más la lengua castellana con el proceso de hispanización frente a pueblos y lenguas diferentes, se usa políticamente como parte del imperio español, imponiendo el castellano como lengua común.
Se dice que América es el continente más fragmentado lingüísticamente con unos 123 familias de lenguas, las cuales tienen decenas o cientos de lenguas y dialectos. El idioma español adopta palabras de diversas lenguas americanas: Náhuatl, Taíno, Maya, Quechua, Aimará, Guaraní y Mapuche, por ejemplo.

 

El Nahuatl en el Castellano

 

Conquistadores y los misioneros fomentaron el uso de lenguas llamadas generales, como el Náhuatl por su alto número de hablantes y por su utilización en el comercio. El Náhuatl pertenece al grupo lingüístico tañoazteca, subgrupo utoazteca que se extiende o extendía desde el Noroeste de los Estados Unidos hasta Panamá.
¿Cuántas palabras del Náhuatl, adoptaron los europeos en el enfrentamiento de estas dos culturas? Muchas, que hoy seguimos utilizando, se transformaron otras y se fundieron en una sola lengua otras tantas; Bernal Díaz del Castillo nos relata que no había oro suficiente para pagar a los soldados, que a su vez estaban endeudados hasta por comprar una flecha a precio de oro a sus compañeros mercenarios de lucha, en pleno fragor de la batalla (los médicos por curar a un herido en la batalla, cobraban en oro). El oro se dividía entre los soldados, después de apartar el quinto real, y otro quinto para Hernán Cortés. De dónde sacarían el oro si no había tanto como para pagar las deudas? Le quemaron los pies a Cuauhtémoc, para que les dijera dónde había más oro, sin lograr obtener un oro que no existía. A todo el oro (obras de arte orfebre) que se fundió, le pusieron tres kilates más de lo que tenía de ley, para pagar las deudas que tenían los nuevos gobernantes españoles con sus soldados y porque habían venido mercaderes; creyeron que aumentando tres kilates al oro, ayudarían a los conquistadores, pero los mercaderes aumentaron su mercadería en cinco kilates. Se produce la inflación, inician las crisis económicas en México, no hay dinero para pagar pensión a los jubilados, etc... Por ello se denominó al oro de “kilates Tepuzque”, tepuzque quiere decir en la lengua de indios, cobre; dice Bernal: y ahora tenemos aquél modo de hablar, que nombramos a algunas personas que son preeminentes y de merecimientos el señor fulano de tal nombre, Juan o Martín o Alonso y otras personas que no son de tanta calidad les decimos nomás de su nombre; y por haber diferencia de los unos a los otros, decimos a fulano de tal nombre <tepuzque> (En México se dice: “ya enseñaste el cobre” cuando realiza alguien un acto que lo demerita, pues muestra así su verdadero valor). En el mismo capítulo CLVII, nos dice que Cortés habitaba un palacio en Coyoacán con paredes en las que buenamente se podía escribir con carbón y con otras tintas, amanecían cada mañana escritos motes, unos en prosa y otros en versos, algo maliciosos, a manera de mase-pasquines e libelos; dedicados a Cortés y a su forma de quedarse con el oro.

 

Bernal nos muestra en el primer ejemplo, cómo adoptan la palabra TEPUZQUE, pero hay otra palabra que utiliza en la segunda cita que es MASE-PASQUINES; PASQUINES, dicen viene del Italiano. PASQUINATA: s.f. Breve satira o epigramma di intonazione popolaresca. [Der. di Pasquino, nome dato nel Rinascimento a un gruppo marmoreo, posto in un angolo di palazzo Braschi, cui fu consuetudine affigere epigrammi e sire anonime contro la Curia romana e suoi rappresentanti]. -Dice el Diccionario Italiano Devoto-Oli.

 

¿Porqué mase-pasquines? MASEPAQUINI en Náhuatl significa alegría o burla popular, MASE tiene como raíz masehualli que significa hombre del pueblo, utiliza acaso Bernal Díaz del Castillo la combinación de dos lenguas diferentes en una expresión? Si fuera así, tendríamos que los conquistadores usaban a veces el “Nahuañol” la unión de dos lenguas:
el Nahuatl y el Español. Por ello dice: ahora tenemos aquella forma de hablar.

 

El aspecto fónico

 

Los colonizadores españoles, venían de distintas regiones de la península, pero en especial de Andalucía, esta población se asentó en la zona del Caribe y en las Antillas durante los primeros años de la conquista; los andaluces tienen una peculiar forma de hablar que se manifiesta fonéticamente. Al período l492-1519 se le llama período antillano y es aquí donde nacen las características del español americano.
En el plano de la fonética, encontramos la pérdida de la d entre vocales (aburrío por aburrido) y final de palabra (usté por usted; virtú por virtud), confusión entre la l y la r (mardito por maldito) confusión entre la d y la r (toros por todos) aspiración de la s final de sílaba (pahtoh por pastos) o la pronunciación de x, y, g, j, antiguas como h.
Con ésta fonética podemos entender porqué cambiaron tantas palabras que tienen como origen el Náhuatl. Confusión entre l y r. Jícara por Xicalli; Títeres por Teteu?
Los inmigrantes de toda España se reunían en Sevilla en su camino a América, pero pasaban también por las islas Canarias, lo que hace suponer que las personas comenzaron a utilizar rasgos lingüísticos que, hasta hoy, son compartidos por estas regiones a lo que se llama español atlántico, cuya capital lingüística es Sevilla, opuesto al español castellano, cuya capital lingüística es Madrid.

 

IV

En México, como en otras partes del mundo, la palabra títere es utilizada en sentido figurado. Decimos:
Es un títere = es manipulado.
Es un títere = es monigote.
Es un títere = es mandadero.
Es un títere = es criado.
Es un títere = es mensajero.
En Náhuatl:
TITITLANTI mensajero, servidor, criado.
TITITLANTLI mensajero, servidor, criado.

 

Pero, cómo se dice actuar en Náhuatl?

 

TEPAN NI QUIZA. (Remedar, actuar)
TEPAN NINOCHIHUA. (Hacerse, convertirse, desempeñar un papel)
NITETLA YEYECALHUIA. (Imitar, mimar)
NITE IXEHUA. (Cambiar de rostro, actuar)
NITE IXIPTLATI. (Sustituir a alguien, representar a alguien, actuar)

 

Así: representador teatral o actor:
TEPANQUIZANI (Actor; el que remeda),
TEPANQUIZQUI (Actor; el que hace de otro),
TETLAYEYECALHUIANI (Mimo),
TEIXIPTLATINI (Actor o representador en farsa).
Esta última palabra tiene una estrecha relación entre actor y dioses de barro o teteotl.
TEIXIPTLATINI, cuya raíz es:
IXIPTLATI: sustituir a alguien; representar un papel, a un personaje.
TEIXIPTLA: imagen de alguno, sustituto o delegado
IXIPTLAXIMA: hacer la estatua, el busto de alguien,
TEIXIPTLA COPINALONI: molde de imagen de vaciadizo de vaciadizo.
(10)

 

 

Figurillas articuladas de Jaina y Teotihuacan

 

 

La raíz ixiptlati en actuar y en molde de figurillas de barro, nos lleva a pensar que estos moldes, se utilizaban para hacer figuras posiblemente usadas en representaciones teatrales.
De cualquier modo, a las figurillas moldeadas en el Teixiptla copinaloni se denominó:
TETEU (dioses, diosas), TETEUTONTLI (dioses, diosas), TETEUTZIN (diosecitos),
TEUTONTLI (diosecillo), TETEOTL, TITIUTL (dios de piedra), TEOTL (dios).

 

Las referencias más antiguas a este arte, son en plural; TITERES: TETEU (dioses)
Así:
el TEUQUIQUIXTI, (titiritero) hacía bailar, cantar, representar, a los dioses, TETEU.

 

¿Conclusión?:

 

Raíz de TÍTERE: TEOTL (dios)

 

Si no fuera así, los mexicanos tenemos varias razones para utilizar ese término y sólo habremos encontrado una más de las coincidencias fónicas que existen entre la lengua náhuatl y otros idiomas; un ejemplo es Teo del Griego Theos y Teo del Náhuatl Teotl, ambos significan Dios.
(Es de hacer notar que las palabras que definen al muñeco animado en las diferentes lenguas, tengan una raíz concreta: Boneco, en portugués; Marioneta, en francés; Pupi, en italiano; etc, y sólo en castellano su origen sea incierto u onomatopéyico. Recordemos que muchos europeos consideraban a los indios mexicanos punto menos que animales y sus idiomas punto menos que ruidos - como lo dice Américo Castro - y aseguran que en la cultura prehispánica no existía el teatro. Otra forma de discriminación).

Sin más, me despido del lector y espero

 

QUE SU SOL SEA BRILLANTE Y QUE LA FLOR ANIDE EN SU CORAZÓN.
Eduardo González Ortega. Mexico - Tenochtitlan 1996.

 

(1) Ángel María Garibay K. La llave del Náhuatl (México, 1994) Ed. Porrúa. IX. PRESTIDIGITADORES. pág. 153.

 

(2) Bernal Díaz del Castillo. Historia verdadera de la conquista de la Nueva España. (Barcelona 1992) Ed. Planeta. Cap.
CLV, pág. 562.

 

(3) Fray Bernardino de Sahagún. Historia General de las cosas de la Nueva España. (México, 1985) Ed. Porrúa. Lib. III
Cap. IX, pág. 200

 

(4) Diccionario Enciclopédico Hachette Castell. (Barcelona, 1981)

 

(5) J. E. Varey. Historia de los Títeres en España. (Madrid, l957) Ed. Revista de Occidente. Desde los orígenes hastav1500, pág. 10.

 

(6) Idem. pág. l9.

 

(7) Francisco Porras. Titelles, teatro popular. (Madrid, 1981) Editora Nacional. pág. 127.

 

(8) J.E. Varey. Historia de los Títeres en España. (Madrid, 1957) Ed. Revista de Occidente. Los Títeres: 1500-1649. pág. 92.

 

(9) José Luis Martínez. Documentos Cortesianos IV pág 187. (México, 1992) Ed. UNAM F.C.E

 

(10) Fray Alonso de Molina. Vocabulario en Lengua Castellana y Mexicana y Mexicana y Castellana. (México, 1992) Ed. Porrúa.

 

Este texto lo mostré a el Maestro Concepción Flores Arce, Xochime, nahuatlato originario y me hizo el favor de anotar lo siguiente:

 

Señor González Ortega:
He leído con mucho cuidado su escrito y coincido con su tesis; sólo agregaré términos para enriquecer su exposición y desglosaré algunos términos de palabras en Náhuatl que usted utiliza.

 

TEOTL = Dios, deidad, creador, etc. se compone de:
TE = pronombre indefinido para personas.
OLINI u OLINIA = verbo transitivo. Significa mover
TL = sufijo de sustantivo; entonces:
TEOTL significa lo que mueve a la gente, a las personas.
TE - OLINI - TL aquí la O es la raíz de olini. “Energía que mueve, que da vida” TEOTL.
TEUQUIXQUI ó TEOQUIXQUI se componen de Teotl y Quiza.
TEOTL = lo que da movimiento.
QUIZA = salir de o hacerla de; así decimos “en la obra x, yo salgo de..., o la hago de...
TEOQUIXQUI ó TEOQUIZA significa hacerla de Teotl.

 

PILTOTONTLI.
PILLI ( la doble ele se pronuncia como en italiano ) = niño, noble, pequeño.
TON = sufijo diminutivo.
TOTON = plural del diminutivo o también indica más pequeñez pero no es despreciativo

 

PILCAC = sólo significa colgado.
PIPILOLLI = arete, colgajo.
PILOA = colgar. verbo transitivo.
PILPILONI = niño colgado de
PILLI = niño
PILOA = colgado
NI = sufijo de sustantivo, oficio de.

 

TEOTONTLI o TEUTONTLI, significan dios pequeño con la connotación de afecto, con el aprecio que se da a lo pequeño pero nunca despreciativamente. Los diccionarios y los gramáticos, efectivamente lo traducen como peyorativo.

 

El sufijo ero, muy común en las expresiones híbridas, corresponden a un proceso lingüístico que se dio en la mezcla del Náhuatl y el Español:

 

Mecapalero (cargador) = Mecapalli (mecapal) - ero
Tlacualero (proveedor de comida) = Tlacualli (comida) - ero
Tlapalero (vendedor de pinturas) = Tlapalli (pintura) - ero

TETEOTL y en algunos lugares TITIUTL se compone de TE, pronombre para personas.
TEOTL dios, lo que mueve, energía. OBSERVE ESTA RELACIÓN TITIUTL - TITIRERO (el que tiene oficio de mover a la gente)

 

_ _
TETZOTZONME (plural) o TETZOTZONQUI (singular) el que tiene oficio de tocar un ritmo para las personas, observe la tilde sobre la vocal E, esto quiere decir que la letra e debe pronunciarse larga. Cuando esta misma vocal E se pronuncia corta significa el que golpea piedra “cantero, albañil” TÊTZOTZONQUI.

 

TLATZOTZONQUI, músico.
TLA, pronombre indefinido para cosas.
TZOTZONA, tocar o ejecutar música.

 

I`TOTIA, BAILAR, es un verbo reflexivo.
NI`TOTIA, yo bailo, de NINOI`TOTIA, yo bailo.
TIMI`TOTIA, tú bailas, de TIMOI`TOTIA, tú bailas.
MI`TOTIA, él o ella baila.
La eme subrayada es la correspondiente al pronombre reflexivo.
NINO = Yo me. TIMO = Tú te.
MO = El se.

 

En Náhuatl se apocopa con frecuencia; cuando hay dos vocales juntas, se omite una, etc.

 

I`TITINEMI = andar mostrando algo.
I`TITIA, verbo transitivo de ENSEÑAR, MOSTRAR.
TI, partícula para ligar, unir.
NEMI, VIVIR.
El verbo NEMI cuando va pospuesto a otro verbo, como en este caso, pierde su significado de vivir y adquiere el de andar haciendo, lo que el primer verbo significa.

 

TEI`TITIANI, o con el matíz de alguna región de habla Náhuatl:
TII`TITIANI
ya está más próximo al término títere y compuesto con el sufijo ero nos da TITIRERO.

 

Sólo agregaré un verbo:
TITLANI = Enviar, Arrojar, Brincar.
TITITLANI = Brincar varias veces, saltar varias veces.
El frecuentativo del verbo se expresa duplicando la primer sílaba del verbo,
TITLANI - TITITLANI
TITITLANERO - TITIRITERO
= (El que hace brincar).
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Lo saludo con afecto
J. Concepción Flores.

 

 


 

Dossier publicado en la Hoja n° 28 de Septiembre 2013

 

CINCUENTA DÍAS DE TÍTERES POR EL VIEJO CONTINENTE

por Alejandro JARA VILLASEÑOR (México-Venezuela)
Junio 2013

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Para Armando Chalbaud y Mireya Cueto (in memoriam)

 

En diciembre del 2012 envié al INSTITUTO INTERNACIONAL DE LA MARIONETA (IIM), en Francia, un proyecto de solicitud de beca para continuar la investigación y redacción de mi libro “TITERES MILENARIOS DE MESOAMERICA”, dentro de su programa de becas de “residencia de investigación para 2013”.

 

Un mes después me informaron que el proyecto había sido seleccionado junto a otros de quince colegas, oriundos de Malí, Chile, México, Polonia, Portugal, Bélgica, Países Bajos, Italia, dos del Reino Unido y cinco de Francia (en total 1 del continente africano, 3 de América y 12 de Europa). La fecha, duración y monto de la beca eran diferentes según el caso.

 

Ya había estado en Francia cuarenta años antes, estudiando una especialización en mi época de ingeniero; fue en la Ciudad Luz donde tomé un primer taller de títeres -en una buhardilla del viejo París-, y presenté en la estación del metro La Motte-Picquet lo que considero fue mi primera función de títeres en 1977.


Estación de tren de Charleville-Mézières

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Ahora, ya en el 2013, llegué a Charleville-Mézières la medianoche del último de marzo llevando aún en mente la imagen de Armando Chalbaud, compañero venezolano, titiritero de abolengo, que había fallecido dos días antes, el jueves santo, previamente a que yo iniciara esta nueva gira. Nos despedimos: él ya en su ataúd, vestido de gala, con nariz de payaso y el muñeco ventrílocuo Lucas recostado sobre su hombre izquierdo, deseándonos mutuamente suerte en nuestro próximo destino (Después me enteraría que Armando y Lucas fueron cremados y sus cenizas esparcidas por mares y lagunas del continente americano).


Plaza del Ducado de Charleville-Mézières, en la noche

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Esta antigua ciudad del departamento francés de las Ardennes, actualmente une a dos poblaciones: Mézières, con vestigios arquitectónicos del siglo IX y Charleville, cuya construcción se inició en el año 1606. Bañada por el río Mosa, fue también cuna del poeta Arthur Rimbaud, cuya imagen y nombre aparecen por doquier.

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En tiempos presentes, Charleville-Mézières es para muchos titiriteros (entre los que me incluyo), y ya lo decía Álvaro Apocalypse (1), algo así como la Meca de los Titiriteros (en Occidente). No obstante ser una población pequeña, en ella se encuentra la sede de Instituto Internacional de la Marioneta (IIM), la Escuela Nacional Superior del Arte de la Marioneta (ENSAM), la sede general de la Unión Internacional de la Marioneta (nuestra querida UNIMA) y en ella se organiza cada dos años el Festival Mundial del Teatro de Títeres, uno de los principales del mundo. Se puede decir que la actividad cultural del lugar gira en buena parte alrededor de la actividad titiritera, generando beneficios directos al comercio, al turismo, a la ciudadanía en general y a la vida económica y espiritual de la región.


Edificio que comparten la Escuela Nacional Superior del Arte de los Títeres
y las oficinas del Festival Mundial del Teatro de Títeres

 


Sede de la UNIMA-Internacional, su secretario y el despacho principal

 


Fabrice Guilliot me entrega a nombre de la 
Comisión para América Latina  (CAL) de la UNIMA, 
un ejemplar de la Encyclopedia Mondiale des Arts de la Marionnette
(que se está traduciendo al castellano)

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Mi labor durante los primeros treinta días se situó fundamentalmente en el Centro de Documentación del IIM, donde apoyado por el personal especializado del Centro (Aurélie Oudin, Delphine Poquet, Cécile Bazillou y Chantal Baron) y con la asesoría constante de Raphaèle Fleury, sobreviví en ese inmenso mar de información titiritera y sistematizada: cientos de videos, libros de todos los confines de la tierra, decenas de revistas sobre el tema, periódicos, afiches y la interrelación constante con titiriteros, docentes y especialistas que van allí para efectuar sus trabajos -además del equipo electrónico a disposición de uno-, hacen que naturalmente broten en uno proyectos y proyectos a realizar; sólo esperemos que el tiempo y la Providencia nos den vida para culminar buena parte de ellos.


La sede del Instituto Internacional de la Marioneta (IIM)
y la becaria chilena Belén Chávez

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“El Gran Marionetista”quien cada hora presenta una escena
de los
“Cuatro Hermanos Aymon”

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El Instituto es un estupenda realidad llevada a cabo gracias a la insistente lucha de muchos titiriteros (principalmente Jacques Félix, una plaza de la ciudad lleva su nombre) quienes convencieron a políticos, empresarios y fundamentalmente a los “Carolomacerianos” - raro gentilicio de los lugareños - , para fundar primero el Festival, más tarde el Instituto y después la Escuela. Ellos lograron encontrar los auspicios necesarios de las instancias oficiales francesas para llegar a ser lo que ahora Es.


Placa en la Plaza Jacques Félix,
  fundador del Festival Mundial de Teatro de Títeres
  y del Instituto Internacional de Títeres

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El alojamiento fue en la residencia para investigadores y creadores titiriteros de la Villa de Aubilly, a una cuadra del río. Se trata de un pequeño edificio de tres pisos, construido en el siglo diecisiete que cuenta con un gran jardín, varios cuartos confortables dedicados al estudio, una amplia cocina, comedor, sala y lavandería; si uno lo desea puede llegar a sentir el ambiente casi monacal de este lugar, dedicado en exclusiva al arte de los títeres. Tanto la iglesia (Saint Rémi), como el Instituto, la Escuela y el bello centro de la ciudad se encuentran a un par de cuadras de la Villa. Asimismo el edificio del Museo de las Ardennes, que muestra una buena colección de títeres, es adyacente al IIM.



Detalles de la Villa de Aubilly

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Durante mi estadía me tocó compartir con los también becarios Mamadou Samaké del Museo Nacional de Mali, con la joven artista chilena Belén Chávez y con la francesa Charline Dereims, además de los joviales e inquietos estudiantes de la 9ª promoción de la ENSAM (quince mujeres y dos hombres, todos alrededor de los 26 años, venidos de Colombia, Brasil, Lituania, Alemania, Rusia y 12 de Francia) y de algunos invitados, como el maestro Chino Yeung Faï y su asistente Yoann Pencolé, quienes durante ese tiempo impartieron un taller de títeres tradicionales chinos a los estudiantes de la Escuela.


Mamadou, Alejandro y Belén en el Centro de Documentación

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Parte de la 9ª promoción de estudiantes de la
ENSAM 2011-2014 y el maestro chino Yeung Faï

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Una breve visita a la sede del Festival Mundial del Teatro de Títeres, que nació en 1961 y que este septiembre celebra su 17ª versión, nos aportó muchas ideas de cómo podemos ayudar a crecer y a mejorar los festivales que realizamos en el singular contexto latinoamericano.


Algunos libros sobre la historia del Festival de Charleville-Mézières
¿ Para cuándo el de Tlaxcala ?

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Igualmente las entrevistas que la maestra Margareta Niculescu -creadora de escuelas y festivales en el mundo-, y que gracias a los buenos oficios de Brigitte Behr tuvo a bien darnos en su casa de la calle René Daumal y posteriormente en el IIM, nos ilustraron sobre cómo poder fortalecer la actividad académica titiritera y en general el movimiento contemporáneo de títeres en México y en Venezuela.

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Por esos días (el 26 de abril) aconteció el triste fallecimiento de Mireya Cueto, de nuestra estimada “Miyuca”, quien generosamente entregó parte de su vida y de su conocimiento a quienes se le acercaran; sus maravillosas charlas, su posición ácrata y sabia de la existencia, su inmenso y desinteresado humanismo y sobre todo su solidaridad con quienes tuvieran necesidad, le dieron ese don de rara avis en el mundo titiritero latinoamericano. Consideré necesario hacérselo saber a Margareta Niculescu y a Lucile Bodson (directora del IIM y de la ESNAM), quienes ya conocían parte de su labor. Casi de inmediato me hicieron llegar unas palabras que escribieron sobre ella, resaltando su creativa y vital importancia para la historia titiritera del mundo. ¡Honores para Mireya, titiritera ejemplar !

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Ahora bien, respecto al trabajo y a la investigación realizada, considero que ha sido muy importante confrontar lo ya escrito, ahora bajo la mirada crítica de especialistas internacionales; asimismo, el tener acceso a documentación que hasta ese momento era desconocida para mí, ha ampliado y redimensionado los objetivos primigenios de la obra. De los resultados directos de la investigación, entre ellos el encuentro de originales antiquísimos de algunos textos empleados, no hablaré mucho ya que espero pronto salgan a la Luz.

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Una de las observaciones que considero pertinente anotar es que, a pesar del vivo interés del Centro de Documentación del IIM, hay un gran vacío existente sobre el trabajo titiritero que se desarrolla en América Latina; hay muy pocas obras escritas por autores latinoamericanos, en los registros y archivos de festivales casi no hay nada sobre nuestros eventos, ni dossiers de los grupos, ni mucho menos videos; por lo que se hace necesario una labor de autovaloración, sistematización y difusión de nuestros trabajos, por el bien de la historia y desarrollo del arte de los títeres latinoamericanos, y eso nos toca a cada uno de nosotros el realizarlo. Por ello invito a los titiriteros de Latinoamérica que lo deseen, a que envíen material de lo realizado en sus países, bien por vía cibernética al Centro de Documentación del Instituto (2), o bien físicamente a través del secretario de la UNIMA-Internacional (3), quien propone le manden los documentos originales en tres ejemplares (uno para la UNIMA-Internacional, otro para el Instituto Internacional de Títere y un tercero para el Topic -Internacional dede, España). Y si les es posible envíen su documentación también a los principales centros de información titiritera del mundo; creo que el esfuerzo y la inversión valen la pena.

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De la misma manera me pude percatar que de las ocho promociones de titiriteros egresados de la ESNAM, de las cuales hay seis latinoamericanos (uno por Perú, Colombia, Argentina y México, y dos de Brasil), sólo el compañero argentino vive y trabaja en Latinoamérica; los otros cinco se han quedado, por ahora, en Europa.

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Igualmente realicé una lista de los 15 festivales más antiguos en Latinoamérica y España que en el presente continúan llevándose a cabo.

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Dentro de las actividades efectuadas en el Instituto, para el último día de mi estancia en Charleville-Mézières programamos una charla-conferencia sobre los Títeres Milenarios de América, dirigida a los alumnos de la Escuela y a algunos especialistas, que con sus críticas y comentarios me permitieron cotejar las fortalezas y debilidades del trabajo realizado hasta la fecha.


La Dra. Raphaèle Fleury, el autor y la imagen de títere
y titiritero de Sta. Lucía Cotzumalhuapa, Guatemala

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Público invitado: Brigitte Behr, Jean-Louis Heckel,
Fabrice Guilliot y estudiantes de la Escuela

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Después vinieron tres días de receso que me permitieron visitar y realizar una ofrenda en las tumbas de Alan Kardec, padre del Espiritismo moderno y de Georges I. Gurdjieff, “maestro de danzas” sagradas - el primero en el Cementerio del - se, en París y el segundo en el cementerio de Avon, Fontainebleau.


       Sepulcro de Alan Kardec                                   Tumba de G. I. Gurdjieff

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Posteriormente y a sugerencia de la asesora de la investigación, realicé en París una búsqueda en la biblioteca del Institut national des langues et civilisations orientales (INALCO) - institución donde se imparten clases de cerca de 90 lenguas diferentes, entre ellas el maya, el náhuatl, el quiché…-; y más tarde en la Biblioteca del Museo del Quai Branly. En las colecciones del Museo se destaca abiertamente, sin ambages ni censuras, la utilización ritual y mágica de los títeres en varias culturas del orbe.


     Institut national des langues                                  Museo del Quai Branly
     et civilisations orientales

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              Figura articulada marroquí                              Efigie de ancestro
              usada en ritos agrícolas                                Tau tau. Indonesia

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Las visitas al Museo del Louvre para mí eran obligatorias; diferentes autores se refieren a figuras provenientes de Egipto, Grecia y Roma antiguos, que son antecedentes de los títeres actuales y que por diferentes medios han llegado a ese Museo. Efectivamente, al lado de miles de maravillas provenientes de todos los continentes, estaban las barcas egipcias con remeros de brazos movibles del Imperio Medio - de hace 4,000 años -, los neuropastas griegos, las figurillas articuladas romanas y muchas más. Sorpresivamente, en la última sala visitada cuando era ya hora de salir, apareció expuesto un bello ejemplar de brazos articulados, con el pecho abierto y una pequeña y colorida figurilla dentro, perteneciente a la cultura teotihuacana, de más de 1,400 años de antigüedad.


Museo del Louvre

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Estatuilla de danzante con piernas
 y brazos articulados, período Clásico,
 Egipto, circa 1,800 AC


Figurilla articulada teotihuacana,
México, siglos VI-VII

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Durante la estancia, pude asistir a varias funciones de títeres, tanto en Charleville-Mézières (en el IIM o bien en una barcaza - péniche - amarrada en el embarcadero del río Mosa, y adaptada como teatro fluvial durante las vacaciones escolares), como en París.


En la Péniche Zéralda se presentaba la obra: La Tierna Humanidad, grupo Les Yeux Creux

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Allí está el teatro de las Marionnettes du Luxembourg, sala de títeres situada en el céntrico Jardín de Luxembourg parisino, y que fundada por Robert Desarthis hace 80 años, es ahora dirigido por su hijo Francis-Claude y su nieto, con el apoyo de 5 titiriteros más. La tarde de un sábado me tocó ver “La maleta encantada de Patachón” ante una treintena de espectadores, obra musical de concepción bastante comercial, que tiene casi todos los parlamentos grabados. Ellos actúan los miércoles, sábados y domingos con 2 o 3 funciones por día (4).


La sala teatral de las Marionnettes du Luxembourg

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Muy diferente en su esencia fue el espectáculo que casi por azar me encontré un domingo en la Plaza Pinel del barrio XIII de París, donde en una colorida carpa y con auditorio lleno, el titiritero trashumante Giovanni, y su hijo - en función de vigilante fuera del teatrino -, presentaban la historia de Guignol y Peter Pan. Me llamó la atención el cariño y la generosidad de los titiriteros, su trabajo meramente popular con cierta dosis de descuido (un guignol tradicional adaptado a las nuevas necesidades del momento), y que el titiritero solista trabajaba todo el tiempo sentado. En ambos casos (en el Jardín de Luxembourg como en la carpa) se trata de una ancestral tradición familiar, más allá del ámbito de las escuelas institucionalizadas de títeres.



Guignol y Peter Pan, carpa popular de títeres en una plazoleta de la ciudad

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El día previo a mi partida se iniciaba la 7a  Bienal Internacional de las Artes de la Marioneta en un antiguo local parisino del Sindicato de Obreros Metalúrgicos (Maison des Métallos), convertido ahora en centro cultural. Las funciones se daban a teatro lleno y como ya no alcancé boleto sólo pude apreciar dos pequeñas y singulares exposiciones: Le mur de marionnettes y Mécaniques. Esa misma tarde la Embajada de Venezuela presentaba la muestra: Nubia Natalia y sus muñecas de trapo, donde la Agregada Cultural nos mostró su interés por exponer ahí títeres venezolanos en un futuro próximo.


Detalle de las exposiciones: El Muro de las Marionetas y Mecánicas,
7a  Bienal Internacional de las Artes de la Marioneta

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Dos obras de Nubia Natalia


Efigie del Comandante Hugo Chávez
en la Exposición

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Finalmente, era de mi interés conocer el emblemático Théâtre des Bouffes du Nord, construido en 1876 y que en 1971 destinado a su demolición, fue tomado por el mítico maestro Peter Brook y por Micheline Rozan. Ellos con un arduo trabajo impidieron su destrucción, rescataron su arquitectura original y le volvieron a dar su razón primigenia; por esa labor de equipo lograron que en 1993 fuera considerado como Monumento Histórico, y que actualmente sea considerado como uno de los lugares más destacados para la creación teatral europea.


Théâtre des Bouffes du Nord.“Cuando pienso que
vamos a envejecer juntos”, grupo Los perros de Navarra

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Así, la gira culminó; ahora regresaba a mi hogar pleno de experiencias y con las maletas llenas de libros, proyectos y documentos. Mi corazón daba las gracias a las personas que ya he mencionado en el texto, y además a Ana María Allendes (y a sus ángeles chilenos), a Susanita Freire, a la Comisión para América Latina de la UNIMA por su apoyo, a Brigitte Ruggieri (y nuestra amistad de 40 años), a Norma Bracho y Gérard Nicolle (por el futuro préstamo de su exposición “Títeres de Asia” y la corrección de la traducción francesa de este texto), a Narjiss Sakhi (y su generosidad), a Nancy Ocanto, Jorge Agudelo, Nicole Morera, a la Familia Roland-Cocaud y a varios más, quienes de una manera u otra me ofrecieron su amistad antes y durante el viaje.

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Queda pues agradecer a la Providencia y esperar tener vida para tratar de cumplir cabalmente con lo que me marque mi destino, y más allá.


«Todo hombre crea sin saberlo
mientras él respira
pero el artista se siente crear
su acto compromete todo su ser
su pena bien amada lo fortifica»
Paul Valéry, Palacio de Chaillot (5)


El Monte Saint Michel y más allá…

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NOTAS
1) “Charleville, es una Meca. Para nosotros, de Giramundo, es un lugar de santo peregrinaje. Además, yo creo que cada titiritero debería ir a un festival de Charleville al menos una vez en su vida”. Texto del fallecido director del grupo brasileño Giramundo, Alvaro Apocalypse. En 30 ans de festival. Charleville-Mézières 1991. Ed. Compagnie des Petits Comédiens de Chiffons, Francia, 1991.

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2) Para envíos por vía cibernética: Centro de Información del Institut International de la Marionnette: Email: infodoc@marionnette.com / Web: http://www.marionnette.com

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3) Para envíos en físico, en tres ejemplares: UNIMA - Union Internationale de la Marionnette, BP 402 –10, Cours Aristide Briand - 08107 Charleville-Mézières– Francia, Email: sgi@unima.org / Web: http://www.unima.org

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4) A nivel comparativo, la entrada a una función de títeres cuesta en promedio 7 euros (€); entrar a un museo: 10 o 12 €; a un teatro, más de 20 €. Por un boleto de metro se paga 1.50 € y el costo por almorzar en un restaurant sencillo está entre 12 y 20 €.

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5) «Tout homme crée sans le savoir / comme il respire / mais l’artiste se sent créer / son acte engage tout son être / sa peine bien aimée le fortifie». Verso de Paul Valery escrito en grandes letras doradas sobre la fachada este del Palacio de Chaillot, frente a la Torre Eiffel.

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Las fotografías, salvo la última, fueron tomadas de la cámara del autor.

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Email: tiripitipis3@yahoo.com.mx

 

 


 

Dossier publicado en la Hoja n° 29 de Diciembre 2013

 

Escenarios de papel

Cecilia Andrés / H. R. Luna

 

Se avecina un mundo en el que todo lo que sea bello será sospechoso.
Y todo el que tenga talento. Y el que tenga carácter (…)
La belleza será un insulto y el talento una provocación. ¡Y el carácter, un atentado!
Porque ahora llegan ellos (…) estarán por todas partes.
Los deformes. Los faltos de talento. Los débiles de carácter.
Y arrojarán vitriolo a la belleza, untarán con brea y calumnia el talento,
apuñalarán el carácter en el corazón.
Ya están aquí… y serán cada vez más.

 

Sándor Márai

Toda mujer u hombre es un artista, afirmó Joseph Beuys.

 

Es decir, que en todo ser humano existen, potencialmente, las capacidades para crear.

 

Al principio, la creación surgió como una necesidad imperiosa, ineludible. Quien sabía hacer algo era un artista. Lo mismo si pintaba un bisonte en una cueva, si curaba una enfermedad, realizaba un ritual u organizaba una partida de recolección o caza. A veces, el mismo individuo ejercía todas las funciones.

 

El arte de la medicina, el arte de la política, el arte de la religión, el arte pictórico: todos constituían medios para crear conocimiento y se hallaban a la misma altura: eran artes.

 

Luego, aparecieron formas de organización social cada vez más complejas y algunas artes devinieron ciencias mientras otras fueron desplazadas a un costado, progresivamente, hasta llegar a la industria del entretenimiento actual: donde el arte ha sido desplazado por la mercancía.

 

El teatro es un medio para crear conocimiento. El teatro de títeres, objetos o figuras, también lo es, forma parte del teatro en mayúsculas y contiene un legado que preserva una conexión con lo sagrado en un sentido antropológico.

 

A menudo, en la práctica cotidiana, lo olvidamos por completo.

 

Vivimos rodeados de objetos, los usamos, manipulamos, nos servimos de ellos, los incorporamos a nuestras existencias rutinariamente, nos dejamos poseer por ellos. Lo hacemos de manera inconsciente, sin percatarnos de las mil formas en que nos determinan ni de la profundidad con que lo hacen.

 

En la cinta Blow Up, de Antonioni, el protagonista ingresa accidentalmente a un recinto en el cual The Yardbirds dan un concierto. Durante el clímax de la canción su guitarrista destroza su instrumento y arroja sus pedazos a la audiencia. Uno de ellos cae en las manos del protagonista y la multitud enardecida lo disputa, rasga su camisa, araña sus brazos, jala sus cabellos y zarandea su cuerpo. Él aferra su fragmento y consigue salir a la calle. Solo, examina lo que tiene en las manos, lo aleja de sí y, finalmente, lo arroja en un bote de basura.

 

La secuencia nos muestra en forma impecable la trayectoria de un objeto escénico: parte de su función original, se convierte en sujeto del drama, luego adquiere categoría de símbolo, es sagrado por un instante y termina como objeto despojado de su ser, de su valor de uso y de su valor de cambio.

 

Lo que aquí nos interesa es la llegada al punto en que es simbólico y sagrado durante la presentación teatral, ese instante en que es resignificado por el actor-animador y ofrecido al espectador como un valor de uso donde las energías convergen, se transforman y potencian para producir una reflexión, mediata o inmediatamente.

 

Un títere, según lo define Ariel Bufano, es todo objeto que se anime en función dramática, es decir, que cobre vida a través de sus acciones.

 

Desde el punto de vista del espectador, cualquier cosa que ocupe el escenario es, por definición, un objeto: actores, escenografía, música, palabras, voces, son objetos por el simple hecho de encontrarse frente a alguien que observa.

 

El pañuelo de Desdémona, la carta de Nora, las piedras de Antígona, el hilo de Ariadna, son algunos objetos escénicos célebres que determinan tramas.

 

Las voces de McFerrin, Galás, Lemper; la música del Einstürzend Neubauten; los diseños de sonido de los filmes, son objetos sonoros. Uno puede apreciarlos más en cintas como Tocar el sonido o Los sonidos del ruido, donde su materialidad es físicamente perceptible.

 

Los micromovimientos de Bob Wilson, las partituras corporales de Pina Bausch, los gestos del Kabuki, las ensoñaciones de Philip Genty, la danza de Nicole Mossoux, las maravillas de la familia Thiérrée-Chaplin, construyen y contienen objetos visuales y gestuales.

 

La luz es otro objeto. La palabra, uno más.

 

El teatro de títeres, en consecuencia, debería ser considerado el pariente rico de las artes y no el paupérrimo que es por costumbre. Desde luego, sabemos que somos los pobres quienes subsidiamos a los millonarios, pero eso no es excusa.

 

Las posibilidades que esta concepción del teatro abre son infinitas. Sin embargo, su exploración requiere esfuerzos físicos, intelectuales, sociales, éticos y estéticos.

 

Resulta indispensable que miremos el teatro de títeres que hacemos con ojos distintos a los que persisten en hallar una bohemia, una magia, una ligereza fácil que conducen directamente a su infravaloración.

 

Los objetos son complejos. Un teatro de títeres tiene la obligación de investigarlos, experimentar con ellos, jugar de una manera seria.

 

Nunca, decía Octavio Paz, es posible ver el objeto en sí, siempre está iluminado por el ojo que lo mira, siempre está moldeado por la mano que lo acaricia, lo oprime o lo empuña 1. 1. 1.

 

Existen casi tantos criterios de clasificación (de los objetos) como objetos mismos: según su talla, su grado de funcionalidad (…), el gestual a ellos vinculado (…), su forma, su duración, el momento del día en que aparecen (…), la materia que transforman 2. El sistema de objetos que describe Baudrillard es amplio, minucioso.

 

Las manos toman los objetos, interactúan con sus campos magnéticos, y son capaces de percibir los campos que el objeto toque (el aire, otra superficie, la mirada del espectador).

 

Nuestros ojos están diseñados para captar el movimiento con increíble rapidez y precisión: una hoja que se mueve, una abeja, un mosquito, partículas de polvo, cenizas de volcán.

 

Nuestro cerebro descubre patrones en todo lo que percibimos. Eso nos permite hallar rostros y cuerpos en las nubes, figuras en las manchas de humedad, secuencias lineales y geométricas en valles y montañas, etc.

 

Los sentidos humanos tienden a asociar vida y movimiento, de ahí que un objeto que se mueve nos parece vivo, a veces con facciones e incluso con carácter, antes de escuchar la voz de quien lo anima o captar la escena o el personaje.

 

Por eso, el títere fascina. Sin embargo, la fascinación que provoca en el espectador se basa en la física, la bioquímica, la biología: no hay nada mágico en ella.

 

La magia del títere no existe. Es una concepción que sólo ha servido para abrir las puertas a quienes se apoyan en el títere, viven de él, lo explotan, y descuidan así todo lo demás. Posibilita que cualquiera con un títere crea que fascina debido a su talento, el cual es, con frecuencia, limitado. Hay demasiados títeres asesinados y torturados por sus propios manipuladores.

 

Los cursos, los talleres, las escuelas oficiales de arte, no convierten a nadie en un artista. Por el contrario, son las formas que la economía cultural utiliza para disminuir sus inversiones, garantizar la ineficacia de las artes, mantener una apariencia interesada, hacer como que hace y distraernos.

 

Necesitamos, con urgencia, una ética y una estética que nos permitan mirarnos a los ojos nuevamente.

 

Ética y estética son lo mismo. Ambas son trascendentales y conllevan su premio y su castigo en el acto mismo que se realiza.

 

En un sentido profundo somos el teatro de títeres que hacemos.

 

En el teatro nos mostramos desnudos. Es casi imposible mentir en el interior de esta mentira. Todo el que quiera ver, verá.

 

Quienes viven del títere se reflejan en sus obras. Lo mismo quienes lo hacen con o para el títere. Y viceversa: sus títeres se muestran en sus rostros, sus actos, sus ideas.

 

Al tener reminiscencias alquímicas, el proceso de creación en el teatro de títeres es uno que transforma al objeto (la materia) tanto como al sujeto (el creador), al mismo tiempo.

 

Como diría Roberto Espina, titiritero y amigo argentino, a cierta edad todos somos responsables de la cara que tenemos. Es una cuestión de interacción de materiales.

 

El teatro material planteado por Werner Knoedgen 3 en la Escuela de Stuttgart insiste en una representación escindida que muestre abiertamente la relación de tensión entre el sujeto y el objeto para que el drama abierto del teatro de figuras haga abstracción de todo lo que es natural y construya la réplica de un mundo propio (…) y su forma se convierta en el contenedor esencial de la obra de arte (…) la cual puede remontarse a los orígenes del teatro, puede ser ritual, simbólica, épica, absurda, paródica o grotesca, pero jamás puede ser naturalista.

 

El espectador naif del teatro de figuras percibe la humanización de las cosas, el espectador consciente percibe al mismo tiempo la objetivización del hombre. Así entonces, ¿por qué el teatro de figuras habría de utilizar sus medios de expresión artificiales de manera naif si de este modo los estaría negando?

 

Hace más de cuatro décadas que Bertolt Brecht, Peter Brook, Ariane Mnouchkine, Tadeusz Kantor y Robert Wilson han aportado al arte de la representación una estética de la figura que ha hecho época (…) (y hay que ver) en qué medida insignificante se han dejado impresionar o influir los “titiriteros” 4.

 

La contradicción entre las posibilidades del teatro de títeres y las puestas en escena que vemos es fundamental: un teatro que tiende per se hacia la abstracción, a la multiplicidad de signos, a un lenguaje poético y multívoco, se ve constreñido en una concreción naturalista donde todo es explicado, donde el vacío indispensable para que el espectador trabaje es llenado por banalidades en un afán de favorecer su comprensión, la univocidad de su percepción.

 

En las ramblas de Barcelona había un marionetista mexicano que durante treinta años ejecutó el mismo número de tres minutos en el mismo sitio y así sostuvo su vida y la de su familia. Ciertamente, el número tenía una perfección notable.

 

En Córdoba, Argentina, un titiritero de guante ha representado veinte años la misma obra porque, dice, cuando completa su circuito escolar en los poblados ya es otro ciclo y hay nuevos alumnos. Su obra es tan pésima hoy como al principio.

 

La rutina es, desde luego, cómoda y segura. Cuando se encuentra la fórmula de la felicidad económica y artística se tiende a explotarla hasta extinguir la riqueza inicial, si hubo alguna. Hay ejemplos notorios y notables de esto.

 

Ninguna de estas actitudes es condenable en sí. Todas resultan validadas por el responsable y sus particulares circunstancias y elecciones.

 

Sin embargo, ambas contribuyen al establecimiento de una línea de mediocridad y estancamiento generalizados que tiende un cerco alrededor del ghetto en que habitamos desde hace años.

 

Tradición, costumbre, carencia de oportunidades y condiciones para investigar, hábitos esclerotizados, la orientación ciega hacia la infancia, son rejas de la prisión que hemos construido para encerrarnos dentro.

 

Otras artes, la danza, el teatro de actores, el cine, el video, el performance, la plástica, han incorporado al títere en sus producciones, a veces subutilizándolo como artilugio decorativo o sucedáneo de actor vivo, a veces elevándolo a niveles que sobrepasan toda expectativa. Por su parte, el titiritero se aferra a aquello que conoce con la desesperación y la ceguera de alguien que ha naufragado ya y teme darse cuenta. En consecuencia lógica, menosprecia todo lo que constituya un cambio de perspectiva, una renovación, un reinventarse, un riesgo.

 

El futuro siempre será peor de lo que imaginemos.

 

En muchas estadísticas, el teatro de títeres figura como convocante de un elevado número de espectadores, comparable, en una sumatoria, con los conciertos masivos. No obstante, ocupa el último renglón del presupuesto artístico.

 

Las peores condiciones técnicas las padecemos siempre. Pero nos autodesignamos espectáculos todo terreno y fortalecemos el menosprecio tradicional del Estado hacia los espectadores de los barrios, quienes no parecen dignos de asistir a un foro adecuado, cómodo, equipado de tal modo que la obra pueda darse tal y como fue concebida y aún mejor.

 

¿Somos populares porque somos descuidados, poco prolijos, nada exigentes, menos rigurosos, feos, sucios y malos? Ésa es la imagen de lo popular que se promueve desde el Estado. Pero nada más alejado de la realidad, a pesar de sus nefastas intenciones.

 

Basta mirar las artesanías, los atuendos, las fotografías de las primeras décadas del siglo XX para ver que no era así: hay vestimentas sencillas, limpias, estéticamente bellas; hay piezas minuciosamente elaboradas. Muy diferentes a las que ahora vemos en los barrios marginales, donde la estética ha perdido todo encanto merced a una degradación inducida desde la política.

 

Lo mismo ha sucedido con el humor: hoy, personajes como El Harapos estarían en la televisión con altísimo rating. ¿Había vulgaridad en la Comedia del Arte? Por supuesto. Pero era el final de la Edad Media, hace quinientos años. Y devenía ruptura y crítica al poder. Hoy, la obscenidad está al servicio del Estado, lo constituye y reproduce.

 

Durante la etapa colonial se prohibía a los actores integrar los elencos de titiriteros debido a la bajeza del oficio. Las cosas han cambiado poco. No estamos entre los artistas reconocidos, no contamos con un sindicato, apenas si tenemos una unión de marionetistas. No tenemos derechos como trabajadores, ni prestaciones, ni estatus. Tampoco una ley que nos proteja. En Colombia, por ejemplo, se nos ha colocado en el Nivel Cero de la economía, equiparables a los cartoneros; en Argentina, para protegerse y consolidar convenios mínimos, han debido luchar años y han conseguido integrarse en la Asociación Argentina de Actores. Tal vez debiéramos plantearnos una nueva forma de organización que nos permitiera hacer y lograr cosas básicas para nuestra existencia y evolución.

 

Mireya Cueto decía que el proceso de creación comenzaba con un gran salto al vacío.

 

Podríamos iniciar nuestros propios saltos con el abandono de las posiciones narcisistas que desembocan en el hombre orquesta que mueve los hilos, calza el guante, empuña las varillas, controla luces con el pie, la música con la nariz, no acepta directores ni asesores de otras artes, se mira en el espejo mientras baila, canta, actúa, construye, diseña logotipos, folletos y programas, acuerda citas en institutos y secretarías, programa funciones y termina su semana aniquilado física y artísticamente.

 

O con el cuestionamiento y reflexión acerca de lo que hacemos, cómo, por y para qué. El análisis profundo y serio de la situación del artista en la postmodernidad y su papel en ella. La revisión de conceptos impuestos por el Estado, como calidad, industria cultural, empresa, consumidores, promotores, gestores, clientes, etc. Conceptos que hemos aceptado sin otra respuesta que la inermidad y, tal vez, con la secreta esperanza de obtener un ISO-9000.

 

El modo de producción capitalista impone la competición como una norma. Esto nos ha llevado a desconfiar unos de otros, minar prestigios, disputar recursos sucia o limpiamente, presentar proyectos de otros como propios, encerrarnos a producir bajo cuatro candados y diez cerraduras, no compartir nada, ni una receta de cocina, evadir las críticas y preferir la hipocresía y el chismorreo barato.

 

Sin la facultad crítica, decía Oscar Wilde, no existe, en absoluto, creación artística digna de ese nombre (…) Toda obra imaginativa hermosa tiene conciencia de sí misma y es intencional (…) …no hay arte bello sin conciencia de nosotros mismos, y la conciencia de nosotros mismos y el espíritu crítico son una sola y la misma cosa 5.

 

Sin ello estamos a un paso, en clara desventaja, de convertirnos en émulos de un paquete de papas fritas o un jugo en tetrapak.

 

La época en que vivimos es una donde la desesperanza reina, en la que todo es confuso y no hay salidas visibles.

 

Estamos en medio de un proceso que terminará por disgregar nuestras costumbres y extinguirlas. No importa lo que hagamos por preservarlas: aun cuando sobrevivieran todas sus partes, habremos desaparecido los seres humanos que teníamos conciencia de ellas.

 

Somos como el hombre de Márai que, casi al final de la Segunda Guerra Mundial, en un ambiente social parecido al actual, ambula sobre el puente que unía Buda con Pest, sobre el Danubio, bajo el cual han colocado miles de explosivos que están a la vista. Los alemanes van a destruirlo, simplemente porque se han preparado a conciencia para hacerlo. El hombre exclama: pobre puente, pobre gente, pobre humanidad.

 

Nuestros escenarios son frágiles, efímeros, se sostienen apenas debido a una mezcla de creatividad, tenacidad, necesidad e imaginación.

 

Los destruirán. Los hombres y mujeres grises se han preparado para ello también.

 

El teatro se verá suplantado por pantallas gigantes, los actores serán robots programados, los títeres simples animaciones filmadas o grabadas.

 

Lo harán del mismo modo en que destruyen, diariamente, la cultura.

 

La cultura es experiencia constante.

 

La cultura, desde luego, no se administra. No se reglamenta. No se difunde. No se lleva su estadística en círculos de colores. No se crea con medidas políticas ni con buenas ni malas intenciones.

 

La cultura no es algo que se pueda alcanzar deliberadamente. No consiste en leer los textos básicos, ni en adquirir conocimientos especializados. La cultura es otra cosa.

 

Entre las más de ciento sesenta y cinco definiciones de cultura, hay una de Márai en que esta compleja y manoseada palabra recupera su significado profundo: la cultura es alegría.

 

Un individuo o un pueblo que se descubre alegre y satisfecho con todo lo que hace para sí y los otros es un pueblo o un individuo culto.

 

Lo que no podemos permitirle al poder, al Estado, a sus políticas culturales y a sus funcionarios es que nos transformen en seres apáticos, en proveedores de servicios, en solucionadores de conflictos sociales. De nada nos sirve ser astutos: el destino de los zorros es su conversión en tapetes o tapados del poder.

 

No podemos dejarles que nos roben nuestra capacidad creadora, la cualidad intrínseca de crearnos nuestras propias vidas. Nuestra alegría de artistas.

 

Si lo hacemos, habremos muerto antes de tiempo, los escenarios de papel que construyamos no nos sobrevivirán un solo día y estaremos obligados a decir: pobres títeres, pobre gente, pobre humanidad.

Noviembre, 2013. Huitzilac, Mor.

 

1) Paz, Octavio. Las peras al olmo. Seix-Barral, Barcelona, 1971

2) Baudrillard, Jean. El sistema de los objetos. Ed. Siglo XXI, México 1969

3) Knoedgen, Werner. El teatre impossible. Per a una fenomenología del teatre de figures. Institut del Teatre, Barcelona, España, 2003.

4) Ibidem

5) Wilde, Oscar. EL crítico como artista. Col. Austral No. 629. Ed. Espasa-Calpe. Madrid, España, 1968. pp. 31-32.

 

 


 

Dossier publicado en la Hoja n° 30 de Julio 2014

 

Teatro de Animação e Pesquisa acadêmica no Brasil

Prof. Dr. Valmor Níni Beltrame
Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC

 

O teatro de animação no Brasil vive atualmente uma etapa importante de seu desenvolvimento e evidencia bom nível de maturidade. Além de uma quantidade significativa de grupos de teatro atuando em diferentes regiões, com trajetórias sólidas e com espetáculos de elevada sofisticação técnica e artística, essa arte passou a ser ensinada nos Cursos Superiores de Artes Cênicas em diversas Universidades espalhadas pelo país. As atividades de ensino de teatro de animação nos cursos superiores desencadearam uma sequência de ações de extensão universitária e principalmente de pesquisa.

 

Chama a atenção que os professores que ministram essas disciplinas são artistas integrantes de grupos de teatro diretamente envolvidos com as etapas da encenação teatral. Ou seja, as atividades acadêmicas têm estreito vínculo com as práticas artísticas.

 

A inclusão de conteúdos sobre teatro de animação em Universidades Brasileiras é relativamente recente. Seguramente existem diversas iniciativas que desconhecemos. Mas, entre os precursores dessa iniciativa estão Álvaro Apocalypse, Madu Vivacqua Martins e Teresinha Veloso, integrantes do Grupo Giramundo, professores da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG. No mesmo período, por volta de 1978, na Universidade de São Paulo, os cursos de Licenciatura em Artes Cênicas e o Bacharelado em Direção Teatral ministram disciplinas com esse tipo de conteúdo, sob a responsabilidade da Professora Ana Maria Amaral, diretora do Grupo Casulo. Na Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC essa iniciativa começa no ano de 1987, sob a minha responsabilidade, integrante do Grupo Gralha Azul Teatro. Na UDESC, em Florianópolis, o Curso de Licenciatura em Teatro oferece três disciplinas obrigatórias com conteúdos sobre máscaras, bonecos e sombras.

 

É importante destacar, no entanto, que no Brasil não existem cursos superiores com habilitação em teatro de bonecos. Existem disciplinas oferecidas nas carreiras de diretor teatral, ator e professor de teatro.

 

As pesquisas efetuadas dentro das universidades são processos dos quais obrigatoriamente se exige a sistematização organizada em discurso verbal e escrito. Eventualmente, e não obrigatoriamente, a pesquisa ocorre com demonstração prática, espetáculo ou cenas. Ela se realiza como Trabalho de Conclusão de Curso - TCC, efetuada por alunos da graduação e como relatório iniciação científica, oportunidade em que o estudante escreve um artigo vinculado à pesquisa do professor orientador. Na Pós-Graduação, o estágio mais avançado da pesquisa, ela se dá em seus diferentes níveis: especialização (monografia), mestrado (dissertação), doutorado (tese) e no estágio pós-doutoral. Paralelamente se realizam pesquisas efetuadas por professores que integram o corpo docente fixo das universidades.

 

Em 1990 o Programa de Pós-graduação (Mestrado e Doutorado em Teatro) da USP inicia no Brasil o oferecimento de disciplinas regulares e orientações a pesquisas nessa área. Pela primeira vez ocorrem duas importantes ações: a formação sistemática do artista de teatro na universidade brasileira oferece conteúdos relativos à arte do teatro de animação e os cursos de Pós-Graduação recebem pesquisas sobre esse campo artístico e de conhecimento. Essa mudança significativa, porém sem muita visibilidade, começa a demarcar o início de um processo que consiste em produzir teoria, sistematizando reflexões sobre os aspectos técnicos e estéticos dessa arte e suas relações com outras linguagens artísticas.

 

No início deste ano de 2014, Ana Maria Amaral (USP), Fabiana Lazzari de Oliveira e eu, (UDESC) elaboramos um levantamento sobre dissertações (Mestrado) e teses (Doutorado) que têm como tema central, ou objeto de investigação o teatro de animação do Brasil. Incluímos também neste levantamento as publicações de livros. Algumas destas publicações resultam de pesquisas efetuadas dentro de universidades, outras não. Estes livros também se concentram no foco: teatro de animação no Brasil.

 

Não estão incluídos nesta relação os TCCs - trabalhos de conclusão de curso de graduação, as monografias de conclusão de cursos de especialização (Pós-graduação); os artigos publicados em revistas indexadas, acadêmicas. Isso demandaria um tempo longo para efetuar o levantamento. Tampouco incluímos livros, dissertações e teses cujos temas não versem sobre o teatro de animação no Brasil.

 

Foram identificadas 60 dissertações e teses e 18 livros publicados. A maioria dos textos completos das pesquisas realizadas nas universidades podem ser encontrados nas páginas dos Programas de Pós-Graduação das respectivas universidades onde os estudos foram realizados. Certamente diversos trabalhos não foram encontrados neste levantamento que realizamos e merecem sua inclusão para melhor atualização do levantamento.

 

Até o momento nos ativemos ao trabalho de efetuar o levantamento, ainda não realizamos análises que possam delinear mais detalhadamente o perfil das pesquisas.

 

O que podemos perceber é que a pesquisa acadêmica sobre teatro de animação no contexto da realidade brasileira é revestida de certa peculiaridade porque os pesquisadores que hoje nela atuam não abandonam o palco, a criação de espetáculos. Muitos, antes de serem professores universitários atuaram e continuam atuando na criação de espetáculos. São professores que conjugam o fazer e o pensar, produzindo teoria sobre essa arte. Esse vínculo com a prática quase sempre desacelera o processo de criação de espetáculos, dadas as exigências, sobretudo administrativas e burocráticas que o trabalho na universidade impõe, mas, isso não os afasta do fazer. Ao contrário, este vínculo qualifica as pesquisas. Os jovens pesquisadores mestrandos e doutorandos, do mesmo modo, são artistas atuantes que ao realizar o estudo teórico pretendem aprofundar a reflexão sobre a arte que praticam.

 

 

Dissertações (Masters) e Teses (Doutorado) cujo tema da pesquisa versa sobre Teatro de Animação no Brasil

 

1) Acioli, Conceição
Quando Pirilampos Desafiam Faróis: um estudo sobre a atualidade das tradições brasileiras do teatro de bonecos
[When Fireflies Defy Lighthouses: A Study of Current Brazilian Puppetry Traditions]
Dissertação de Mestrado [Master’s Dissertation]
Universidade de São Paulo - USP, 2001

 

2) Alcure, Adriana Schneider
A Zona da Mata é rica de cana e brincadeira: uma etnografia do Mamulengo
[The Zona da Mata is Rich in Sugarcane and Jokes/Fun and Games: An Ethnography of Mamulengo]
Tese de Doutorado [Doctoral Thesis]
Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, 2007

 

3) Alcure, Adriana Schneider
Mamulengos dos mestres Zé Lopes e Zé de Vina: etnografia e estudo de personagens
[Mamulengos Masters Zé Lopes and Zé de Vina: Ethnography and Study of Characters]
Dissertação (Mestrado) [Master’s Dissertation]
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO, 2001

 

4) Amaral, Ana Maria
Teatro de Bonecos em São Paulo
[Puppet Theatre in São Paulo]
Dissertação (Mestrado) [Master’s Dissertation]
Universidade de São Paulo - USP, 1983

 

5) Amaral, Ana Maria
Teatro de Formas Animadas
[Theatre of Animated Forms]
Tese (Doutorado) [Doctoral Thesis]
Universidade de São Paulo - USP, 1989

 

Amaral, Ana Maria
Da figura à Forma
Tese (Livre Docência)
Universidade de São Paulo - USP, 1994

 

6) Anzolin, Osvaldo Antônio
O objeto antropomórfico em cena: a experiência com o Grupo Atrás do Grito de Teatro
Dissertação (Mestrado) [Master’s Dissertation]
Universidade Estadual Paulista - UNESP, 2007

 

7) Arruda, Kátia de
Trânsitos entre a Linguagem do Cinema e a Linguagem do Teatro de Animação
Dissertação (Mestrado) [Master’s Dissertation]
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, 2010

 

8) Balardim, Paulo Cesar
A Estética Metaficional do Teatro de Animação Gaúcho Contemporâneo
Dissertação (Mestrado) [Master’s Dissertation]
Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, 2008

 

9) Balardim, Paulo César
Desdobramentos do ator, do objeto e do espaço
Tese (Doutorado) [Doctoral Thesis]
Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC, 2013

 

10) Beltrame, Valmor
Teatro de Bonecos no Boi-de-Mamão: Festa e Drama dos Homens no Litoral de Santa Catarina
[Puppet Theatre in the Boi-de-Mamão: Fiesta and Drama of the Men in Santa Catarina Litoral]
Dissertação (Mestrado) [Master’s Dissertation]
Universidade de São Paulo - USP, 1995

 

11) Beltrame, Valmor
Animar o inanimado; formação profissional no teatro de animação
Tese (Doutorado) [Doctoral Thesis]
Universidade de São Paulo - USP, 2001

 

12) Borralho, Tácito Freire
O Teatro do Boi do Maranhão: brincadeira, ritual, enredos, gestos e movimentos
[The Theatre of the Boi (Ox) of Maranhão: Play, Ritual, Plotlines, Gestures and Movements]
Tese (Doutorado) [Doctoral Thesis]
Universidade de São Paulo - USP, 2012

 

13) Brochado, Izabela Costa
Distrito Federal: o mamulengo que mora nas cidades 1990-2001
[Federal District: Mamulengo Living in Cities 1990-2001]
Dissertação (Mestrado) [Master’s Dissertation]
Universidade de Brasília - UNB, 2001

 

14) Brochado, Izabela Costa
Mamulengo Puppet Theatre in the Socio-Cultural Context of Twentieth-Century Brazil
PhD Thesis
Samuel Beckett School of Drama, Trinity College Dublin, 2005 (em Inglês)

 

15) Canela, Ricardo Elias Ieker
A construção da personagem no João Redondo de Chico Daniel
Dissertação (Mestrado) [Master’s Dissertation]
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, 2004

 

16) Castro, Kely Elias de
O ator no teatro de animação contemporâneo: trajetórias rumo à criação da cena
Dissertação (Mestrado) [Master’s Dissertation]
Universidade de São Paulo - USP, 2009

 

17) Cavalcante, Caroline Maria Holanda
A interpretação com o objeto: reflexões sobre o trabalho do ator
Dissertação (Mestrado) [Master’s Dissertation]
Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC, 2008

 

18) Coelho, Marcelle Teixeira
O corpo no teatro de animação: contribuição somática na formação do ator
Dissertação (Mestrado) [Master’s Dissertation]
Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC, 2011

 

19) Costa, Felisberto Sabino da
A Poética do Ser e Não Ser - Procedimentos Dramatúrgicos no Teatro de Animação
Tese (Doutorado) [Doctoral Thesis]
Universidade de São Paulo - USP, 2001

 

20) Cordeiro, Iara Regina Demétrio Sydesntricker
Sobre criar e contar histórias seriadas para TV e animação
Tese (Doutorado) [Doctoral Thesis]
Universidade Federal da Bahia - UFBA, 2010

 

21) Cruz, Ana Paula Almeida da
Títeres: entre a magia e a mercadoria
Dissertação (Mestrado) [Master’s Dissertation]
Universidade Federal do Paraná - UFPR, 2006

 

22) D’Ávila, Flávia
O teatro de objetos, um olhar singular sobre o cotidiano
Dissertação (Mestrado) [Master’s Dissertation]
Universidade Estadual Paulista - UNESP, 2013

 

23) Dutra, Patrícia
Trajetórias de Criação do Mamulengo do Professor Benedito em Chão de Estrelas e Mais Além - ato, ritual arte e cultura popular
Dissertação (Mestrado) [Master’s Dissertation]
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, 1998

 

24) Gorgati, Roberto Douglas Queiroz
Arquiteturas do Contato: desvios do corpo e do objeto no teatro de animação
Dissertação (Mestrado) [Master’s Dissertation]
Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC, 2013

 

25) Graeff, Isabela de Oliveira
Corpo's em cena (no teatro de animação): poética do movimento
Dissertação (Mestrado) [Master’s Dissertation]
Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, 2011

 

26) Irlandini, Isabella Azevedo
A voz no teatro de animação: artificialidade e síntese vocal
Dissertação (Mestrado) [Master’s Dissertation]
Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC, 2013

 

27) Júlio, Larissa Miranda
Dramaturgia em movimento: tendências poéticas no teatro de animação dos grupos Giramundo e Catibrum
[Dramaturgy in Motion: Poetic Trends in Animation Theatre of the Groups Giramundo and Catibrum]
Dissertação (Mestrado) [Master’s Dissertation]
Universidade Federal de Uberlândia - UFU, 2011

 

28) Lima, Marcondes
A arte do brincante no mamulengo e no bumba-meu-boi
[The Art of the Brincante (Players) in Mamulengo and Bumba-meu-boi]
Dissertação (Mestrado em Teatro) [Master’s Dissertation]
Universidade Federal da Bahia - UFBA, 2003

 

29) Macieira, Cássia
Sombras Projetadas: As Primeiras Imagens Em Movimento
Dissertação (Mestrado) [Master’s Dissertation]
Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, 2001

 

30) Maia, Urânia
Contando Histórias, O Caminho do Teatro de Bonecos em Salvador
Dissertação (Mestrado) [Master’s Dissertation]
Universidade Federal da Bahia - UFBA, 2002

 

31) Medeiros, Fábio Henrique Nunes
Fronteiras Invisíveis e Territórios Movediços. Entre o Teatro de Animação Contemporâneo e as Artes Visuais: A Voz do Pincel de Álvaro Apocalypse
Dissertação (Mestrado) [Master’s Dissertation]
Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC, 2009

 

32) Moraes, Ana Carla Machado de
O Ser Animado: análise da animação de objetos com referência nas ações básicas de esforço de Rudolf Laban
Dissertação (Mestrado) [Master’s Dissertation]
Universidade Federal de Uberlândia - UFU, 2011

 

33) Moretti. Maria de Fátima de Souza
A teatralidade do objeto na cena contemporânea
Tese (Doutorado) [Doctoral Thesis]
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, 2011

 

34) Nascimento, Emerson Cardoso
A (Re)descoberta da Sombra: experiência realizada com educadores na cidade de Imbituba
Dissertação (Mestrado) [Master’s Dissertation]
Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC, 2011

 

35) Olivan, Liliana
O grotesco no teatro de bonecos
Dissertação (Mestrado) [Master’s Dissertation]
Universidade de São Paulo - USP, 1997

 

36) Oliveira, Fabiana Lazzari de
Alumbramentos de um Corpo em Sombras: o Ator da Companhia Teatro Lumbra de Animação
Dissertação (Mestrado) [Master’s Dissertation]
Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC, 2011

 

37) Oliveira, Francisco Guilherme Júnior
A Materialidade no Teatro de Animação
Dissertação. (Mestrado) [Master’s Dissertation]
Universidade de Brasília - UNB, 2009

 

38) Oliveira, Luciano Flávio de
Representações culturais no Giramundo Teatro de Bonecos: um olhar de brincante sobre os textos, personagens e trilhas sonoras de “Um Baú de Fundo Fundo, Cobra Norato e Os Orixás”
Dissertação (Mestrado) [Master’s Dissertation]
Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC, 2010

 

39) Oliveira, Roberto
A imagem poética que fundamenta a cena do grupo XPTO de Teatro
Dissertação (Mestrado) [Master’s Dissertation]
Universidade Estadual Paulista - UNESP, 2013

 

40) Parente, José Oliveira
Preparação corporal do ator para o teatro de animação
Dissertação (Mestrado) [Doctoral Thesis]
Universidade de São Paulo - USP, 2007

 

41) Pereira, Maria das Graças Cavalcanti
Dadi e o Teatro de Bonecos: memória, brinquedo e brincadeira
Dissertação (Mestrado) [Master’s Dissertation]
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRGN, 2010

 

42) Piragibe, Mario Ferreira
Manipulações: entendimentos e usos da presença e da subjetividade do ator em práticas contemporâneas de Teatro de Animação no Brasil
Tese (Doutorado) [Doctoral Thesis]
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO, 2011

 

43) Piragibe, Mario Ferreira
Papel, Tinta, Madeira, Tecido. Um estudo da conjugação de aspectos dramatúrgicos e espetaculares no teatro contemporâneo de animação: a experiência da Companhia Pequod
Dissertação (Mestrado) [Master’s Dissertation]
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO, 2007

 

44) Ribeiro, Kaise Helena Teixeira
A Dialogicidade no Mamulengo Riso do Povo: Interações Construtivas da Performance
Dissertação (Mestrado) [Master’s Dissertation]
Universidade de Brasília - UNB, 2010

 

45) Saldanha, Marcelo Ramos
Teatro da encarnação: contribuições do teatro de animação para a Teologia da Missão
Dissertação (Mestrado) [Master’s Dissertation]
Escola Superior de Teologia - EST, 2012

 

46) Silveira, Sonia Maria
O teatro de bonecos como prática educativa
Dissertação (Mestrado) [Master’s Dissertation]
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, 1997

 

47) Smetak, Uibitu
A trilha sonora no teatro de animação: o espetáculo “O Pássaro do Sol” o Grupo A Roda de Teatro de Bonecos
Dissertação (Mestrado) [Master’s Dissertation]
UFBA, 2013

 

48) Sobrinho, José Teotônio
O ator no teatro de imagens
Dissertação (Mestrado) [Master’s Dissertation]
Universidade de São Paulo - USP, 2004

 

49) Souza, Alex de
Só mas bem acompanhado: atuação solo e animação de bonecos à vista do público
Dissertação (Mestrado) [Master’s Dissertation]
Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC, 2011

 

50) Vieira, Miguel Vellinho
Ilo Krugli e a construção de um novo espaço poético para o teatro infantil feito no país
Dissertação (Mestrado) [Master’s Dissertation]
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO, 2008

 

51) Lyra, Yarasarrath Alvim Pires do Carmo
Protocolo Lunar: processos criativos para a cena do teatro de animação na perspectiva de quem constrói e anima
Dissertação (Mestrado) [Master’s Dissertation]
Universidade Federal da Bahia - UFBA, 2014

 

 

Livros sobre Teatro de Animação no Brasil

 

ALMEIDA, Angela e CASTRO, Marize
Chico Daniel- A arte de brincar com bonecos
Natal: Editora NAC- núcleo de arte da UFRN, 2002

 

APOCALYPSE, Alvaro
Dramaturgia para a nova forma da marionette
[Dramaturgy for a New Form of Puppet]
Belo Horizonte: Escola das Artes da Marionete/EAM- Giramundo, 2000

 

AMARAL, Ana Maria
O Teatro de Bonecos no Brasil e em São Paulo de 1940 a 1980
[The Puppet Theatre in Brazil and São Paulo in the 1940s to the 1980s]
São Paulo: COM-ARTE, 1994

 

AMARAL, Ana Maria
Trans. Maria Claudia Rodgrigues Alves
Le Théâtre de marionnettes au Brésil et à São Paulo des années quarante aux années quatre-vingt
[The Puppet Theatre in Brazil and São Paulo in the 1940s to the 1980s]
São Paulo: COM-ARTE, 1994 (em Francês)

 

AMARAL, Ana Maria
Teatro de Forma Animadas
4ª. Edição - São Paulo: EDUSP, 2011

 

AMARAL, Ana Maria
Teatro de Animação: da teoria à prática
3ª. Edição - Cotia (S.P): Atelie Editorial, 2007

 

AMARAL, Ana Maria
O Ator e seus duplos: máscaras, bonecos, objetos
2ª. Edição - São Paulo: Editora SENAC, 2004

 

BALARDIM, Paulo
Relações de Vida e Morte no Teatro de Animação
Porto Alegre: Edição do Autor, 2004

 

BELTRAME, Valmor (org.)
Teatro de Bonecos: Distintos olhares sobre Teoria e Prática
Florianópolis: UDESC, 2008

 

BELTRAME Valmor. (org.)
Teatro de Sombras: técnica e linguagem
Florianópolis: UDESC, 2005

 

BELTRAME, Valmor e ANDRADE, Milton de (org.)
Teatro de Máscaras
Florianópolis: UDESC, 2010

 

BEZERRA GOMES, Jose
Teatro de João Redondo
[Theatre of João Redondo]
Natal: Fundação José Augusto, 1975

 

BORBA FILHO, Hermilo
Apresentação do Bumba-meu-boi
[Presentation of the Bumba-meu-boi]
Recife: Guararapes, 1982

 

BORBA FILHO, Hermilo
Fisionomia e espirito do mamulengo
[Appearance and Spirit of Mamulengo]
Rio de Janeiro: INACEN, 1987

 

BORRALHO, Tácito Freire
O Boneco, do imaginário popular maranhense ao Teatro: uma análise de “O Cavaleiro do Destino”
[The Puppet, From Maranhão Popular Imagination to the Theatre: An Analysis of “The Knight of Destiny”]
São Luís: Secretaria de Estado da Cultura, 2005

 

COELHO, Angela M. Escudeiro
Bonequeiro de Escada, perfil de Augusto Bonequeiro
[Puppeteer of Escada, Profile of Augusto Bonequeiro]
Fortaleza: Editora IMEPH, 2007

 

COELHO, Angela M. Escudeiro
Cassimiro Coco de Cada Dia
Fortaleza: Editora IMEPH, 2007

 

COSSU, Giorgio e DÁVILA, Celina
Mamulengo Teatro popolare di burattini in Brasile
Corazzano:Titivillus Edizioni, 2008 (em Italiano)

 

DIÓGENES, Glória
Cenas de uma tecnologia social: Botando Boneco
(Experiências do SESI-CE com teatro de bonecos)
São Paulo: Annablume, 2004

 

FREIRE, Susanita
O fim de um símbolo. Theatro João Minhoca Companhia Authomática
Rio de Janeiro: Achiamê, 2000

 

GIRONDO, Héctor López
Três Turmas Titereteiras
São Paulo: Fomento Teatro- SESI, 2009

 

GURGEL, Deífilo
João Redondo - um teatro de bonecos do Nordeste
[João Rotondo - Puppet Theatre of the Northeast]
Petrópolis: Vozes/UFRN, 1986

 

GURGEL, Deífilo
O Reinado de Baltazar - Teatro João Redondo
Natal:Coleção Letras Natalenses, 2008

 

GONZALEZ, Domingo Cruz
A historia de Maria Mazzetti
Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 1994

 

MACHADO, Maria Clara
Fazendo Teatro de Bonecos
Rio de Janeiro: Editora Agir, 1959

 

MOURA, Carlos Eugênio Marcondes de
O teatro que o povo cria: cordão de pássaros, cordão de bichos, pássaros juninos no Pará. Da dramaturgia ao espetáculo
Belém: Secult, 1997

 

OBRY, Olga
O Teatro na escola
Rio de Janeiro: Edições Melhoramentos, 1950

 

PARÉ, Zaven
Cyber ART - Catálogo
Rio de Janeiro: Caixa Cultural, 2009

 

PEREIRA, Maria das Graças Cavalcanti
DADI, o Teatro de Bonecos- memória, brinquedo e brincadeira
Natal: Fundação José Augusto, 2011

 

PERRÉ, Renato
O ator no Teatro de Formas Animadas
Curitiba: Edição do autor, 1999

 

PIMENTEL, Altimar de Alencar
O Mundo Mágico de João Redondo
[The Magical World of João Redondo]
Rio de Janeiro: Ministério da Cultura, Fundação National de Artes Cênicas, 1988

 

RIBAS, Marcos Caetano
A Grandeza do Mundo em Pequenas Expressões - Grupo Contadores de Estórias, 40 anos
Paraty: Contest Produções Culturais e Espaço Cultural Paraty, 2011

 

SANTOS, Fernando Augusto Gonçalves
Mamulengo: um povo em forma de bonecos
[Mamulengo: A People in the Form of Puppets]
Rio de Janeiro: FUNARTE, 1979

 

SITCHIN, Henrique
A Possibilidade do novo no Teatro de Animação
São Paulo: Edição do autor, 2009

 

SOUZA, J. Galante de
O Teatro no Brasil
[Theatre in Brazil]. Vol. 1
Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Cultura/INL, 1960

 

USAM, Dario e SURLEY, Valério
Casa de Bonecos - 10 anos de Teatro da Cia. Articularte
São Paulo: Edição dos Autores, 2010

 

VIEIRA, Sergio
Vida de Boneco
[Puppet Life]
Curitiba: Imagemsul, 2006

 

 

Dramaturgia

Teatro de Bonecos, 1978, Rio de Janeiro, Serviço Nacional de Teatro, 1981, Coleção Prêmios, II Concurso Nacional de Teatro de Bonecos - 1978

 

Teatro de Bonecos, 1979, Rio de Janeiro, Instituto Nacional de Artes Cênicas, 1983, Coleção Prêmios, II Concurso Nacional de textos de Teatro de Bonecos - 1979

 

Teatro de Bonecos, 1980, Rio de Janeiro, Instituto Nacional de Artes Cênicas, 1981, Coleção Prêmios, III Concurso Nacional de Textos para Teatro de Bonecos - 1980

 

Premio Maria Mazzetti, Rio de Janeiro, 1978, II Concurso de Textos Premiados para Teatro de Bonecos 1978. Textos Premiados. Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro

 

 

Revistas

Revista Mamulengo, n° 1 a 14
FUNARTE / ABTB de 1974 a 1988
Serviço Nacional do Teatro e INACEN

 

Móin- Móin, Revista de Estudos sobre Teatro de Formas Animadas
SCAR / UDESC de 2005 a 2013, 11 números

 

Continente Sul / SUR, Revista do Instituto Estadual do livro, n° 5, 1997, RS

 

 


 

Dossier publicado en la Hoja n° 31 de Diciembre 2014

 

Construção e difusão do conhecimento
Possíveis aportes da Revista Móin-Móin do Brasil
(1)

Prof. Dr. Valmor Níni Beltrame (2)

 

A Móin-Móin, Revista de Estudos sobre Teatro de Formas Animadas, é uma publicação acadêmica que integra um conjunto de ações culturais desenvolvidas em parceria com a Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC e a Sociedade Cultura Artística - SCAR, de Jaraguá do Sul, desde o ano de 2004.
Dentre as principais ações se destacam, além da revista, a realização do Festival de Teatro Formas Animadas, o Seminário de Estudos e a Exposição de Banners sobre pesquisas, ações formativas e processos de criação de grupos de teatro ou titeriteiros solistas.
A Revista, até onde sabemos, é a única publicação acadêmica dedicada a essa arte na América Latina.

 

É importante destacar que a Revista é vinculada ao Programa de Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado) em Teatro da UDESC. Este vínculo determina uma série de procedimentos e funções, como a obediência às normas que a diferenciam de outras publicações não menos importantes, mas com objetivos diferentes. Esta perspectiva define a Revista com perfil mais formativo (priorizando a veiculação de estudos e resultados de pesquisas), do que informativo (divulgação de notícias, eventos, chamadas para participação em ações).

 

A Revista nasce com os objetivos de divulgar pesquisas teóricas e práticas, concluídas ou em andamento; e estimular a realização de novos estudos que possam contribuir para consolidar o teatro de formas animadas como campo de reflexão e experimentação artística. Assume também o propósito de contribuir com o ensino desta arte junto aos Cursos de Graduação e de Pós-Graduação em Artes Cênicas, assim como subsidiar o trabalho de grupos de teatro.

 

No início dos anos 2000 já dispúnhamos de diversas pesquisas sobre teatro de animação realizadas dentro de universidades brasileiras, mas grande parte permanecia confinada nas bibliotecas destas instituições ou circunscritas a um pequeno grupo de interessados. Por isso uma das suas finalidades é compartilhar o conhecimento produzido.

 

O título Móin-Móin é uma homenagem à marionetista Margarethe Schlünzen, imigrante alemã, que chegou a Jaraguá do Sul no início da década de 1930 e faleceu em agosto de 1978. Durante as décadas de 1950 a 1970, encantou crianças da cidade com suas apresentações do Kasperle Teatro de Bonecos.

O Kasperle, manifestação do teatro de bonecos popular alemão, com adaptações ao contexto local, era encenado por ela, pela cunhada Martha e por sua empregada doméstica Adelaide que aprendeu a tocar flauta, gaita de boca e a falar um pouco do idioma alemão usado com frequência nas apresentações efetuadas em escolas, creches e festividades da igreja luterana da cidade.

Dona Margareth (3) era recebida efusivamente nas escolas pelo coro de crianças saudando-a com Guten Morgen, Guten Morgen (Moin Moin ou bom dia, bom dia, cumprimento em dialeto alemão da região da Westphalia). A expressão tornou o trabalho da marionetista conhecido como “Teatro da Móin-Móin”.

 

Pensar e repensar a nossa arte - O teatro de bonecos, teatro de formas animadas, ou teatro de animação, como cada vez mais o denominamos no Brasil é uma manifestação cênica que utiliza bonecos, máscaras, objetos, silhuetas, imagens animadas pelo ator-animador, pelo bonequeiro, ou pelo titeriteiro. Ele atua à vista do público ou oculto por empanadas, tapadeiras e outros recursos. Dentre as principais características deste teatro se destacam: a presença da forma animada/boneco como protagonista da cena; o objeto inanimado simulando vida, vontade, intenção e autonomia por meio de movimentos dados pelo ator-animador; a transfiguração do boneco/objeto em personagem tornado crível diante do público.

 

Procura-se fazer com que a animação não seja confundida com a realização de qualquer movimento do títere em cena. A qualidade da sua animação não está diretamente relacionada com a quantidade e intensidade de movimentos. A ausência de movimento também pode ser uma ação da personagem, logo isso também é animar. Animar está intrinsecamente relacionado com a simulação da vida. Por isso não é movimento aleatório, indica alguma intenção e assim dá a impressão de que o títere possui autonomia, consciência. Como afirma Margareta Niculescu: “É importante que as marionetes pensem. Uma marionete que não pensa é uma marionete manipulada” (4).

 

Animar o títere implica em o ator-titeriteiro definir e ordenar a sequência de gestos e ações cênicas que qualificam a presença do objeto/personagem. Ação cênica é compreendida aqui como tudo o que a personagem faz, desde gestos até a concepção de mundo definida pelo animador.

 

O desafio é produzir a impressão de vida num corpo que não a possui, portanto, o que qualifica a animação é a seleção dos movimentos, dos gestos, e das atitudes definidas pelo ator-titeriteiro e pela direção do espetáculo, juntos eles elaboram a partitura de gestos e ações da personagem títere. Claire Heggen, ao refletir sobre seu trabalho como atriz e diretora, em artigo publicado na Revista Móin-Móin N.06, afirma:

 

Objeto já não é um mero objeto material, maneira para ser manipulada: ele acede ao estatuto de metáfora, de símbolo, de ideia que nos transporta em espírito. No entanto, nem o ator nem o espectador são ingênuos. Quando um boneco se anima, todos sabem que ele é manipulado, à vista ou não. Creio que o próprio prazer do espectador vem da dupla visão (duplo conhecimento) do jogo de ida e volta entre o que é mostrado e o que é oculto. É a maneira de investir o objeto, de magnetizá-lo, que leva o espectador a se iludir, a crer na ficção proposta. Nesse momento, essa ficção conta, diz, enuncia e anuncia algo de outra esfera que não a material, mais filosófica, metafísica, espiritual (HEGGEN, Claire; 2008: 61).” (5)

 

A diretora francesa evidencia neste pequeno trecho de seu artigo diversos aspectos importantes sobre o nosso trabalho. A necessidade de ampliar a reflexão sobre a expressão, a prática, o exercício de manipular (muitos preferem a expressão animar) o títere; a relação com o espectador e a busca para estabelecer o pacto ficcional; como efetivá-la? E ainda, que nosso trabalho é mais que técnico (ainda que este aspecto esteja profundamente imbricado), porém, se situa numa dimensão filosófica e espiritual. Acreditamos que é papel da Revista provocar discussões em torno de temas como este trazendo opiniões convergentes e divergentes como forma de ampliar e enriquecer o debate.

 

Caminhos a percorrer - Um dos desafios da Móin-Móin é preencher a lacuna na difusão de estudos e reflexões resultante de pesquisas efetuadas nas universidades ou no interior dos grupos que trabalham com as distintas formas expressivas que compõem este campo artístico. Ao mesmo tempo, pretende contribuir na formação de artistas, professores, estudantes, pesquisadores e ampliar a compreensão do público interessado em conhecer mais profundamente essa linguagem.

 

Hoje no Brasil, ainda não temos cursos superiores (Bacharelado ou Licenciatura) em teatro de títeres, diferentemente do que ocorre em países como a vizinha Argentina (6). Em nosso país os cursos de teatro em diversas Universidades oferecem uma, duas ou até três disciplinas regulares dentro dos cursos de formação de atores e diretores de teatro. Não há uma carreira universitária em teatro de títeres. Isso nos possibilita perceber que, se de um lado, temos a ausência de uma formação sistemática, uma formação acadêmica que se ocupa durante quatro anos da profissionalização do titeriteiro, por outro lado, contamos com o ensino de conteúdos sobre Teatro de Animação em diversos cursos superiores de teatro com disciplinas pelas quais passam os jovens estudantes de artes cênicas. Uma disciplina de 70 horas/aula certamente não dá conta de propiciar a formação profissional para o titeriteiro. Mas colabora para a ampliação do conhecimento sobre a nossa arte como campo de expressão artística e profissional. Também ajuda a dirimir preconceitos e desinformações sobre o que é o teatro de animação como manifestação artística.

 

Ao mesmo tempo, diversos Programas de Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado) em Teatro têm apoiado uma quantidade significativa de pesquisas e produzido conhecimentos que necessitam ser compartilhados com quem faz teatro. Ao publicar artigos de diretores teatrais e artistas sem vínculos diretos com Universidades, a Revista aposta na concepção de que o conhecimento teatral também é produzido no interior de grupos que sistematizam seus processos de criação e de trabalho.

Muitos grupos constituem núcleos agregadores de inúmeras aptidões e saberes visíveis no resultado artístico final, o espetáculo, e resultam de anos de experimentação e conhecimentos específicos acumulados na prática artesanal, pela necessidade de “dialogar” com materiais, formas, cores, possibilidades de movimento.

A produção artesanal, a necessidade de também fabricar a personagem com as mãos para depois levá-la à cena exige a produção e o domínio de conhecimentos indispensáveis ao exercício da profissão. Ao divulgar estudos universitários e práticas sistematizadas de artistas e grupos de teatro, a Revista aposta no aprofundamento de relações de trabalho entre os meios acadêmicos e artísticos.

Aos interessados em conhecer melhor parte da produção acadêmica sobre teatro de animação feita no Brasil recomendamos a leitura do Dossiê, Teatro de Animação e Pesquisa Acadêmica no Brasil, publicado em La Hoja del Titiritero N. 30 - Julio de 2014.

 

Até o ano de 2012 a periodicidade da publicação da Revista Móin-Móin era anual, porém a partir do ano de 2013 temos trabalhado para o lançamento semestral das edições. Uma das suas peculiaridades é ser monotemática: está dedicada ao teatro de animação, mas para cada edição seu Conselho Editorial decide um novo tema a ser abordado. Essa opção possibilita aprofundar as discussões em torno de um objeto de estudos.

A reunião de mais de uma dezena de artigos abordando um mesmo assunto busca, de um lado, cobrir amplamente a temática selecionada e de outro, reunir diferentes visões sobre o mesmo.

Temas como: o trabalho do ator; tradição e modernidade; teatro de bonecos popular brasileiro; teatro de formas animadas contemporâneo; o teatro e as suas relações com as outras artes; formação profissional; cenários da criação no teatro de animação brasileiro; dramaturgias; teatro de sombras; encenação teatral; teatro de títeres na América Latina; visualidades no teatro de formas animadas foram os temas centrais abordados em suas doze edições, até este ano de 2014.

 

Os artigos são de autores brasileiros e de diversos países como: Alemanha, Argentina, Bolívia, Canadá, Chile, China, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, Espanha, Estado Unidos, França, Índia, Indonésia (Bali), Inglaterra, Irlanda, Israel, Itália, México, Peru, Polônia, Porto Rico, Portugal, Turquia, Uruguai e Venezuela, o que permite confrontar contextos, procedimentos, concepções teóricas e práticas artísticas de realidades diferentes (7). Possibilitar o confronto de diferentes formas de pensar, experiências realizadas em diferentes contextos culturais é mais um dos nossos propósitos.

 

A internacionalização da Revista se deve, certamente, ao envolvimento de autores oriundos de países de diferentes continentes, à publicação dos artigos traduzidos para o português e no idioma em que foi originalmente escrito, à presença da mesma no acervo dos principais centros de pesquisa em teatro de marionetes da Europa e dos Estados Unidos e também às relações com a Union Internationale de la Marionnette - UNIMA, nossa entidade que agrega marionetistas mais de oitenta países. Sobre a tradução dos artigos há um aspecto importante a destacar: não traduzimos os textos escritos em língua espanhola porque acreditamos que desse modo ajudamos a provocar os brasileiros para que leiam no idioma de nossos irmãos-vizinhos e assim contribuímos para romper possíveis fronteiras impostas pelos idiomas e nos aproximemos um pouco mais.

 

Três desafios permanentes - Editar qualquer Revista exige dedicação, cuidado e persistência, mas é um trabalho prazeroso. Se nós da Revista Móin-Móin, nestes poucos anos de trabalho já temos boas histórias para compartilhar, podemos imaginar o que nos poderiam contar Quique Di Mauro, editor da Revista Juancito y Maria, de Córdoba; Guillermo Bernasconi, editor da Revista Fardom, de Buenos Aires; Ciro Gómez Acevedo e os titeriteiros da Asociación Cultural Hilos Mágicos que publicam a Revista Jornada de Títeres de Bogotá, na Colômbia; Susanita Freire, Ana Maria Allendes e Fabrice Guilliot, responsáveis pela La Hoja del Titiritero (Brasil, Chile e França); Toni Rumbau, editor da Titeresante, de Barcelona; Joaquín Hernández, UNIMA Espanha, coordenador da Fantoche - Arte de los Títeres, de Madrid; apenas para citar algumas iniciativas com boa visibilidade, ou que nos chegam aqui no Brasil.

 

Revistas como as nossas são feitas com a colaboração, apoio e generosidade de muitas pessoas. Sem isso seria impossível. Por isso, nós da Móin-Móin, manifestamos sempre a mais profunda gratidão aos nossos colaboradores. Referimos-nos aos autores de cada artigo que se dedicam e ocupam grande tempo para a produção dos textos com cuidado e rigor; referimos-nos e agradecemos aos membros do Conselho Editorial da Revista que nos ajudam a definir o tema central de cada edição, além de emitir os pareceres sobre a publicação de cada artigo. Isso se reveste de um trabalho de grande responsabilidade uma vez que colabora para a manutenção da qualidade e profundidade das reflexões dos textos.

Aliás, este é um dos desafios constantes: manter a qualidade acadêmica da Revista de modo a contribuir para a reflexão sobre o teatro de animação. É fundamental destacar e agradecer aos tradutores dos artigos. O leitor perceberá que procuramos manter o mesmo elenco, selecionado entre profissionais com conhecimento da arte teatral, para garantir a qualidade das traduções.

Também é indispensável lembrar e agradecer as duas instituições que assumem as responsabilidades financeiras para a publicação: a Sociedade Cultura Artística de Jaraguá do Sul - SCAR e a Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC. Sem o apoio destas instituições dificilmente existiria a Revista.

Aqui se apresenta outro desafio: a captação de recursos financeiros para cada edição. A parceria entre SCAR e UDESC tem se mostrado o melhor caminho encontrado até agora.

A Universidade se responsabiliza pelo trabalho de montagem da Revista, que implica em emitir as cartas aos autores e manter o diálogo com os mesmos durante toda a preparação da edição; formatar e adequar os artigos às normas acadêmicas (este trabalho é efetuado por estudantes bolsistas, estudantes que integram nosso Grupo de Estudos sobre Teatro de Animação e professores); pagar os tradutores dos artigos, além de outros afazeres decorrentes de cada etapa da montagem da revista.

A SCAR assume a responsabilidade de captar recursos financeiros ou, às vezes, aplicar recursos próprios para pagar a diagramação, revisão ortográfica, a impressão de mil exemplares, efetuar a distribuição e divulgação da revista. Este formato de compartilhamento de responsabilidades, segundo as características de cada instituição, tem sido produtivo até o presente momento.

 

Outro desafio constante é a sua distribuição. Mesmo sendo oferecida gratuitamente, isso implica em custos e taxas de correio (8). No Brasil procuramos fazer com que a Móin-Móin chegue aos grupos de teatro que trabalham com a linguagem do teatro de animação, aos professores, a estudantes, aos membros da Associação Brasileira de Teatro de Bonecos - ABTB, além de bibliotecas públicas, bibliotecas universitárias e aos Programas de Pós-Graduação em Teatro e em Artes.
As edições saem na versão impressa e on-line, que podem ser acessadas no seguinte endereço: http://www.ceart.udesc.br/ppgt/publicacoes_moinmoin.html
Os brasileiros interessados em receber a versão impressa podem fazer a solicitação diretamente para a SCAR
(9), porém devem se comprometer em pagar as despesas de remessa junto aos correios. Nos últimos anos constatamos que as taxas de envio por correio aumentam em cerca de 35% os custos de cada edição. A decisão de publicar a versão digital ocorre porque facilita o acesso do leitor de qualquer lugar, em tempo bastante exíguo. É mais uma forma de disseminar o conhecimento.

 

Considerações finais - Acreditamos na importância de as revistas definirem seu perfil. A Móin-Móin ao optar por ser uma revista acadêmica, monotemática, priorizando a publicação de estudos de pesquisadores universitários ou artistas que sistematizam seus trabalhos fez uma clara opção. Não significa que seja a melhor. Revistas com opção informativa, com base em notícias cumprem papel indispensável.

 

Parte da repercussão positiva da nossa Revista se deve a sua indissociação com o Seminário de Estudos sobre Teatro de Formas Animadas e o Festival de Formas Animadas que se realizam na cidade de Jaraguá do Sul - Santa Catarina. Isso colabora para a manutenção de indispensáveis conexões entre teoria e prática. Seu vínculo com o Programa de Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado) em Teatro da UDESC ajuda a manter o rigor e a verticalização dos estudos publicados. Reunimos um grupo de colaboradores que atuam permanentemente para auxiliar na regularidade de sua publicação, ou seja, a Revista é feita com o apoio e o trabalho de muitos colaboradores.

 

Sabemos que cada revista tem suas peculiaridades definidas por quem faz, por seus objetivos e o contexto na qual nasce e é editada. Ao terminar de escrever o presente texto fica a expectativa de conhecer o percurso, os desafios e as conquistas de outras revistas dedicadas ao teatro de títeres. Por isso lançamos o desafio aos responsáveis pela publicação de La Hoja del Titiritero para convidar outros editores a contar suas histórias, as histórias de suas revistas.

 

 

 

 

(1) Este texto agrega partes do artigo Revista Móin-Móin publicado no periódico Ô Catarina - Suplemento Cultural de Santa Catarina. Florianópolis: Fundação Catarinense de Cultura, 2013, V.76.

 

(2) Diretor teatral, Doutor em Teatro, Professor no Programa de Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado) em Teatro da Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC. Pesquisa e atua com diferentes manifestações do Teatro de Animação: teatro de bonecos, objetos, máscaras e teatro de sombras. É editor da Revista Móin-Móin.

 

(3) O artigo Móin-Móin, Margarethe, escrito por Mery Petty, publicado na Revista Móin-Móin N.3 (2007) fornece importantes dados sobre a história da marionetista e suas ações na cidade de Jaraguá do Sul.

 

(4) Margareta Niculescu criou, no ano de 1987, juntamente com Jacques Félix, a École Supérieure Nationale des Arts de la Marionnette - ESNAM, em Charleville-Mézières, França e a dirigiu até o ano de 1999. Diretora teatral e pedagoga do teatro reconhecida por suas importantes contribuições para o fortalecimento do teatro de marionetes. (Entrevista concedida ao autor em 07 de dezembro de 1998).

 

(5) HEGGEN, Claire. Sujeito - Objeto: entrevistas e negociações. In Revista Móin-Móin. Jaraguá do Sul: SCAR - UDESC, 2009. N.6. Tradução Margarida Baird e José Ronaldo Faleiro.

 

(6) Em Buenos Aires existe a Escuela de Titiriteros del Teatro General San Martin, dirigida por Adelaida Mangani. É uma escola técnica de reconhecida trajetória. Existe também o Curso Superior de Teatro de Títeres e Objetos na Universidad Nacional de San Martin - UNSAM, cidade de San Martin.

 

(7) Do ponto de vista quantitativo informamos que as 12 edições reúnem 146 artigos num total de 862 páginas. Desse conjunto de artigos, 29 são em idioma espanhol, e 28 em outros idiomas como francês, inglês, italiano, alemão, polonês e mandarim.

 

(8) Até a edição Nº 5, no ano de ano de 2008, a Revista era vendida pelo valor de R$ 25,00 (vinte e cinco Reais) o equivalente a cerca de US$ 10,00. A ideia de cobrar tal valor sustentava a expectativa de, a cada quatro edições, arrecadar recursos para custear um novo número. Porém, vimos que isso não se viabilizava, o que se arrecadava não era suficiente. A decisão foi trabalhar para captar recursos para o custeio da publicação e oferecê-la gratuitamente.

 

(9) Os pedidos podem ser feitos para o seguinte endereço: scar@scar.art.br, expressando o compromisso de efetuar o pagamento das taxas de correio.